Capítulo 13

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Notas: este capítulo ficou grande, então dividi em dois. Mais tarde posto a continuação.

***

Na manhã seguinte, Colin foi despertado pelos persistentes rugidos que emanavam de seu estômago, um lembrete implacável da despensa que Penelope havia esvaziado no dia anterior.

Deitado na cama, olhando para o teto, ele ainda não conseguia acreditar que ela realmente havia feito aquilo. Apesar da irritação, Colin reconheceu que tinha sido uma jogada bem pensada. Deixá-lo com fome, sem dúvida, o fizera lamentar por tê-la deixado sozinha em casa. Amaldiçoou o fato de que o conhecimento íntimo que ela tinha dele permitia que atingisse diretamente onde doía.

Talvez ele precisasse ser mais cuidadoso ao lidar com ela. Apesar dela o conhecer bem, ele sentia que ainda havia nuances de Penelope a descobrir. Então ele precisava ser cauteloso, como se estivesse pisando em terreno frágil.

Seu estômago roncou novamente. A lembrança de seu desconforto faminto o incomodou enquanto ele se mexia na cama, a noite tendo oferecido pouco alívio; o sono havia relutantemente o reivindicado nas primeiras horas da manhã, uma concessão mais à fadiga do que ao repouso.

A luz do sol filtrava-se pelas cortinas, lançando um brilho suave pelo quarto, e Colin admitiu de má vontade que a insatisfação persistente da noite anterior havia se infiltrado no novo dia. Um sentimento de insatisfação reverberava no fundo de seu estômago, amplificado pela oco que o invadia. Apesar do cansaço, a noite tinha sido marcada pelas demandas implacáveis de seu estômago protestante. 

Ao se sentar, os vestígios de um sono inquieto o envolvendo, Colin não conseguia ignorar a sensação de vazio em seu estômago. O cansaço persistia, um testemunho tangível do tumulto que o acompanhara durante a noite. Ele ponderou se o vazio interno refletia o vazio emocional se alargando entre ele e Penelope. Com um suspiro resignado, ele se preparou para enfrentar o dia, esperando que a fome em seu estômago não fosse paralela ao apetite persistente por uma resolução em seu casamento.

Levantando-se, ele tocou a campainha para chamar o servo. Ele havia dormido com as mesmas roupas da noite anterior. Quando se olhou no espelho, sua expressão lembrava a de um homem que havia enfrentado uma tempestade. Cabelos desalinhados, uma expressão amarga e roupas amarrotadas.

Depois de lavar o rosto na bacia de água do quarto, ele ouviu um barulho vindo do corredor, como se alguém estivesse cantando. Ele abriu a porta lentamente, encontrando Penelope saindo de seu quarto cantarolando uma melodia. Ela parecia de bom humor e já estava vestida para enfrentar o dia. O vestido azul que ela usava acentuava sutilmente sua cintura, delineando suas curvas.

— Bom dia — ele resmungou, tentando desviar a mente da imagem tentadora de suas curvas. Penelope parou, parecendo surpresa. No entanto, quando se virou para encará-lo, um sorriso travesso dançava em seus lábios.

— Oh, bom dia, Sr. Bridgerton. Dormiu bem? — ela perguntou, ajustando delicadamente o cabelo.

— Sr. Bridgerton? Bem, isso é novo. Por que me chamar assim?

— Acredito que devo respeito a você, senhor. Afinal, você é meu marido.

— Oh, realmente? Sou seu marido? — Colin não conseguiu esconder a amargura em sua voz enquanto se aproximava dela. Penelope permaneceu firme, impassível, enquanto ele parava a poucos centímetros de distância. — E seu respeito por mim inclui me privar de comida, querida esposa?

Seu sorriso se alargou. 

— Oh, meu querido marido, eu presumi que você tinha saciado sua fome nas ruas ontem. Você passou o dia inteiro fora, e como não recebi notícias suas, não estava certa se você voltaria para o jantar.

Toda rosa tem espinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora