A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]

Capítulo 31: Os próximos passos

   Já fazia mais de um dia que estava neste lugar, e nada do meu tio vir me procurar. 

Mas, minha maior preocupação no momento era saber se Miyuke já tinha chegado ao reino do norte. Não conseguia essa informação por nada neste lugar, a única coisa que eles informavam para nós que estávamos a caminho do reino do norte a pedido do Senhor do Fogo.

Graças ao meu tio, sabíamos que Zhao iria usar o meu pai para conseguir o que quer, e graças a isso, conseguimos fazer com que o Tenente fingisse que tinha enviado uma mensagem espiada para mim e conseguir fugir e ser 'morto', pelo fogo.

Não tinha com quem conversar, o que era uma vantagem, e ninguém me perguntava o que eu estava fazendo aqui, as vantagens é que isso me dava uma certa liberdade de andar por esse navio, alguns soldados de baixo escalão mostravam respeito, quem quer que fosse o dono dessa armadura, era de alguém importante aqui dentro, já que a maioria me olhava e virava a cara, com medo.

Estava indo para o segundo dia neste lugar quando sinto que estou sendo perseguido, poderia ser meu tio, tanto quanto poderia ser outra pessoa, alguém que começaria a fazer perguntas do que eu estava fazendo, quem eu era e isso poderia gerar problemas. Caminho para uma área do navio que ficava perto de uma porta que era como uma saída de emergência, viro à esquerda e paro, esperando a pessoa me seguir, assim que surgi uma sombra no chão, faço uma bola de fogo na mão, atrás do corpo.

Ergo o braço, espero até a pessoa surgir na minha frente, quando o faz, paro o meu ataque no ar, meu tio me olha, jogando a cabeça de lado.

- Não sabia que era eu? - ele me questiona.

Desço os braços, piscando várias vezes.

- Tinha as minhas dúvidas. - confesso.

Ele passa por mim, olha para o corredor contrário, que dava para os quartos dos soldados, grande parte dormia no mesmo dormitório por falta de espaço e com eles, um odor muito forte, Zhao não se importava com eles, já que não tinha espaço para todos eles e mesmo assim, os colocava juntos.

Meu tio se vira para mim, me olhando de cima a baixo.

- Espero que a princesa tenha ido para o Reino do Norte? - questiona meu tio, colocando os braços na frente do corpo.

Confirmo com a cabeça.

- Agora vamos para o ponto mais importante, ele vai atacar a frente da fortaleza, como um touro irritado. - meu tio começa a explicar. - Não deve ser só isso, mas ele não quer dizer mais nada.

Tiro a parte da frente da máscara, desejando que aquilo realmente dê certo, bem, como diz meu tio, sem mim na cola dele, porque ele desconfiaria que ele estava me levando direto para onde eu quero.

- Acho que subestimei o Zhao, ele é mais perigoso do que pensei...

- É, percebi o mesmo enquanto nadávamos para longe da explosão. - concordo com o que meu tio diz.

- Estamos quase no Norte. - meu tio concorda. - Já pensou em um plano? - ele questiona.

O óbvio, é claro.

- Um plano? - pergunto. - O plano é provar que o meu pai não errou em me confiar essa missão. - faço uma pausa. - O plano é capturar o Avatar de uma vez por todas, o plano é recuperar tudo o que é meu! - me aproximo dele.

Um silêncio rápido fica entre nós dois.

- Então, não tem um plano.

Mordo o canto da boca, pensando no que ele acabou de falar, ignoro o seu olhar sobre mim e olho para a parede ao nosso lado, piscando rapidamente.

- Ainda tô pensando, tio. - confirmo, voltando a olhar para ele.

- Eu ainda estou surpreso com a ousadia do Zhao. - ele muda de assunto. - Eu não esperava isso dele, parece que ele está trabalhando com mais alguém.

Penso em quem ele poderia estar recebendo ajuda, já que ele não é tão inteligente a esse ponto.

- Alguém mais inteligente. - ele faz uma longa pausa. - E acho bom você pensar em um bom plano, já que não contávamos com a Princesa junto ao Avatar. - meu tio retorna ao assunto do plano.

Meus lábios ficam entreabertos, olho para ele, ele sustenta o meu olhar.

- Sim, tio, já entendi. - digo, ignorando aquele sentimento que estava batendo no meu coração. - Falando nisso, teve alguma notícia dela? - pergunto.

Meu tio endireita as costas e me olha.

- Ouvi um boato de que uma garota com as características físicas dela estava passando pelos vilarejos sem parar e indo em direção ao Reino do Norte, se for verdade, ela deve chegar algumas horas antes de nos lá.

Concordo, tirando aquele sentimento de preocupação sobre meus ombros e talvez do meu coração.

Ouço passos vindo da direção do corredor, eu e meu tio nos encostamos no aço da parede, ele olha para onde está vindo o som e eu também.

- Ai, ficou sabendo? - questiona um dos soldados ao outro.

- Não, o quê? - o segundo pergunta.

- Parece que o General quer a garota que está com o Avatar, aquela que pode controlar o gelo, pelo menos é o que todos estão dizendo. - o primeiro comenta, fazendo meu coração se apertar.

Meu tio me olha, desvio o meu olhar do corredor e olho para o meu tio, ele joga a cabeça um pouco de lado.

- Mas só por causa disso? - questiona o segundo.

- Parece que sim, ou tem mais alguma coisa que ele não está dizendo, acho que ela é mais poderosa que o próprio Avatar. - o primeiro fala.

- Não é nada disso. - um terceiro surge na conversa. - Tem uma lenda de uma garota, a única da família dos Senhores do Gelo que nasceu mulher, dizem também que ela é a descendente do Hazuki.

Um silêncio surge, deixando aquelas últimas palavras no ar.

- Mais um cara foi morto pelo pai do Senhor do Fogo. - olho para o meu tio, seus olhos estão fechados.

- Isso é o que o Senhor do Fogo quer que acreditem. - o terceiro continua. - Dizem, que, na verdade, o Senhor Hazuki está preso em um lugar abaixo do castelo do Senhor do Fogo.

- Claro, só os ossos. - os dois primeiros dão risadas, o terceiro continua.

- Pelo menos é o que dizem.

- Hazuki é do tempo do Avatar, antes desse. - o segundo fala.

- É, mas todos sabem que o novo Avatar é o mesmo daquela época.

Novamente, o silêncio surge entre eles.

- Como é? - os dois primeiros questionam o terceiro ao mesmo tempo.

O silêncio é tomado pelo som dos passos dos soldados, olho para o meu tio que finge que não está me vendo, cruzo os braços.

- Tio! - o chamo, ele me olha. - Por que você a chama de princesa? - questiono, meu tio me olha.