Capítulo 26 - Poder

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POV Camila

Observei Louis aparecer na lareira dois segundos depois de mim. Ele estava impecável, apesar da aparência um tanto acabada de Reg Cattermole. Um Tomlinson sempre seria um Tomlinson, mesmo estando com o corpo de outra pessoa.

Olhei em volta e tudo parecia um pouco diferente do que eu me lembrava. A energia que emanava daquele lugar era sombria. Claro que o Ministério sempre foi uma instituição de respeito e seriedade, mas alguma coisa ali estava muito errada. Antigamente, uma grande fonte dourada ocupava o centro do saguão, projetando luzes no soalho e nas paredes de madeira lustrosas. Agora, uma gigantesca estátua de pedra negra ocupava o ambiente. Era uma bruxa e um bruxo sentados em tronos ornamentados por formas humanas: centenas de corpos nus, homens, mulheres e crianças, todos com feições distorcidas. Fiz uma careta nada agradável quando me dei conta que aquelas pessoas esculpidas ali eram, na verdade, trouxas. A soberania bruxa pura esmagando tudo e qualquer coisa que considerassem inferior. Aquilo era horrível.

Gravados em letras de uns trinta centímetros de altura na base da estátua, havia os seguintes dizeres: MAGIA É PODER.

- Vamos - escutei Louis sussurrar ao meu lado, puxando discretamente a manga do meu sobretudo preto - Estamos causando um congestionamento.

Andamos mais um pouco para o centro do enorme saguão, até avistarmos uma bruxa miúda já conhecida por nós. Ela gesticulava de forma contida para nós. Rapidamente nos juntamos a ela.

- Harry e Shawn conseguiram entrar? - Eu perguntei a Lauren secamente, não me importando em perguntar se ela estava bem.

- Estamos aqui - ouvi a voz sussurrada de Shawn do meu lado esquerdo.

- Okay - Harry disse em um tom baixo, escondido pela capa de visibilidade - Vamos andando. Vão começar a reparar em nós se ficarmos aqui parados.

Nos juntamos ao grande fluxo de bruxos e bruxas que se dirigiam para as grades douradas no final do saguão. Nossos olhares discretos, mas atentos a toda e qualquer movimentação suspeita ao redor. Ainda não havíamos visto qualquer sinal de Dolores Umbridge por ali. Passamos pelos portões e entramos no hall, onde filas se formavam diante de vinte repartições com grades que mais pareciam elevadores. Assim que conseguimos chegar até um daqueles cubículos dourados, uma voz chamou:

- Cattermole!

Olhamos de onde vinha o chamado e senti Louis ficar tenso ao meu lado, suas mãos automaticamente se fechando em punhos. Um dos Comensais da Morte que presenciaram a morte de Dumbledore vinha a passos largos em nossa direção.

- Fique calmo - eu pedi em um sussurro antes que o homem chegasse até nós.

Um cara alto com o rosto carrancudo e ligeiramente bruto, com vestes finas, bordadas em fios de ouro, se aproximou.

- Pedi alguém da Manutenção Mágica para dar um jeito na minha sala, Cattermole. Ainda está chovendo lá dentro.

Louis o olhava fixamente, pude perceber sua mandíbula se destacar, enquanto engolia em seco. Podia perceber claramente sua vontade de estuporar o Comensal ali mesmo. Ouvi Louis soltar um riso abafado pelo nariz.

- Você está achando graça, Cattermole?

- Não - Louis respondeu - Claro que não, Sr. Yaxley - Claro que ele saberia o nome daquele homem.

- Você se dá conta de que estou descendo para interrogar sua mulher, Cattermole. Na verdade, estou bem surpreso que você não esteja lá embaixo segurando a mão dela enquanto espera. Já se deu conta que não vale a pena, não é? Da próxima vez, se case com alguém um pouco mais digno. Uma puro sangue iria lhe cair bem.

De um jeito diferente (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora