Capítulo 5

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Penelope estava sozinha em seu quarto, cercada pelo suave brilho das velas. O peso de um segredo, pesado e opressivo, repousava sobre seus ombros. Seus dedos traçavam padrões no delicado ouro de seu anel de noivado, sua mente consumida pelo dilema que enfrentava.

Em poucos dias, ela se tornaria a Sra. Colin Bridgerton, um sonho que ela nutrira desde a infância. No entanto, a alegria que deveria acompanhar esse momento era temperada pelo conhecimento de que a honestidade exigia revelação.

As palavras que trocara com Eloise durante sua última conversa ecoavam em sua mente. As últimas noites haviam sido consumidas por uma enxurrada de perguntas sobre o que ela deveria fazer. Ela não poderia entrar em união com Colin, o homem que admirava e respeitava, com um segredo tão significativo retido.

O fôlego de Penelope ficou preso em sua garganta enquanto lutava com a tarefa assustadora de revelar a verdade sobre sua identidade clandestina, Lady Whistledown. O pseudônimo que lhe havia concedido a liberdade de observar a sociedade das sombras, de expressar seus pensamentos sem inibição. O que antes fora um segredo emocionante agora pesava fortemente em sua consciência, transformando-se em uma fonte de conflito interno.

Seus dedos delicadamente traçaram o intricado rendado de seu vestido de noite enquanto ela resolvia expor seus próprios segredos a Colin. O desejo por uma vida construída com base na confiança e na abertura a impulsionava, mesmo que isso significasse arriscar a felicidade que ela tão desesperadamente buscava com ele.

No entanto, o medo de revelar seu segredo a Colin persistia, pois o assunto não era tão simples quanto parecia. Lady Whistledown havia inadvertidamente interferido na vida de Colin, expondo a gravidez de Marina e causando dor a ambos.

Penelope não conseguia afastar as memórias de ter contemplado revelar tudo a Colin em inúmeras ocasiões. No entanto, o medo de que isso pudesse arruinar o delicado equilíbrio entre eles a paralisava. Nunca parecia haver um momento oportuno. Ou estavam cercados por outros, ou estavam perdidos na intimidade de beijos trocados, momentos preciosos demais para perturbar.

Ela sentia um aperto de egoísmo por manter Colin no escuro, questionando-se se isso a tornava uma pessoa terrível. O conflito interno se intensificava enquanto ela se perguntava se seu desejo de felicidade com ele era inerentemente errado. Seria ela uma pessoa terrível por querer manter sua alegria atual?

Uma tempestade de conflitos internos rugia dentro de Penelope, dividida entre a verdade que ansiava compartilhar e o medo de perturbar a felicidade que construíram juntos com tanto esforço. A incerteza derivava principalmente da incapacidade de Penelope de prever a potencial reação de Colin.

Ele entenderia que suas ações eram motivadas pelas melhores intenções? Ela questionava se explicar que tudo fora feito com boas intenções faria diferença. Afinal, ela não poderia permitir que Colin entrasse no casamento sem conhecer toda a complexidade que o cercava. Ela não suportaria a ideia de ele se condenar a uma vida de infelicidade sem entender as complexidades de sua escolha.

Além disso, Penelope estava profundamente ciente de que os sentimentos de Marina por Colin estavam longe de ser amor; ela o via como um meio de escapar de sua situação 'delicada'. Foi o profundo senso de amizade e lealdade a Colin que a havia compelido a intervir através de Lady Whistledown, querendo protegê-lo de possíveis desgostos.

Enquanto ela lutava com as emoções conflitantes no silêncio de seu quarto, um som familiar quebrou o silêncio - o suave tilintar de uma pedra contra sua janela. Seu coração deu um salto, reconhecendo o sinal codificado que Colin usava para seus encontros clandestinos durante suas escapadas noturna. Intrigada, ela se aproximou da janela e a abriu, recebendo o sorriso travesso de seu noivo.

Toda rosa tem espinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora