A PROTETORA DO AVATAR - [ZUKO]

Capítulo 14: A Garota de Pano Cinza

Andando pelas barracas, a cada dois passos, meu tio parava para olhar o que estava sendo vendido, já eu olhava nos arredores, procurando novamente a garota de cabelos brancos.

Alguns entram na minha frente, às vezes parando para conversar, quando via a aproximação de soldados, fingia estar interessado na mesma coisa que meu tio, logo que eles passavam, eu voltava a olhar em volta.

A garota passa por entre alguns soldados junto com a garota de cabelos escuros, ambas indo na mesma direção.

- Tio, me espera aqui. - digo, sem saber se ele havia ouvido ou não.

Passo pelas pessoas, algumas esbarrando em mim, e outras agindo como se eu fosse algum comprador, após ignorar todos, passo por alguns guardas de cabeça baixa, mais a frente, a Protetora com o cabelo solto olha para frente, entre as barracas, ela usava um manto cinza, que se destacava no azul-escuro da sua roupa, ao seu lado, a garota de cabelos escuros e de transa, usava uma roupa parecida com o da Protetora.

Me aproximo, parando atrás da Protetora, alguns centímetros mais atrás, esperando para o que ela iria fazer. Poderia ter puxado ela, ter levado ela para algum canto e feito me dizer onde o Avatar estava. Mas ela era boa de luta e tinha o poder do gelo, não poderia usar o poder do fogo no meio dessa multidão.

- Miyuke, eu não estou achando eles. - a garota ao seu lado era quase do mesmo tamanho que ela, mas Miyuke era menor.

- Vamos dar mais uma olhada, Katara, eles vão aparecer. - Miyuke incentivou a amiga, com uma voz doce e amigável, um tom de voz que eu jamais escutarei.

Katara olha em volta, enquanto Miyuke ainda olhava para frente. Ela olha para algo além de mim, como se não me visse ali, e eu, como se não a visse, já que meu olhar continuava em Miyuke.

Miyuke, um nome raro, um nome que vinha de origem da Nação do Fogo, assim como o meu. Miyuke, seu nome começava a rodear minha mente, cada letra sendo dita pela primeira vez em minha mente.

- Miyuke! - o chamado da Katara me fez despertar dos meus pensamentos. - Achei eles.

Miyuke a olhou, logo sendo puxada por Katara, virando na minha direção. Os olhos azuis dela se encontraram com os meus rapidamente, não consegui desviar o olhar, ela esbarrou em meu ombro, me fazendo virar um pouco. O pano em volta do seu pescoço voou para trás, ergui a mão, acompanhando o movimento do pano, sentido ele deslizar por entre meus dedos. Assim que viro para olhá-la, o pano desliza da minha mão e ela olha para trás, me olhando.

- Desculpa! - ela grita, por entre as multidões.

Movimento minhas pernas, voltando para o meu tio, sem tirar os olhos da Miyuke. Meu tio se aproxima de mim, sinto o seu olhar.

- Vamos! - o chamo sem olhar para ele.

Passo por entre as pessoas, seguindo as duas, elas pareciam que estava com pressa, mesmo assim, eu e meu tio conseguíamos acompanhar elas, desviando de algumas pessoas e outros comerciantes, não vi a presença dos soldados se aproximando até meu tio segurar meu braço, paro de andar e viramos o corpo, desejando que eles passem rápido, assim que olho sobre o ombro, a última coisa que vejo é o cabelo dela balançando contra o vento para trás dos ombros e seu pano acompanhando os movimentos.

Passo por algumas barracas, me enfiando entre alguns caixotes, paro de andar, vendo que Miyuke e Katara estão paradas, conversando com um rapaz, provavelmente da minha idade, elas conversão sobre algo, não consigo ouvir muito bem, já que o som dos passos atrás de nos é muito maior do que das conversas dos três.

- Missão? Que missão? - ouço a voz da Katara.

- O que vocês estão planejando? - a voz da Miyuke está firme, como se tivesse cuidado com o que iria dizer.