Meu coração acelerava enquanto Dante me penetrava lentamente, suas mãos seguravam as minhas em um gesto de tranquilidade. Sabíamos o quanto era errado nosso envolvimento, mas a proximidade entre nós era inevitável, quase como se fosse uma força que não pudéssemos controlar.
Meus gemidos escapavam baixos, mas constantes, enquanto nossos olhos permaneciam fixos um no outro. Pela primeira vez, eu não estava apenas transando; estava fazendo amor. Era calmo, leve e incrivelmente prazeroso. Dante se inclinou para me beijar, e eu, já viciada no sabor de seus lábios, me entreguei completamente.
O tempo parecia suspenso ao nosso redor. Nada mais importava além de nós dois naquele momento. Era como se estivéssemos em nosso próprio universo, livre de preocupações, onde a realidade não conseguia nos tocar. Nossos corpos se moviam em perfeita harmonia, como se já soubessem o que o outro precisava.
Dante começou a aumentar o ritmo, penetrando-me com mais intensidade, mas sem perder o ritmo suave que havíamos estabelecido. Meu coração batia tão forte que parecia que ia saltar do peito, e o desejo queimava em mim como uma chama insaciável. Eu sabia que estava me afundando cada vez mais nesse envolvimento perigoso, mas não conseguia resistir. Tentei de todas as formas me afastar dele, mas no dia seguinte, sempre acabávamos de volta no mesmo lugar, como se algo maior nos puxasse um para o outro.
Ele beijava meu pescoço, arrancando suspiros de prazer e fazendo minha pele formigar com cada toque. Meus gemidos, embora controlados, preenchiam o ambiente, ecoando entre nós dois. Meu corpo ansiava por mais de Dante, implorava por mais. E ele sabia disso. Sentia meu clímax se aproximando.
— Dante... — chamei por ele, quase como um pedido de socorro, um pedido de mais.
— Eu sei... — respondeu, ofegante, com a respiração tão descompassada quanto a minha.
Apertei sua mão com força quando meu corpo finalmente cedeu ao clímax, curvando minha coluna em resposta ao prazer que me dominava. Cada fibra do meu ser queimava com a intensidade do momento. Ele continuou a me penetrar por mais alguns instantes, até que seu próprio clímax chegou, e nós dois desmoronamos, exaustos e satisfeitos.
— Isso foi... — comecei, ainda recuperando o fôlego, minha mente tentando formar pensamentos coerentes.
— Incrível... — completou Dante, deitando-se ao meu lado, com a mesma expressão de contentamento. Por um segundo, me permiti sonhar que aquilo era normal. Que éramos apenas duas pessoas comuns, que se conheceram por acaso em uma cafeteria e que não precisavam se esconder. Mas essa não era nossa realidade. Ele era meu professor, sócio da advocacia onde eu trabalhava, e, claro, amigo do meu pai.
— Que foi? — perguntou, percebendo provavelmente a mudança na minha expressão.
— Nada — respondi, fazendo uma pausa breve antes de continuar. — Só pensando nisso tudo.
— Entendi. Sei que o certo seria pararmos com isso... — ele começou, mas o interrompi, colocando a mão sobre seus lábios.
— Não estraga trazendo a realidade para cá. — Ele me abraçou, e, por um instante, eu pude relaxar. Mas foi só por um instante, até que meus olhos captaram o relógio ao lado da cama. 11:45. Me desvencilhei dos braços dele num pulo, quase o assustando.
— O que foi? — ele perguntou, confuso.
— A reunião, Dante! — exclamei, quase sem fôlego. — Eu tenho que chegar cedo para organizar as coisas, afinal, quem vai apresentar para o novo cliente sou eu!
— Merda, eu também tenho que estar lá! — Ele se levantou num salto, vestindo as roupas às pressas, de forma completamente desajeitada. Antes de abrir a porta para sair, voltou para me dar um beijo, dessa vez urgente, mas igualmente fervoroso. — Eu vou para casa me arrumar. Não posso aparecer lá desse jeito.
— Vai logo, antes que se atrase mais ainda! — ri, enquanto ele saía pela porta, ainda abotoando a camisa. Corri para o banheiro para tomar um banho rápido. Ao sair, quase escorreguei no chão molhado, mas consegui me equilibrar no batente da porta. Vesti uma calça social preta, uma camisa branca, e joguei um blazer preto por cima. Nos pés, um escarpã também preto, discreto mas elegante. Penteei o cabelo, desfazendo os nós que Dante deixara, e o prendi em um coque firme. Coloquei os brincos rapidamente, catei o celular e ignorei as mensagens de Camila, Sofia e Liam. Chamei um Uber, que chegou em poucos minutos.
Enquanto me dirigia para o escritório, minha mente estava a mil. O calor do encontro com Dante ainda queimava em minha pele, mas eu precisava me concentrar. A reunião com o novo cliente era crucial, e eu seria a responsável pela apresentação. Cada detalhe estava claro na minha cabeça, e apesar de toda a distração recente, sabia que poderia entregar algo impecável.
Assim que entrei no prédio da advocacia, cumprimentei rapidamente os colegas e fui direto para a sala de reuniões. Não tinha tempo a perder. A sala já estava quase pronta, as persianas abertas deixando a luz suave do fim da manhã iluminar o ambiente, criando um clima de formalidade acolhedora. A mesa de vidro brilhava impecável, e no centro estava o material impresso que eu havia preparado na noite anterior.
Dante chegou pouco tempo depois, parecendo composto e tão profissional quanto sempre. Mal pude acreditar que, há poucos minutos, estávamos nos perdendo um no outro, e agora ele estava ali, vestindo sua máscara de seriedade habitual.
— Está pronta? — ele perguntou, sem me encarar por muito tempo.
— Sempre — respondi, controlando o sorriso que queria escapar.
Os outros advogados começaram a chegar, e logo a sala estava cheia de murmúrios. O cliente, o CEO de uma grande empresa estrangeira que estava pensando em expandir para o mercado português, chegou logo depois. Ele era um homem de meia-idade, de expressão dura e calculista. Seu interesse pela expansão parecia sério, e tudo o que nós dissermos ali poderia definir o futuro dessa relação comercial.
Quando todos se sentaram, levantei-me para iniciar a apresentação. Aquele momento era meu, e eu estava confiante. Senti o olhar de Dante sobre mim, mas ele sabia o quanto eu me preparara para aquilo. Inspirei fundo e comecei.
— Boa tarde, senhoras e senhores. Hoje iremos discutir as estratégias de implementação e os riscos jurídicos de uma expansão empresarial para o mercado português. Como vocês já devem saber, as leis aqui possuem nuances importantes que podem impactar diretamente no sucesso do empreendimento, e é isso que irei abordar.
Enquanto falava, meus olhos varriam a sala, observando as reações. O cliente ouvia com atenção, seu olhar cravado nos slides que eu passava. Minhas mãos estavam firmes, e minha voz saiu clara e controlada, como se todos os preparativos da noite anterior tivessem sido perfeitamente ensaiados para este momento.
Passei pelos pontos-chave com fluidez: leis trabalhistas, direitos de propriedade intelectual e as diferentes regulações fiscais que poderiam impactar o negócio. A cada nova informação que eu oferecia, o cliente parecia mais interessado, e eu podia ver que minhas palavras estavam fazendo a diferença.
— Com base nas análises, nossa recomendação é que vocês comecem com um investimento moderado em lojas físicas, seguido por uma expansão gradual. Além disso, a criação de uma filial própria em Lisboa será crucial para garantir que o controle da operação permaneça firme nas mãos da empresa — conclui, olhando diretamente para o CEO, que assentiu levemente.
Ele fez algumas perguntas técnicas, e eu respondi com segurança. Sabia que não havia nada que eu não estivesse preparada para enfrentar. No final, ele olhou para Dante e para os outros sócios.
— Fico impressionado com a profundidade da análise. Parece que estarei em boas mãos com a equipe de vocês — disse, com um sorriso discreto.
Assim que ele saiu, a sala começou a se esvaziar. Dante e eu trocamos olhares rápidos, ainda profissionais, mas ambos sabíamos que havíamos passado por uma manhã intensa, tanto pessoal quanto profissionalmente.
Quando o último advogado saiu, ele se aproximou de mim.
— Você foi perfeita lá dentro — elogiou, baixinho.
— Não seria tão fácil sem você para me distrair de vez em quando — brinquei, arqueando uma sobrancelha.
Ele sorriu, mas não disse mais nada. Apenas me lançou um olhar que dizia muito mais do que qualquer palavra poderia transmitir. Naquele instante, soube que, por mais que tentássemos manter nossa vida profissional separada da pessoal, estávamos cada vez mais entrelaçados em ambas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Fruto Proibido
RomanceScarlatte vive uma vida dupla entre os corredores de uma prestigiada faculdade de Direito e seu estágio em um renomado escritório de advocacia. Inteligente e determinada, ela sonha com uma carreira de sucesso, mas seus planos começam a desmoronar qu...