Capítulo 7

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A suave luz da manhã se filtrava pelas cortinas, lançando um brilho suave no quarto de Penelope. No entanto, a angústia em seu peito permanecia intocada pela aparente serenidade da aurora. Ela despertou de uma noite inquieta, preenchida por sonhos tumultuados que ecoavam a conversa assombrosa com Colin.

Em vez de encontrar consolo nas horas destinadas ao descanso, sua mente se tornou um campo de batalha, onde pensamentos sobre o prolongado silêncio de Colin dominavam cada canto. Ela havia exposto sua alma, revelado seu segredo mais profundo, e tudo o que recebeu foi o eco retumbante do vazio. Dois dias haviam se passado desde sua conversa, e Colin mantivera um silêncio firme. Suas tentativas de visitá-lo na casa dos Bridgerton foram frustradas por sua alegação de indisposição, deixando-a lidar com o peso da revelação sozinha.

Cada vez que tentava fechar os olhos e buscar refúgio no sono, a incerteza sobre o futuro deles se intensificava. Ele seria capaz de superar a verdade revelada, ou ela se tornaria um abismo intransponível entre eles?

Inquieta, Penelope virava-se na cama, seu olhar fixo no teto, buscando desesperadamente respostas. O tempo parecia traiçoeiro à medida que o casamento iminente se aproximava, enquanto a distância emocional entre eles continuava a se alargar.

A possibilidade de Colin esperar até o último minuto para cancelar o noivado assombrava seus pensamentos. Ele seria tão cruel? Ou ele faira igual a Edwina no casamento de Anthony e a deixaria no altar diante de uma igreja lotada? Os piores cenários se desenrolavam em sua mente, criando uma paisagem tumultuada de medo.

A incerteza do que aconteceria no próximo dia pairava sobre ela como uma nuvem escura. Seu coração acelerado ecoava em seus ouvidos, seguindo os passos apressados de sua mente, dançando entre a esperança e o medo. Ela se perguntava se, naquele momento, Colin estaria contemplando as mesmas perguntas e se perdendo em um mar de dúvidas.

A ansiedade se tornava palpável, como se o ar ao seu redor estivesse impregnado pela espessa névoa da incerteza. Penelope imaginava os olhos de Colin, as expressões que não conseguia decifrar ao longo desses longos dois dias. Ele seria capaz de perdoá-la pelo papel que desempenhou como Lady Whistledown? Ou a confiança que construíram ao longo dos anos agora desmoronaria completamente?

— Bom dia, Senhorita Penelope! — Sua empregada entrou no quarto, sorrindo. — Vejo que já está acordada. Sua mãe pediu para eu vir acordá-la e ajudá-la a se preparar para o dia.

— Preferiria ficar aqui para sempre. — Penelope respondeu.

— Oh, — a empregada riu alegremente. — O grande dia é depois de amanhã, você não está animada? — Ela foi até as cortinas, abrindo-as e deixando a luz do sol inundar o quarto. — Está uma manhã linda! Vamos torcer para que o tempo esteja assim também no dia do seu casamento.

— Você poderia fechar as cortinas, Srta. Carter? Eu realmente gostaria de ficar na cama.

— Oh, Senhorita Penelope, infelizmente, sua mãe está sendo um pouco insistente, e eu acredito que se eu não ajudá-la a se arrumar para o café da manhã, ela pode vir aqui pessoalmente para tirá-la da cama.

Apesar de sua relutância, Penelope se levantou sem entusiasmo, permitindo que a Srta. Carter a ajudasse a se preparar para o dia. Cada movimento era mecânico, como se seu corpo estivesse ali, mas sua mente permanecesse em um estado de torpor.

O dia se desenrolou lentamente, com Penelope ficando em casa, esperando por Colin aparecer a qualquer momento. Seu olhar estava fixo na entrada, seu coração pulsando com uma mistura de ansiedade e desespero. Com cada passo ecoante no corredor, sua antecipação crescia, apenas para ser seguida por decepção quando não era ele.

Toda rosa tem espinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora