Apenas sexo. É o que Dante pretende. Poderia transar e saciar minha sede, uma única noite e nada mais que isso. Só isso. Meu Deus, Escarlatte, no que você se meteu?
Minha cabeça girava e minha atenção era tomada pelas lembranças. Como vou encarar Dante hoje? Fingir que nada aconteceu não é uma opção, pois sabemos exatamente o que queremos, e isso está mais do que claro.
Levantei da cama e dei passos pesados até o banheiro. Nem a água gelada conseguiu reorganizar minha mente. Peguei uma calça preta de alfaiataria, uma blusa de manga longa branca e, por fim, um salto. Meu reflexo no espelho era aceitável. Peguei minha bolsa e caminhei em direção à porta.
— Bom dia, Charles. — falei ao passar por ele, e ele me respondeu com um gentil "Bom dia, Scar". Não prolonguei o assunto hoje, pois meu tempo estava curto. Caminhei pela calçada mais pensativa do que nunca, mais confusa e silenciosa.
Cheguei na faculdade e entrei na sala. A porta estava aberta como de costume. Alguns alunos estavam em sala, mas nenhum era Liam. Me sentei no meu lugar de sempre e, quando estava prestes a pegar o celular para mandar uma mensagem para Liam, mas o mesmo entrou na mesma hora e veio ao meu encontro.
— Olha só quem chegou no horário. — Sorri ao ver Liam, que se sentou ao meu lado. — O que conta de novo?
Se eu te contar tudo, você vai rir da minha cara, me chamar de burra e me matar por esconder isso de você.
— Nenhuma novidade e você? — Quando ele abriu a boca para falar, fomos interrompidos pela porta da sala se fechando. Dante entrou com sua típica carranca, e Liam fez uma careta, como se dissesse "alguém teve uma noite ruim".
A aula começou e, enquanto Dante falava, comecei a perceber seus olhares discretos em minha direção. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, eu sentia uma mistura de excitação e desconforto. A tensão era palpável, e a presença dele tornava cada momento na sala de aula mais difícil de suportar. Tentava me concentrar nas palavras de Dante, mas a carga emocional desses olhares tornava a tarefa quase impossível.
A excitação que sentia era exaustiva. Cada olhar de Dante parecia me atingir diretamente, como se ele soubesse exatamente o efeito que estava causando. O simples fato de ele estar lá, a apenas alguns metros de distância, fazia meu coração acelerar e minha mente se desviar do conteúdo da aula. Sentia o peso da situação e a expectativa de nossos próximos encontros.
Quando Dante fez uma pausa na aula, inclinou-se discretamente em minha direção e murmurou baixinho:
— Não se esqueça do que combinamos.
Seu tom suave e a carga de significado em suas palavras fizeram meu estômago revirar. O calor crescente em meu rosto e a percepção da complexidade da situação estavam me atormentando.
A aula dele se encerrou e eu estava pronta para escapar. Caminhei rapidamente até o corredor, tentando ignorar os olhares curiosos dos colegas. Respirei fundo e me dirigi ao banheiro para tentar recuperar a compostura.
Dentro do banheiro, lavei o rosto e olhei para o espelho. Tentava entender por que estava tão envolvida emocionalmente nessa situação. A ideia de ter um relacionamento apenas de sexo com Dante parecia simples na teoria, mas na prática estava se revelando muito mais complicada. O medo de ser descoberta e o medo de ambos saírem prejudicados me atormentava, mais que a excitação que sentia.
Quando saí do banheiro, encontrei Liam novamente, que parecia ainda mais curioso.
— Você está bem? — perguntou com um tom preocupado.
— Sim, só estou um pouco cansada. — respondi, tentando manter a calma.
— Se precisar de algo, me avise, tá? — ele sorriu de maneira amigável.
— Obrigada, Liam. — respondi, aliviada com a oferta de apoio.
Seguimos para a aula com a professora Carla, que atuava como advogada há 20 anos e era uma excelente professora. Dou graças por hoje ser apenas uma aula com Dante. O restante das aulas seguiram tranquilas até que, ao final do dia, encontrei Dante próximo ao portão da universidade. Eu estava apressada para não chegar atrasada ao meu estágio e na esperança de fugir dele, coisa que não deu certo.
— Escarlatte. — parei ao ser chamada.
— Professor. — falei, me virando para encará-lo. — Precisa de algo?
— Precisamos conversar sobre o que aconteceu. — Dante disse, mantendo o tom discreto. — Posso ir até sua casa para conversarmos?
— Tenho estágio agora. Vou chegar às 19:30 em casa. Pode ir às 20 horas? — ele assentiu e fez o caminho oposto ao meu.
Caminhei para o estágio, o peso da conversa pendente com Dante me acompanhando.
Tento me concentrar no estágio, mas a mente ainda estava tomada pelas complicações que surgiram com Dante. O trabalho era uma distração bem-vinda, ajudando a afastar um pouco a ansiedade que me consumia. À medida que o horário se aproximava, minha mente vagava para o encontro que se seguiria.Cheguei em casa às 19:38, exausta, mas com a mente ainda fervendo com pensamentos sobre o que aconteceu. A primeira coisa que fiz foi me dirigir ao banheiro. Enchi a banheira com água quente e despejei algumas gotas de óleo essencial de lavanda. O calor e o aroma me ajudaram a relaxar, aliviando um pouco a tensão que estava me consumindo.
Depois do banho, me vesti com roupas confortáveis. Optei por leggings cinza e uma blusa de algodão branca, um pouco mais larga, e por cima, um cardigã cinza claro, macio e quente. O conjunto era simples, mas me fazia sentir bem, confortável para a noite que se aproximava.
Às 20:00, o interfone tocou e meu coração disparou. Respirei fundo e fui até a porta. Quando a abri, lá estava Dante, com uma expressão que misturava seriedade e um leve sorriso.
— Olá, Dante. — disse, tentando manter a voz firme. — Entre, por favor.
Ele entrou e eu fechei a porta atrás dele. A tensão era palpável, mas tentei agir com naturalidade.
— Vou preparar algo para beber. — ofereci. — O que você gostaria?
— Apenas água está ótimo. — respondeu ele, observando-me com um olhar curioso.
Fui até a cozinha, peguei dois copos e os enchi com água. Enquanto fazia isso, me forcei a não pensar muito no que estava por vir. Precisávamos discutir os limites e garantir que não comprometeríamos nossas vidas pessoais e profissionais.
Voltei para a sala com os copos e entreguei um para Dante. Sentamos no sofá, e o ambiente estava carregado de uma tensão silenciosa. Sabia que o que estava prestes a acontecer mudaria a nossa dinâmica, e precisava enfrentar isso com clareza e maturidade.
— Então, Dante, sobre o que precisamos conversar... — comecei, tentando manter a calma e o foco.
Dante acenou com a cabeça em sinal de compreensão, e começamos a discutir as regras e expectativas. Era crucial para mim que estabelecêssemos um acordo claro, para que nosso relacionamento, embora baseado em sexo, não afetasse negativamente nossas vidas.

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O Fruto Proibido
Любовные романыScarlatte vive uma vida dupla entre os corredores de uma prestigiada faculdade de Direito e seu estágio em um renomado escritório de advocacia. Inteligente e determinada, ela sonha com uma carreira de sucesso, mas seus planos começam a desmoronar qu...