Toda rosa tem espinho

Capítulo 9

Os dias seguintes ao seu encontro acalorado na carruagem se desenrolaram em um turbilhão, e logo Penelope e Colin se encontraram diante do altar na igreja local, cercados por amigos e familiares.

A cerimônia foi bonita, com flores adornando cada canto, e o casal trocou votos que ecoavam com promessas. Quando emergiram da igreja como marido e mulher, o sol mergulhou abaixo do horizonte, lançando um brilho quente sobre a residência Bridgerton.

A recepção foi animada e cheia de risos. O casal foi recebido com vivas alegres ao entrar, e o ar estava espesso com o cheiro de comida deliciosa. A família Bridgerton garantiu que a celebração fosse nada menos que espetacular. A pista de dança estava viva com casais girando, e o tilintar de copos ressoava pelos corredores.

Sentada em uma cadeira, Penelope refletiu sobre o turbilhão de atividades desde que saíram da igreja. Cumprimentos aos convidados a mantiveram de pé, uma celebração não apenas da união, mas de sua transformação em uma Bridgerton. No entanto, no meio das festividades, uma felicidade contente se instalou dentro dela. Este capítulo, ela percebeu, era tanto uma conclusão quanto um começo.

A efervescência do champanhe titilava em seu paladar enquanto observava as interações animadas. Seus olhos buscaram sorrateiramente Colin, facilmente discernível em conversa com seus irmãos e colegas cavalheiros.

Colin, a quintessência do charme, exalava um magnetismo irresistível. Seu sorriso e olhos brilhantes teciam um encanto cativante sobre aqueles próximos. Estar em sua presença era sucumbir voluntariamente ao encantamento de seu carisma.

Enquanto o observava, uma memória de sua acalorada discussão veio à tona. A evidência de sua amabilidade contrastava com a imagem dele envolto em raiva. Os ecos afiados das palavras trocadas reverberavam em sua mente. Seria essa faceta dele uma constante, oculta sob a superfície? Ou Colin revelava seletivamente apenas as partes encantadoras de sua persona? Ou ela tinha sido blissfully ignorant de sua complexidade até esses dias recentes? A justaposição de seu charme contra o acesso de temperamento a deixava contemplativa. Seria um privilégio vislumbrar a vulnerabilidade sob o charme, já que a raiva muitas vezes expunha as emoções mais profundas de uma pessoa? Afinal, ninguém ficava furioso sem uma preocupação que incendiasse tal intensidade.

Com o canto do olho, Penelope notou Eloise se aproximando. Desde a noite de sua fuga frustrada, não houve conversa entre elas. Elas cruzaram brevemente os caminhos em meio às últimas preparações para o casamento. Além disso, ela se viu dividida entre a gratidão e a frustração pela rápida divulgação de seus planos de fuga para Colin por parte de sua ex-amiga.

— Pen...— Eloise começou, corrigindo-se rapidamente. — Penelope. Parabéns pelo seu casamento. Estou feliz por você e meu irmão.

— Obrigada, Eloise, — ela respondeu com um sorriso educado, embora não pudesse ignorar a tensão no ar.

Após essa breve troca, um silêncio palpável se instalou entre elas. Ambas pareciam incertas sobre o que dizer. Penelope sentia o peso de palavras não ditas, mas o clima festivo de seu casamento não parecia ser o cenário apropriado para um coração a coração. Apesar do desconforto, Penelope nutria o desejo de se reconectar com Eloise; afinal, agora eram cunhadas.

O silêncio constrangedor encontrou alívio com a chegada de dois distinguidos cavalheiros, ambos fazendo uma reverência para as damas, o primeiro oferecendo cumprimentos e um sorriso gentil.

— Lady Bridgerton, permita-me parabenizá-la pelo seu casamento. Desejo ao casal toda a felicidade do mundo.

— Conde de Kilmartin, suas palavras sinceras tocam meu coração. Espero que as festividades estejam de acordo com sua aprovação, — respondeu Penelope com um sorriso. Aquele era John Stirling, que ela havia conhecido brevemente no baile de abertura da temporada. Como Lady Whistledown, ela insinuou seu interesse em Francesca Bridgerton. Talvez, outro casamento ocorresse até o final da temporada.