Capítulo 23: A Paciência

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- Seguindo a Passagem Leste, chegamos a Pohuai...

- Príncipe... - meu tio tenta me parar.

- Os arqueiros são perigosos. - continuo. - Mas o Zhao deve posicioná-los perto do Avatar...

Miyuke se solta de mim, virando na minha direção.

- Zuko! - meu tio e Miyuke falam ao mesmo tempo.

Olho para ela, ela está com raiva, ela começa a bater no meu peito, me empurrando para trás.

- Se você tivesse deixado ele ir, nada disso teria acontecido, poderia ter ficado comigo por garantia, o Aang ia voltar... - seguro seus pulsos, lágrimas escorrem por suas bochechas. -, agora ele vai estar um lugar que talvez eu nunca mais o veja.

Ela me olha, parando de me bater, ela se solta das minhas mão e se afasta lentamente.

- Eu vou dar um jeito sozinha de conseguir ele de volta, e quero que fique longe dele. - ela fala com raiva.

Ela some por entre a floresta, me deixando com o meu tio, que estava de cabeça baixa, olho para ele, ele ergue o olhar.

- Primeiro: A Fortaleza Pohuai é impenetrável. - ele me fala, olhando em meus olhos. - E segundo... - ele faz uma pausa, como se tivesse com medo do que ia falar. - Ela está meio certa.

Olho para o meu tio, transmitindo um olhar de dúvida no que ele havia acabado de falar. Miyuke estava certo, meu tio estava certo em vários pontos, mais como eu iria saber que o Zhao estava por perto, no entanto, eu deveria ter suspeitado, ele estava me usando para achar o Avatar e conseguiu, deixei que ele levasse o Avatar com ele.

Olho para onde MIyuke sumiu, ainda podia sentir o frio do lugar feito por ela no momento em que começou a me bater, ela tinha todo esse direito e não séria eu a tirar dela.

Mas uma coisa que não podia deixar de fazer, que era ir atrás do Avatar ou ficar longe dele, não quando ele é minha passagem de volta para a capital.

- Por que acha que o Zhao falou que estava indo lá? - meu tio pergunta, provavelmente percebendo que eu iria achar um jeito de entrar.

E ele estava certo, eu ia dar. Olho para ele, pensando, mas não em sua pergunta, em um plano.

- Ele sabe que atacar seria suicídio. - meu tio continua falando. - Exércitos inteiros já tentaram e fracassaram, não só isso, mas Pohuai fica dentro do território da Nação do Fogo. - ele explica, me dando a localização exata para ir atrás.

No entanto...

- Entrar lá seria uma violação do seu exílio. - meu tio completa, me fazendo temer.

Era isso, ou eu não voltava para casa, o importante era eu não ser pego por nenhum soldado da Nação do Fogo, ou, qualquer outra pessoa que estiver lá dentro.

Nego com a cabeça, me afastando um pouco do meu tio.

- Não me importo! - quase grito.

- Mas Ozai se importa. - meu tio tenta me fazer mudar de ideia. - E se ele descobrir... - meu tio para, segurando as lágrimas que estão em seus olhos.

- Mas o Avatar... - grito, apontando na direção onde a carroça com ele foi.

- Está perdido! - a voz do meu tio instala dentro da minha cabeça, me fazendo voltar a realidade, a qual, eu estava perdendo a chance de voltar para o meu lugar de direito.

Não iria para o Pohuai só por causa do Avatar, mais porque, Miyuke estava indo lá, e se ela fosse pega, seria pressa e morta em seguida, por invadir um lugar da Nação do Fogo. Mesmo ela sendo a última da Nação do Gelo, ela poderia ser muito valiosa para o meu pai, se ele descobrisse, ela poderia conseguir o que a Nação do Fogo nunca conseguiu, destruir a maior nação rival do fogo, a Terra, e seria fácil fazer ela acabar com a Nação da Terra usariam o Avatar para persuadi-la, isso sem dizer nas torturas que meu pai a faria passar para conseguir o que quer.

Fechei os olhos e nego com a cabeça, tentando tirar aquele pensamento da mente, pensar na Miyuke sendo torturada pelo meu pai ou até mesmo pelo Zhao, que disse aquilo para ela e a fez tremer por inteira, já estava me dando uma raiva, que logo explodiria.

Não sei o porquê, mais eu sabia que se eu não fosse atrás dela, ficaria com a ansiedade a mil para saber como ela estaria. Se ela seria pega ou não? Se ela tinha sido entrega para o meu pai conseguir o que quer? Se ela teria sido entregue para o Zhao? Aquele...

Aperto os olhos com mais força, negando aqueles pensamentos intrusivos que estavam ali, piscando em alerta em minha mente.

Abro os olhos e olho para o meu tio, ele coloca uma mão sobre meu ombro.

- Por enquanto. - tenta me consolar.

Fecho as mãos em punho e coloco sobre os olhos, os fechando e apertando para segurar a minha raiva, caminho na direção oposta e grito, tentando não demonstrar minha angústia.

- No momento, Zhao está com a vantagem. - ele continua dizendo nas minhas costas. - Mas, cedo ou tarde, ele vai errar, e essa vai ser a hora de nós agirmos. - completa.

Viro para ele, caminhando em passos pesados. Eu não estava mais ligando para o Avatar, mais para ela. Miyuke estava indo para um terreno onde seria uma presa fácil para a Nação do Fogo. Mas, seria dois coelhos com uma cajadada só.

- Até lá... - ele me faz olhar para ele. - paciência.

O que era uma coisa que eu não tinha. Muito menos agora com a Miyuke indo para lá, aquilo me roeria por dentro e me deixaria apreensivo.

Olho novamente para onde Miyuke entrou, esperando que ela aparecesse, mas, pelo pouco que a conheço, ela já deve estar longe, mais longe do que eu gostaria de pensar.

Meu tio caminha, andando na direção em que a carroça foi, infelizmente, aquele é o único caminho para voltar para o navio, tanto o meu, quanto a do Zhao.

Aquele seria o único jeito, teria que fazer aquilo sozinho, se contasse para o meu tio, ele não deixaria, então, é o único jeito que eu tenho.

A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]Onde histórias criam vida. Descubra agora