capítulo 2

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Voltava do meu estágio e meu celular vibrava com as mensagens de Camila. Subi as escadas correndo e entrei no meu apartamento, fechando a porta atrás de mim. Arrumei o cabelo e passei um batom claro nos lábios, deixando-os rosados de maneira natural, e usei apenas rímel nos olhos.

Pego um vestido brilhoso que destacava os seios, o único detalhe além do brilho que, dependendo da luz, oscilava entre dourado e rosa. O vestido não era apertado, mas sim solto em meu corpo. Eu era magra, magra ao ponto de ter um espaço entre minhas coxas — espaço que eu não gosto, mas em compensação, minha cintura é fina e meu quadril levemente grande. Não tenho a maior bunda, mas ela está lá, sabe aquela bunda que tem sua relevância. Meus seios não são os maiores, mas são firmes e arredondados. Camila os apelidou de “seios de atriz pornô”.

Com o vestido em meu corpo, me olho no espelho e até que gosto do que vejo. Coloco um salto fino que era capaz de matar um homem. Pego uma bolsa e coloco um batom, um spray de pimenta — nunca se sabe quando vamos encontrar um engraçadinho — e, por fim, meus documentos. Pego meu celular e vejo uma ligação de Liam e uma mensagem avisando que me esperava do lado de fora.

Desço as escadas com cuidado para não morrer antes de me divertir um pouco. Assim que saio, vejo o carro de Liam e ele encostado nele.

— Caralho, achei que tinha morrido, já ia chamar a polícia — ele exagera, fazendo uma careta.

— Você sabe que eu demoro para sair. Mas e aí, como estou? — pergunto, dando uma voltinha.

— O mesmo, só que arrumada — ele sorri. — Tô brincando, sua bicuda, tá bonita.

— Bicuda é o seu cu — eu rio, e entro no carro.

O caminho até a boate foi repleto de implicância. Assim que encontramos uma vaga, fomos até a fila e encontramos Camila mais à frente, quase entrando. Quem nunca furou a fila não sabe o que é ser odiado.

— Oi, meus amores — disse Camila, nos cumprimentando com um abraço. — Se vocês não morrerem aqui, vão morrer quando saírem. Nunca escutei tanto palavrão como escutei agora.

— Se morrermos, vamos voltar para ser seu encosto — Liam fala, e Camila faz uma cara feia.

— Se você vier ser meu encosto, vai me ver transando — Liam arregala os olhos, com um misto de surpresa e nojo.

— Pensando melhor, eu não quero ver você transando — ele fecha a cara. — Meu Deus, que imagem horrível você colocou na minha cabeça, dá até ânsia.

— Ah, para, eu até que sou bonitinha transando — Camila diz, e Liam faz uma careta de nojo. — Credo, quem vê isso vai achar que você é gay.

— Para vocês duas eu sou gay — ele fala, nos olhando com uma expressão de resignação.

— Estou começando a achar que é mesmo — falo, com um tom de provocação. — Até queria dar para o nosso professor bonitão.

— Eu sabia! Admitiu que achou ele bonito — Liam se diverte, e eu reviro os olhos.

Fingi não escutar seu comentário e entreguei minha identidade para o segurança. Entramos na boate e, por um momento, fiquei surda com a altura da música. Depois de uma hora, eu já tinha perdido meus amigos de vista, mas não demorou para encontrá-los e ver que cada um estava beijando alguém. Fui até o bar e pedi uma bebida, encolhendo os ombros e me sentindo deslocada.

— Senhorita Le Blanc? — Olhei para o lado e vi meu professor, Dante.

— Professor Dante — falei, e ele me deu um sorriso de lado, quase provocador. — O que faz aqui?

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora