capítulo 19

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Apenas nós dois, completamente nus, trocando carícias. A mão de Dante acariciava gentilmente meu rosto, e me permiti fechar os olhos, aproveitando o momento. Ele se inclinou, beijando meus lábios com suavidade, e depois afastou-se o suficiente para unir nossas testas. Um ato simples, mas cheio de significado. Estávamos na cozinha, preparando o almoço. Na verdade, Dante estava cozinhando, enquanto eu estava sentada na cadeira, observando e dando palpites só para desconcentrá-lo.

— Continua, senhorita Scarllete, e vai acabar comendo uma comida sem sabor e queimada — falou ele, tirando o macarrão do fogo, sem esconder o sorriso nos lábios.

— Só estou dizendo que você está fazendo errado, e que não é assim que se faz — retruquei, cruzando os braços, num tom provocativo.

Ele se virou para me encarar, erguendo a panela de macarrão como se me desafiasse.

— Quer fazer, então? — perguntou, um brilho de diversão nos olhos.

— Muito obrigada, vou fazer o suco — respondi, me levantando e indo até a geladeira. Peguei alguns morangos, sentindo o olhar de Dante queimando em minhas costas.

— Que foi, Dante? — perguntei, me virando para ele.

— Nada — disse ele, voltando sua atenção ao molho, mas não sem soltar um comentário casual. — Só um palpite... se colocar hortelã no suco, fica bom.

— Hortelã com morango? Está querendo dizer que gosta disso? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Gosto — respondeu, me olhando por cima do ombro com um sorriso contido.

Abri a geladeira novamente e peguei algumas folhas de hortelã, jogando um olhar para ele. Dante sorriu como uma criança que acaba de ganhar um brinquedo novo, e esse gesto bobo me fez rir baixinho.

— Tá bom, senhor refinado, vamos de morango com hortelã hoje — brinquei, enquanto lavava as frutas. Ele se aproximou por trás, deslizando as mãos pela minha cintura, seus lábios roçando meu ombro.

— Fico grato pela consideração — murmurou perto do meu ouvido, sua voz baixa e provocante, o que fez meu corpo reagir instantaneamente.

— Vai terminar de cozinhar ou vamos ficar sem almoço? — provoquei, tentando manter o tom leve apesar do calor que subia por mim.

Ele riu, beijando minha nuca antes de voltar ao fogão, mexendo o molho com uma casualidade que me fazia pensar se ele também estava sentindo a mesma eletricidade que eu.

— Sabe... — começou ele, enquanto mexia a panela. — Gosto dessas coisas simples com você. Parece que tudo fica mais leve.

Olhei para ele, tentando decifrar seu tom. Havia algo nas palavras de Dante que me desarmava. Não sabia o que responder, então apenas sorri, voltando minha atenção ao suco. Dentro da simplicidade daquela cena, me dei conta do quanto ele tinha se tornado uma parte importante da minha vida.

Depois de alguns minutos, o almoço estava pronto, e Dante trouxe a panela com o macarrão à mesa, enquanto eu colocava o suco em dois copos. O aroma do molho, misturado ao frescor do suco de morango com hortelã, criava uma atmosfera reconfortante. Sentei à mesa, observando Dante servir nossos pratos, com aquele olhar satisfeito de quem havia vencido o desafio.

— Eu disse que ficaria bom — comentou ele, pegando o garfo com um sorriso vitorioso.

— Ainda não provei, não se vanglorie antes da hora — provoquei, dando uma primeira garfada no macarrão. O sabor realmente estava delicioso, mas eu não ia dar o braço a torcer tão fácil. — Hmm... Não está mal, devo admitir.

O Fruto ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora