Entro no quarto e sento de frente para a mesa de desenho, ainda com o bastão do Avatar nas minhas mãos, coloco ele no canto e pego meu lápis e o caderno, começo a anotar os movimentos que ele fez, o poder dele, a Nação em que ele nasceu, logo em seguida começo a desenhar o corpo, na posição em que ele estava quando nos atacou.
Quando vejo por mim, não estou desenhando o Avatar, e sim a garota que estava com ele, paro de desenhar, olhando para o desenho, coloco a folha de lado e volto a desenhar, agora somente os olhos, formando o formato dos olhos dela, meus lábios ficam entre abertos, pisco, coloco a folha de lado e tento desenhar o Avatar novamente, percebo que não está dando certo, bato as mãos em punhos sobre a mesa, me levanto, coloco os desenhos dela em baixo dos outros, escondendo os desenhos até mesmo da minha visão, saio do quarto, caminhando para qualquer outro lugar que não fosse o meu quarto ou para a cela.
Entro na sala de controle, olho para o horizonte a minha frente, coloco os braços para trás, mexendo os dedos um contra o outro, tento controlar os meus pensamentos que insiste em voltar para a garota de olhos azuis, respiro fundo, percebo que estou incomodando não só a mim, mas também o resto dos tripulantes.
Saio da sala de controle, desço as escadas, passo por alguns outros soldados, um corre na minha direção, pisco e minha testa frange, ele me olha desesperado, recuperando o ar que acabou de sumir com sua corrida.
- Ele escapou! - ele diz, antes de se encostar na parede e voltar a respirar.
Passo por ele com pressa, entro no meu quarto, olho para a parede ao lado da porta e vejo que o cajado dele não está ali, volto a correr para fora, vejo que a porta de saia para o deque está entre aberta, passo por ela, olho para os lados, passo pelas enormes caixas a minha volta, mais a frente o vejo correr, indo em direção à parte da frente do navio, preste a escapar.
Atrás de mim, alguns soldados me acompanhavam.
- Para! - peço a ele, indo na sua direção, chamando a atenção de todos.
Alguns soldados que estavam mais à frente tentaram pegar ele, ele desvia e escapa do soldado. Ele corre, indo para o parapeito do navio, ele sobe sobre um dos caixotes e pula, olho para a onde ele pulou, me aproximando do parapeito, ele abre o cajado, se transformando em uma asa, ele sobe, minha raiva me inunda.
- Abram fogo! - ordeno aos soldados ao meu lado, sem tirar os olhos do Avatar. - Agora! - grito.
Eles fazem os movimentos, puxando o fogo para as palmas das mãos, formando bolas de fogo, eles lançam da direção do Avatar, passando raspando nele, ele desvia de todos, quase caindo, vou para frente dos soldados, lanço na direção dele, o atingindo, ele começa a cair, gritando.
Ele cai no ar, girando, seu bastão cai mais à frente, olho para ele caindo, sentindo um pouco de alegria por ter conseguido fazer ele cair, ele pega o bastão, logo em seguida, alguém o pega, com o bisão voador surgindo, enorme como na descrição dos livros diz.
Minha raiva explode, vendo ele escapar por entre meus dedos, dou mais alguns passos para frente, ao invés de uma bola de fogo, lanço um jato de fogo na direção deles, mirando no bisão voador, indo tão alto que nem eu sabia que conseguia fazer isso.
O fogo voa na direção deles, minha animação e raiva se agitam dentro de mim, não deveria, mas estava comemorando antes da hora.
O fogo é contido, sumindo logo em seguida, como se uma água tivesse sido jogada sobre ela, assim que a fumaça some, vejo as duas garotas da tribo do lobo de pé sobre o animal, a menina de cabelo negro olhou para as mãos, enquanto, a garota de olhos azuis e cabelo branco, olhava para mim, de cima, com raiva, olho para ela, mesmo distante, precisava transmitir a mesma raiva que ela fazia.
O bisão voador some entre as nuvens do céu. Minha raiva me inunda, respiro acelerado, sentindo tudo dentro de mim explodir, mesmo não podendo descontar para fora, eu estava preste a fazer isso, o Avatar escapou entre meus dedos, com a ajuda daquela garota, daquela que tinha poder diferente, de uma nação que eu nunca ouvi falar.
