Capítulo 25 - Metamorfose

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POV Lauren

Acordar naquela manhã não foi nada fácil. Nós cinco acabamos indo dormir tarde da noite depois de ficarmos horas repassando o plano de invasão ao Ministério da Magia. Eu não poderia dizer que estava segura com tudo, mas eu acreditava fielmente que tínhamos mapeado toda e qualquer possibilidade de dar errado. Não podia dar errado. Isso não era uma possibilidade.

A luz estava apenas a um fino crescente no céu noturno, lançando um brilho pálido através da janela empoeirada do quarto. Eu fui a primeira a acordar, meus olhos se abrindo lentamente no escuro. Me mexi desconfortavelmente, apesar da cama ser realmente muito boa. Olhei para o meu lado, vendo minha namorada dormir pacificamente.

Com cuidado para não acordar Camila, levantei-me e peguei minha varinha na mesinha de cabeceira. Murmurei um Lummus e imediatamente uma luz fraca iluminou o quarto o suficiente para que pudesse ver o relógio na parede, marcando pouco depois das quatro da manhã. Respirei fundo e me aproximei da janela, olhando para fora.

A rua estava deserta, se não fosse por aqueles dois postes brutamontes que ficavam de campana esperando algum de nós sair. A escuridão da noite parecia envolver a casa como um manto. Eu já estava mais do que acostumada a levantar cedo assim durante o meu tempo de time de quadribol da Grifinória, mas essa madrugada era diferente.

Camila se mexeu na cama, atraindo minha atenção. Eu a vi despertar lentamente. Seus olhos castanhos sonolentos encontraram os meus e um entendimento silencioso passou entre a gente. Não havia necessidade de palavras. O silêncio era quase tangível, quebrado apenas pelos ocasionais rangidos que a velha casa fazia. Cada uma estava perdida em seus próprios pensamentos. Eu podia quase enxergar a cabeça da minha namorada funcionando, repassando o plano infinitas vezes para não esquecer nenhum detalhe. Mas porra, era Camila Cabello, ela não esqueceria.

Levamos alguns minutos para estarmos prontas. Olhamos cada canto daquele quarto para ter certeza de não esquecer nada, mas era uma grandíssima desculpa para demorarmos mais tempo ali. Aquele cômodo foi por alguns dias nosso refúgio de tudo que estava acontecendo. Da porta pra dentro, parecia não existir nenhuma guerra, profecia ou maldição da sétima filha. Era apenas Camila e Lauren. Nada mais.

Cansada de parecer fingir procurar alguma coisa, Camila suspirou fundo e me olhou.

- Pronta? - ela perguntou pegando sua bolsinha de contas e passando sobre o ombro.

Eu apenas acenei em concordância. Minha namorada rapidamente saiu do quarto, aparentemente querendo acabar logo com aquela sensação de abandonar um lugar seguro para pular na absoluta escuridão de incertezas, num lugar em que a maioria nos mataria por apenas sermos quem somos. Respirei fundo e dei uma última olhada naquele lugar. Eu senti que não voltaria ali tão cedo, mas sorri ao lembrar do que vivi ali. Aquela casa poderia não ser a mais aconchegante, muita tristeza estava impregnado em suas paredes, mas consegui ser feliz ali.

Como fiz para Camila naquela noite, estendi a palma da mão e novamente conjurei uma rosa, dessa vez amarela. A depositei em cima dos travesseiros cinzas. Um pequeno ponto de cor naquele grande quarto escuro. Sorri com aquilo.

Sai do quarto sem olhar para trás. Assim era menos doloroso. Era hora de dizer adeus.

A primeira parte do plano consistia em sair dali com vida sem nenhum daqueles comensais brutamontes perceberem nossa movimentação. Isso só seria possível indo cada um por vez, éramos muitos e já estávamos bem grandinhos para caber todos debaixo da capa de invisibilidade de Harry.

Como eu ainda era menor de idade, aparatar estava fora de cogitação, então eu iria acompanhada com Camila.

- Estamos todos prontos? - perguntou Harry olhando para cada um de nós. Todos acenaram positivamente - Okay. Camila e Lauren, vocês vão primeiro. Depois Shawn. Louis. Eu irei por último. Não façam nada até eu chegar.

De um jeito diferente (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora