Capítulo 22

635 45 32
                                    

Colin se encontrava sentado na borda da poltrona de seu escritório, observando as mãos entrelaçadas em seu colo, com os pensamentos ainda pesados da manhã silenciosa que tivera com Penelope. Ela tinha insistido que estava bem, mas o clima à mesa de café da manhã estava longe de ser normal, desprovido da habitual conversa animada que costumava preencher a casa.

Inicialmente, Colin respeitou seu espaço, atribuindo-o à necessidade de processar os eventos traumáticos. No entanto, ele achava que após ter passado por algo ruim, ela iria procurar conforto nele, mas ela havia preferido se refugiar na biblioteca, dizendo que queria passar a manhã sozinha lendo. Ele acreditava que sendo casados, ela iria se apoiar nele, desabafar sobre o que a afligia, deixar que ele cuidasse e protegesse ela.

Sozinho em seu escritório, ele sentia falta dela. Ela estava há apenas alguns passos de distância, mas parecia mais longe ainda, fechada em silêncio.

Durante o café da manhã Colin tinha observado Penelope comer pouco, notando o olhar triste e distante que ela carregava. Na hora do almoço, ela não quis comer, alegando falta de apetite. Ele perguntou o que estava acontecendo, se havia algum problema de saúde, mas ela apenas sorriu de maneira evasiva, deixando-o com um misto de preocupação e saudade.

Ele sentia falta das conversas animadas, das trocas de respostas afiadas, da inteligência perspicaz dela. Droga, até das discussões sobre Whistledown ele sentia falta.

O que estaria passando pelo coração de Penelope?

Quando Dunwoody anunciou que Eloise aguardava na sala de estar, Colin suspirou profundamente. A irritação cresceu dentro dele ao pensar na irmã, cuja discussão com Penelope, embora não revelada em detalhes, parecia estar na raiz do perigo que ela enfrentara.

***

Ao entrar na sala de estar, Colin encontrou Eloise de pé perto da janela, olhando para fora com um ar de ansiedade. Ele cruzou os braços e se aproximou, a tensão evidente em sua postura.

— O que você quer, Eloise? — perguntou, a voz carregada de frustração.

Eloise se virou rapidamente, os olhos suplicantes.

— Eu vim ver Penelope.

— Não sei se isso é uma boa ideia. — retrucou Colin com frieza.

Eloise deu um passo à frente, os olhos brilhando com lágrimas não derramadas.

— Por favor, Colin, eu preciso falar com ela. Preciso pedir perdão.

Colin olhou para a irmã, a raiva e a compaixão lutando dentro dele. Ele podia ver o remorso estampado no rosto dela, e isso o desarmou um pouco.

— Por que vocês discutiram, Eloise? — perguntou ele, sua voz suavizando levemente.

Eloise abaixou o rosto, a vergonha evidente em sua expressão.

— Não importa mais. Foi uma estupidez minha... mas não foi minha intenção que ela tivesse se machucado. Eu não consegui dormir a noite passada pensando no que poderia ter acontecido de pior com Penelope. Se algo tivesse acontecido... — sua voz falhou, e ela engoliu em seco.

Colin respirou fundo, sentindo a pressão das emoções conflitantes. Ele sabia que o amor de Eloise por Penelope era genuíno, ela sempre foram melhores amigas, e a culpa que sua irmã carregava agora parecia ser uma punição suficiente. Elas precisavam conversar para se resolverem. Lentamente, ele assentiu.

— Vou deixar você vê-la, mas quero que fique ciente de algo, Eloise. — Ele falou com firmeza. — Você é minha irmã e sempre te amarei, mas não permitirei que machuque ou maltrate Penelope novamente.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 10 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Toda rosa tem espinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora