Capítulo 28: As verdade

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Abro os olhos, piscando devagar, como se sentisse uma dor muito forte na minha cabeça, mas as lembranças que me vieram no tempo em que fiquei desmaiado pareciam sonhos, algo que nunca aconteceu.

Me lembro do que aconteceu, o Avatar me irritou e eu desmaiei, me sento rapidamente, com Miyuke na minha frente, ela está agachada, como se estivesse acabado de arrumar a minha posição.

Olho para o lado, vendo o bote que eu havia comentado, ela continua me olhando.

- Relaxa, soldado! - ela comenta, ficando de pé, meio cambaleando.

A acompanho com o olhar, ela vira de costas, olho para o Avatar, ele está agachado fora do barco.

- Os soldados já foram. - diz, sem ao menos eu perguntar. - Então, você deve conseguir voltar pro navio sem te pegarem.

Arrumo mais ainda a minha posição, ignorando o que ele falou.

- Sabe qual é a pior parte de ter nascido cem anos atrás? - o Avatar me questiona.

Subo o olhar para ele, o encarando.

- A saudade dos meus amigos. - ele completa. - Mas a Miyuke está aqui, ao menos ela foi a única amiga que restou.

Olho para Miyuke, ela está de lado para nós dois, ela olha para o Avatar, sua mão sobe para o ombro machucado. Se ela estava ferida, ela teria que fazer um curativo logo.

- Mesmo assim, eu sinto falta, tipo o Kuzon. - o Avatar continua falando, volto a olhar para ele. - Ele era fantástico, e ele era da Nação do Fogo. - seu sorriso some assim que se lembra de qual nação ele pertencia.

Travo o maxilar, olhando para a madeira do barco, tentando não olhar para ele.

- Se nos conhecêssemos na época... - subo o olhar. - será que seríamos amigos?

Antes que eu pudesse reagir aquela pergunta, o barco balança, ergo o olhar, os lábios de Miyuke estão entreabertos e secos, seus olhos se fecham por completo e seu corpo começa a cair de lado, me ajoelho rapidamente, a pegando, seu corpo bate contra o meu, olho para o Avatar, seus olhos estão arregalados.

- Miyuke! - ele grita, avançando na nossa direção.

Ergo o braço e lanço uma chama na direção dele, ele bloqueia com o ar e se lança para trás, junto, empurrando o bote para longe da margem, Miyuke estava desmaiada, sua respiração fraca demais, ergo o olhar.

- Eu vou voltar para buscar ela. - ele diz.

Não me importei, olhei para Miyuke que ainda estava desmaiada, mas por quê? Olho para seu ombro machucado, onde o sangue escorria que nem cachoeira, tiro a ombreira da sua roupa e vejo a ferida, negra e formando raízes.

Veneno. Tinha veneno nas flechas, não fui atingido porque a máscara me protegeu, mas enquanto a Miyuke? Sua roupa não a protegeu da flecha, o que causou isso, e isso era culpa do Avatar.

Coloco Miyuke em uma posição que não a machuque mais ainda, pego os remos e começo a remar em direção ao barco, a única pessoa que eu conhecia que podia me ajudar com o ferimento dela era o meu tio.

Não demora muito para ver o navio mais à frente, olho sobre o ombro para conferir a distância, ouço Miyuke gemer, olho para ela, ela começa a ficar molhada de suor, como se estivesse com febre, seus olhos se mechem por baixo das pálpebras brancas.

Assim que me aproximo do navio, eles jogam cordas para que eu amarre o bote neles, o faço e o bote começa a subir lentamente, me levanto, caminhando na direção da Miyuke, agacho para conseguir pegar o seu corpo, ela está tremendo como se estivesse com frio, mas isso era impossível.

A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]Onde histórias criam vida. Descubra agora