Capítulo 5: Uma Nação desconhecida

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    - Pensei que você tinha dito que essa nação estava extinta! - digo ao meu tio, olhando para ele.

    - Sim, mais isso foi antes de ver a garota! - completa.

   Reviro os olhos, logo os fechando. Volto a procurar meu caderno, começando a ficar com raiva. Meu caderno não estava em lugar nenhum pelo quarto, já havia revirado ele de cabo a rabo naquele lugar e nada de achar.

Minha raiva explode, começo a jogar tudo o que vejo pela frente na parede, quebrando os vidros em pedaços e deixando algumas coisas de madeira pela metade. Quando o fogo se apagou a minha volta, meu tio entrou logo em seguida, sentindo o quarto quente devido ao fogo, não me importei com ele, continuei procurando enquanto ele me questionava sobre a garota de cabelos brancos e olhos azuis.

Ela era diferente, tinha que admitir, e aquele poder dela era estranho, nunca tinha visto ninguém soltar gelo na minha vida, até onde eu sabia eles eram lendas entre os dobradores do fogo, assim como os dobradores de água que existiam espalhados por todo o mundo, muitos conseguiam esconder os seus poderes, outros como a nação do Fogo e da Terra ainda lutavam um contra o outro para ter poder e do ar havia sido extinto pelo meu avô, mas não há nada sobre a nação do gelo, nenhuma prova de que eles existiram ou se eram vivos na época de algum líder na nação do fogo.

Outros dizem que a nação do gelo morreu junto com o último Avatar do fogo, meu bisavô. Dizem que a Nação do Fogo se irritou com eles e os mataram sem poderem se defender, outros dizem que eles nunca sequer existiram, já eu digo que estava confuso, já que vi perfeitamente gelo saindo de suas mãos sem o sopro dos dobradores de água.

- Uma hora vai aparecer. - foi a voz do meu tio que me despertou dos meus pensamentos.

Tão concentrado nos meus pensamentos que nem vi que ainda jogava as coisas pelo quarto, procurando o meu caderno, tinha muitas coisas naquele caderno, ele não era simples, era o meu diário, com todos os avatares que já existiram desenhados e catalogados lá.

- Você deve ter guardado no lugar errado. - ele continua, jogo a madeira na parede a minha frente. - E não se esqueça: não foi o caderno que achou o Avatar, foi você. - meu tio comenta.

Ele tinha razão, eu havia encontrado o Avatar, mesmo assim, minha raiva explode, chuto um balde que estava perto da cama, espalho os papiros pelo chão, pegando outros baús pequenos e os virando de ponta cabeça.

- O caderno pode ser útil para organizar pensamentos... - jogo a última coisa que vejo na parede, paro de frente para ela, olho para o chão, fecho os olhos e aperto as mãos em punho na lateral do corpo, ouvindo meu tio. - ,mas foi seu esforço que te levou ao Avatar. - não era isso que me preocupava, no caderno tinha minhas anotações e, por algum motivo, o desenho da garota além do que eu havia feito nos papéis separados.

Mesmo assim, me preocupou pensar se alguém visse o meu caderno, acharia estranho ter uma garota que não era o Avatar nele, sendo que o resto era os Avatares anteriores.

- Ele fugiu! - digo, virando para ele, gritando, com as mãos erguidas.

Ele me encara e eu faço o mesmo.

- O guerreiro supremo! - aponto para a pintura dele na parede do meu quarto, como se tivesse apontando para ele, caminho na direção do meu tio, com raiva. - Ele é um covarde! - digo com a maior certeza que eu tinha.

- Bom, isso eu já não sei. - é a única coisa que meu tio diz. - O que eu sei é que esse Avatar não é o que você ou qualquer outra pessoa esperava. - ele diz, me olhando. - Ainda mais, se eu estiver certo, ele tem uma protetora.

Desvio minha atenção para o lado, no entanto, suas palavras finais me fizeram ficar calmo, ele se referia à garota de olhos azuis, viro para a mesa de desenhos, ranjo os dentes de raiva e apoio minhas mãos sobre a mesa, olhando para a parede, passo a língua dentro da boca, respirando fundo.

- Uma protetora? - questiono a ele.

Ouço ele dar passos para ajeitar a postura, não olho para ele, continuo analisando as pinturas na parede.

- Sim, de acordo com os mitos, todos os Avatares tinham seus protetores, todos da nação do gelo! - ele explica.

Pisco, respirando fundo, acalmando minha raiva.

- Bem, não dá para saber se ela é protetora dele ou não até achar ele. E eu vou achar! - completo, virando para ele. - Ainda sou herdeiro do trono, isso serve de alguma coisa. - continuo. - Até nesse lixo de fim de mundo. - volto a apoiar meu corpo na beirada da mesa.

- Serve. E, nesse caso, é justamente por estarmos em um lugar isolado do mundo que nos temos a vantagem. - ele explica, se aproximando de mim.

Olho para ele sem entender no que ele estava falando. Aquele lugar era literalmente o fim de mundo e como eu poderia estar em vantagem?

- Em quantos lugares será que o Avatar pode se esconder? - me questiona, seu olhar vai em direção à parede.

Acompanho o seu olhar, percebo que ele olha para mapa atrás dos desenhos, jogo minha cabeça de lado, olho para todos os pontos que consigo, estávamos próximos de um estaleiro e de um vilarejo da nação do Fogo.

Improvável que o Avatar tenha ido direto para a presa nesse quesito, no entanto, seu bisão teria que fazer uma parada para descansar e ele para descobrir o que precisa para achar a direção da nação do Água do Norte.

De qualquer modo, ele teria que parar, perto ou não da nação do Fogo, ele teria que achar um jeito de conseguir informações, assim como eu e meu tio, mesmo sem meu caderno. A próxima parada teria que procurar um novo que alguém vendesse e as cores de que eu precisava. Assim como teria que questionar aos moradores se eles não viram nada de estranho na rotina deles, o que não seria difícil se a vida deles fosse pacata.

Meu tio foi o que mais se animou nesse momento, ele sabia exatamente para onde estávamos indo, ele começou a falar sobre algo que queria comprar quando saiu do meu quarto.

Ainda apoiado com o meu corpo na mesa, desço o olhar para os desenhos sobre a minha mesa, olho para o desenho da garota, perfeitamente desenhado com as características dela de que eu me lembrava.

A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]Onde histórias criam vida. Descubra agora