Despertando na manhã seguinte, Colin sentiu a ausência da presença calorosa de Penelope em seu abraço. Com os olhos fechados, estendeu a mão até a borda da cama, agarrando apenas o frio de um espaço vazio.
Ao abrir os olhos, o quarto se revelou em um suave brilho, indicando que o dia já começara a penetrar pelas dobras pesadas da cortina. A lareira crepitava, espalhando um calor por todo o quarto.
Num canto, ele avistou Penelope, curvada sobre a escrivaninha. Sua expressão focada sugeria uma dedicação absoluta à tarefa em mãos.
Colin permaneceu imóvel por alguns minutos, observando Penelope enquanto ela escrevia. Ele maravilhou-se com o quão bonita ela parecia concentrada, a testa franzida enquanto suas mãos deslizavam com a pena pelo papel. A luz da vela refletia em seus cabelos vermelhos soltos que caíam por suas costas.
Ele não pôde deixar de notar o brilho radiante ao seu redor, escondido sob a camisola branca, acentuando sua figura voluptuosa. O jogo de sombras e luz realçava cada curva, tornando a cena diante dele quase etérea. Ele se viu cativado pela visão de Penelope imersa em sua tarefa, o quarto envolto em uma quietude interrompida apenas pelo arranhar da pena no papel.
Colin poderia ficar ali por alguns momentos, simplesmente observando, sabendo que ela não perceberia dada sua profunda imersão em sua escrita. Antecipando a fome que logo surgiria, ele quebrou o silêncio concentrado dela com um murmúrio sonolento.
— Bom dia.
— Bom dia. — Penelope o cumprimentou com um sorriso. — Pensei que você pudesse dormir um pouco mais.
— Bem, eu preferiria ficar na cama — ele se esticou, sentindo seu corpo acordar gradualmente. A noite anterior lhe concedera um relaxamento sem igual. — Mas não consigo parar de pensar no café da manhã.
— É claro que você acordaria pensando em comida — Penelope riu, retornando sua atenção para o papel que estava escrevendo.
Colin se levantou, esticando-se mais uma vez, e foi descalço até o lado dela. Inclinando-se, ele aninhou o nariz na curva do pescoço de Penelope, saboreando seu cheiro.
— O que você está fazendo? — ele perguntou, com a voz abafada. — Por que não fica na cama um pouco mais comigo?
Ela riu novamente, sentindo cócegas onde ele estava tocando.
— Pensei que você estivesse com fome para o café da manhã.—
— Estou —, ele afirmou, agora dando mordidas suaves em sua pele. Penelope inclinou a cabeça, oferecendo-lhe o pescoço. —Mas eu te desejo mais.
— Colin...— Ela suspirou, um gemido escapando de seus lábios.
Antes que perdesse o controle e colocasse Penelope em cima da mesa, Colin ajustou sua postura, endireitando-se. Seu rosto estava ligeiramente corado pelos pensamentos que lhe passaram pela mente. A simples fragrância dela havia despertado todas as partes adormecidas de seu corpo. Em sua opinião, a mesa poderia muito bem suportar o peso deles.
— O que você está realmente fazendo? O que ocupa tanto da sua escrita? — ele perguntou, tentando não sucumbir à tentação que ela representava.
Ela lançou um olhar nervoso para ele antes de responder em voz baixa:
— Lady Whistledown.
— Oh — ele exclamou suavemente, afundando na beira da cama, um crescente desejo de passar a manhã ali naquele conforto estava se apoderando dele. Pedir o café da manhã na cama parecia uma ideia atraente. — Você está escrevendo sobre nosso casamento? — ele perguntou, a curiosidade iluminando seus olhos.
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Toda rosa tem espinho
RomanceDepois de agir de forma tola e magoar Penelope com suas palavras ofensivas, Colin tenta se redimir oferecendo-lhe 'lições' que a ajudarão a conseguir um marido para a temporada. Porém, após uma reviravolta do destino, ele acaba sendo o marido escol...