Meu tio surge na minha frente, olhando para o céu, onde os outros soldados olhavam.
- Ele escapou! - ele diz, com um tom de felicidade, podia ouvir isso no seu tom de voz, ele olha para mim, aponta para o céu como se apontasse para o Avatar. - A garota tinha cabelo branco? - me questionou ele, como se pensasse em algo.
Solto um grito, ele não se assusta, pois estava acostumado, assim como os soldados que se afastaram de mim, caminho para o quarto, tentando esfriar a minha cabeça, mas não conseguia, a memória da garota e do Avatar me vinham à mente.
Os olhos azuis da garota é o que mais estava fixado em minha mente, e o Avatar conseguindo escapar como se não fossemos nada, apenas insetos a sua visão, entro no quarto, batendo a porta, ando de um lado para o outro, sentindo tudo se esquentar, mesmo se aquele navio pegasse fogo eu não me queimaria, no entanto, o navio seria destruído e a água, assim como o gelo, não era amiga do fogo.
Sento na cadeira de frente para a minha mesa de desenho, procuro o meu caderno, não o acho de imediato, no entanto, para não perder o rosto do Avatar, o desenho em um papel qualquer, iniciando pela seta sobre a testa, o rosto que vi, inclusive a parte de cima da roupa, desenho mais sobre o que consegui me lembrar, viro a folha e passo a cera derretida, grudo na parede, procuro o desenho da garota, analiso suas feições que eu havia desenhado, pego outro papel e a desenho novamente, agora, desenhando o rosto perfeitamente, os olhos iluminados e os fios do cabelo branco, como não tinha tinta branca, escrevo no canto os detalhes, as cores.
Ergo o olhar, vendo o desenho do Avatar, minha raiva ainda não sumiu, me levanto, arrumando mais alguns detalhes, olhando para o desenho, minha raiva se torna fogo nas mãos, rodeando meu corpo e meu quarto, minha raiva aumenta junto com o fogo, explodindo no quarto, minha calma começa a sumir, olho para alguns desenhos que estão pegando fogo a minha frente, ainda bem que meu quarto era anti-fogo, ou melhor, anti-mim.
Pego os desenhos apagando o fogo com apenas um toque, percebo que o desenho da garota começa a pegar fogo, apago, percebendo que parou sobre o pescoço, me lembrando do que vi em seu pescoço, uma marca como a minha, que ela escondia com a roupa.
Me sento novamente, pegando outro papel, agora começando pela marca em seu pescoço, desenhando o que vi, subi para o rosto, os lábios logo em seguida, formando as bochechas e nariz, os olhos, deixei por fim, desenho o cabelo, lembrando que era branco, desço para os olhos, os que me olhava com raiva, mesmo tentando desenhar os olhos dela com a mesma intensidade que me olhou de raiva, vinha somente os que me olhou curiosa atrás do portão na Baia do Lobo.
Olho para o desenho finalizado, analisando o seu rosto, a marca sobre o pescoço, coloco o desenho junto com os outros, embaixo dos outros desenhos, começo a procurar o meu caderno sobre a mesa, nada, procuro no chão, em baixo da mesa.
A porta do meu quarto se abre, não preciso olhar para saber que é meu tio, ele fecha a porta e sei que ele está me observando.
- Não estou achando o meu caderno. - digo, me levantando e indo para a cabeceira da cama.
Continuo a procurar, não o acho, caminho para a outra mesa, reviro a mesa, tirando algumas coisas do lugar, começo a entrar em desespero, aquele caderno tem tudo sobre os avatares.
Volto para a mesa de desenho, tiro alguns desenhos, deixando o da garota escondido do meu tio.
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A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]
Fanfiction+12/ Violência, Poderes "A Nação do Fogo destruiu o meu reino, mais não se preocupe, eu o reconstruirei!" Zuko passou 3 anos da sua vida procurando pelo Avatar e quando finalmente o encontra, ele descobre que o Avatar não está sozinho, tem sua p...