Meu tio se animou mesmo quando saímos do navio, indo em direção ao vilarejo, com suas mãos para trás, ele caminha na minha frente, cruzo os braços e caminho atrás dele. De longe, consigo sentir o cheiro de comida, mesmo minha barriga roncando, não ia parar para comer.
Meu tio olha sobre o ombro na minha direção quando começamos a entrar no vilarejo, sorrindo como sempre, caminha mais à frente do que eu, mesmo assim, aquilo não me animava em nada.
Mesmo com a expressão fechada, olho em volta, nas maiorias das barracas só vendia comida, havia muitas mulheres ali e poucos homens, aposto que a grande parte foi servir no exército ou foi trabalhar na capital da Nação do Fogo para ganhar melhor e dar uma vida melhor à família.
- Zuko! - meu tio chama. - Você tem que provar. - ele aponta para a comida que o homem oferecia, olha para o que tinha sobre a bancada. - Aqui tem ovo... De que mesmo? - ele questiona ao vendedor, mostrando que nem ele sabia o que era.
Eu queria sair rápido daquele lugar, encontrar pistas do Avatar o mais rápido possível. Paro longe da barraca, descruzo os braços e os jogo para trás do corpo, observando o que era aquilo sobre a mesa.
- Girino-codorna. - o vendedor responde como se fosse óbvio demais.
Faço uma careta quando o esculto mesmo de longe, olho para o meu tio que me olha.
- Ovo de girino-codorna! Faz muito bem pra... - ele vira o rosto para o vendedor novamente.
Acompanho o movimento da sua cabeça, volto a olhar para o vendedor e molho os lábios.
- Vitalidade? - nem o vendedor sabia.
- Vitalidade! - meu tio concorda com ele.
Nego com a cabeça, solto meus braços e caminho na sua direção, pego o seu braço e o puxo para longe da barraca que me dava ânsia de vômito.
- O que que a gente tá fazendo aqui, tio? - questiono, nem eu mesmo sabia o que estávamos fazendo, ele mandou vir para cá, e aqui estamos, mas para quê?
Ele olha para os lados, percebo que alguns soldados da Nação do Fogo, ele se aproxima de mim e me puxa para andar.
- É nesse porto que fica o QG do comandante regional da Nação do Fogo. - ele começa a explicar, estamos olhando para os navios mais à frente no porto. - É um centro de informações locais. - ele diz como se fosse só isso, olho em volta, sem acreditar que aquele lugar poderia ser algum lugar de centro de informações. - Tudo fora do comum que acontece no território é informado aqui.
Me aproximo dele, com a raiva crescendo em mim, sei que meu tio só quer ajudar, mas isso foi passar dos limites.
- Você ficou maluco? - o questiono.
Ele afasta a cabeça um pouco para trás, como se não entendesse o motivo de eu estar bravo.
- Quer perguntar se o comandante da Nação do Fogo viu o Avatar? - questiono em voz baixa, para que somente ele ouvisse. - Se isso se espalhar, todo o mundo vai partir atrás dele. - olho para o meu tio, olhando em seus olhos. - Eu posso perder tudo aqui. - digo, me impressiono com o tom de desespero na minha voz, no entanto, tento não demonstrar isso.
- Tenha calma, Príncipe Zuko. - ele fala, calmo como sempre.
Olho para alguns soldados passando e me encarando, eles fingem que não estou observando a passam direto.
- Você precisa aprender a conseguir o que você quer sem divulgar suas verdadeiras intenções. - ele completa.
Olho para a sua roupa, concordo com o que ele diz, balançando a cabeça.
- Você precisa usar tato, empatia. - ele continua.
Dobro o braço esquerdo e coloco o cotovelo do braço direito em apoio sobre o braço, roço meu dedo polegar nos lábios, ergo o olhar.
- E, o mais importante, você precisa provar... - ele para de falar e olha para algo atrás de mim, arrumo a posição olhando para o chão, esperando que ele complete. - Aquele arroz! - ele passa por mim.
Levo um tempo para entender o que ele disse, fico olhando para onde ele estava, tiro o dedo dos lábios, pisco várias vezes, olho para a onde ele foi, virando o meu corpo.
- Tio, não tá na hora disso... - digo, soltando os braços e indo na sua direção.
Mesmo assim, ele paga pelo arroz, para ele e para mim, não aceito de início, mesmo assim ele enfia o pequeno pote de arroz na minha mão, ele fica para conversar com o vendedor, começo a andar entre as barracas, me afastando da comida, começando a ver objetos à venda.
Uma das últimas barracas estava vendendo as tintas e cadernos de que eu precisava, não poderia andar com aquilo para cima e para baixo quando fosse para onde eu precisava ir, somente quando voltasse para o navio.
Me aproximo da barraca, havia uma mulher de cabelos ralos, quase cinzas, estava sentada, ensinando sua filha de cabelos negros a ler, assim que percebe minha presença, se levanta, arrumando a saia do vestido, junta as mãos na frente do corpo e coloco o sorriso melhor que tinha, mesmo estando com uma expressão de cansaço.
- Oi, boa tarde, Senhor, o que deseja? - ela me questiona.
Puxo o ar, segurando uma resposta ríspida.
- Até que horas vocês ficam aqui? - questiono, ela joga a cabeça para o lado. - Para vender os produtos?
Ainda com o sorriso, me olha com um olhar agradável.
- Fico até o movimento acabar, normalmente até depois que a lua já está no céu a tempos. - responde.
Concordo, olhando para os produtos sobre a bancada, ela se afasta e olha para o chão, me deixando mais a vontade, mesmo assim, sinto o olhar de alguém sobre mim, meu olhar percorre a bancada e vejo a menina, com os olhos castanhos me olhando, com um sorriso nos lábios, ela estava encolhida no canto da barraca, desvio minha atenção.
- Voltarei mais tarde, preciso pegar algumas coisas. - olho para a mulher, que agora me encara. - Pode ficar aqui até eu voltar? - pergunto.
Ela confirma com a cabeça, agradeço, meu tio se aproxima, percebo que o sol começa a se pôr no horizonte, jogo o pote no lixo e caminho com ele na direção de uma biblioteca do porto.
- O vendedor do arroz me contou que dentro da base do general há uma biblioteca com os mesmos livros que tem na capital, se não, até mais com informações da região. - meu tio explica.
Concordo com a informação.
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A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]
Fanfiction+12/ Violência, Poderes "A Nação do Fogo destruiu o meu reino, mais não se preocupe, eu o reconstruirei!" Zuko passou 3 anos da sua vida procurando pelo Avatar e quando finalmente o encontra, ele descobre que o Avatar não está sozinho, tem sua p...