Capítulo 16

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Colin estava reclinado na sala de estar após o almoço, uma nuvem de fumaça de charuto o envolvendo enquanto ele fumava pensativamente. Sua mente, no entanto, estava repleta das memórias intoxicantes da noite anterior.

O tremeluzir da luz das velas, o farfalhar dos lençóis de seda e o riso compartilhado permaneciam em seus pensamentos. A união com Penelope havia sido nada menos que extraordinária. Um sorriso astuto brincava nos lábios de Colin enquanto ele recordava a paixão e a intimidade que descobriram juntos, seus corpos entrelaçados em uma dança de desejo.

Enquanto ele saboreava o gosto persistente da noite anterior, Colin não pôde deixar de sentir uma onda de otimismo sobre a trajetória de seu casamento. O fascínio de Penelope era inegável, e a conexão física que compartilhavam o intrigava. Ele acreditava que, com o tempo e esforço, poderiam enfrentar os desafios que se avizinhavam.

No entanto, ele não era cego para os problemas persistentes que pairavam na periferia de sua nova felicidade. A fumaça do charuto enrolava-se ao seu redor, criando um véu de contemplação enquanto Colin refletia sobre o caminho que se estendia à frente. Ele sabia que a jornada deles juntos exigiria mais do que apenas paixão; demandava comunicação, compromisso e um compromisso compartilhado para enfrentar as tempestades.

Dunwoody entrou na sala, desculpando-se, e colocou a publicação de Lady Whistledown na mesa ao lado de Colin. Curioso, Colin pegou a publicação e começou a folhear suas páginas.

Seus olhos se arregalaram quando ele encontrou a coluna de Penelope, as palavras dançando da página. Lady Whistledown tinha descrito eloquentemente Michael Stirling como possuindo tanto beleza quanto charme, transformando-o em um dos solteiros mais cobiçados de Londres. Colin sentiu uma sensação de queimação no estômago ao ler aquelas palavras.

Surpreso e, ao mesmo tempo, indignado, ele não pôde deixar de sentir uma pontada de traição. A eloquência com que Penelope havia elogiado as qualidades de outro homem despertou emoções conflitantes dentro dele.

Justo quando a realização o atingiu, Penelope entrou na sala. Surpreendida, ela notou Colin absorto em sua coluna, e um rubor de surpresa coloriu suas bochechas. Ela tinha esquecido que este era o dia da entrega da publicação de Lady Whistledown. Penelope hesitou na porta, sem saber como abordar a situação.

— Colin,— ela gaguejou, —eu não esperava te encontrar lendo Lady Whistledown.

Ele olhou para ela, sua expressão irritada. 

— Parece que me deparei com um artigo bastante intrigante—, ele respondeu, um tom sarcástico em sua voz.

Os olhos de Penelope se arregalaram, e ela engoliu nervosamente. —Oh, você achou interessante?

—De fato. Especialmente a parte sobre Michael Stirling. Suas palavras pintaram um quadro bastante vívido de seu fascínio.

Penelope corou ainda mais. 

—Bem, é apenas um reflexo da opinião geral sobre o Sr. Stirling—, ela retrucou, tentando minimizar suas próprias palavras.

Colin recostou-se, continuando a analisar o artigo. 

—É mesmo? Deixe-me ver, ‘o membro proeminente e não mencionado dos Stirling é o Sr. Michael Stirling, cuja beleza e charme atraem a atenção de todos. Será que ele está ciente da realidade de que se tornou um dos solteiros mais desejados da temporada?’—, ele citou as palavras que Penelope conhecia de cor e então a encarou, — A 'opinião geral' parece bastante... apaixonada, não acha?

Penelope mordeu o lábio, desviando o olhar dele. 

—Bem, as pessoas o acham charmoso e atraente.

Colin cerrou a mandíbula, irritado. A percepção de que Penelope tinha escrito aquelas palavras no dia seguinte à noite de núpcias deles pouco fez para aliviar a sensação de queimação no fundo do estômago. 

Toda rosa tem espinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora