Acordar sem o calor do corpo dele ao meu lado me trouxe uma estranha sensação de vazio. Sentei-me na cama, esfregando os olhos, enquanto o cheiro do café recém-passado invadia o quarto. Era reconfortante, familiar. Levantei-me, indo direto ao banheiro para tomar um banho rápido e escovar os dentes, tentando afastar a letargia da manhã.
Quando saí, vesti uma peça de roupa qualquer e segui o cheiro de café, só para me deparar com uma cena que fez meu coração acelerar. Dante estava encostado no balcão da cozinha, vestindo apenas uma calça de moletom preta, segurando uma xícara de café com a mão firme. Ele olhava pela janela, absorto na paisagem do lado de fora, com uma tranquilidade que raramente vi nele.
Fiquei ali por um minuto, apenas observando. Havia algo incrivelmente sensual naquela imagem: a maneira como seus músculos relaxavam sob a luz suave da manhã, a serenidade no seu rosto, a forma casual e despretensiosa com que ele parecia pertencer àquele momento. Mordi o lábio, tentando conter o calor que subia rapidamente pelo meu corpo.
Ele era uma mistura de mistério e intensidade que sempre me atraía, e agora, vendo-o tão à vontade, essa atração parecia ainda mais poderosa.
- Bom dia - falei, minha voz rouca do sono, tentando não soar tão afetada quanto me sentia.
Ele se virou lentamente, um leve sorriso curvando seus lábios ao me ver.
- Bom dia, dorminhoca - respondeu, sua voz baixa e suave, enquanto dava um gole no café. - Dormiu bem?
- Com certeza, mas estou sentindo falta de você na cama - brinquei, caminhando em sua direção.
Ele riu, colocando a xícara na bancada e se afastando da janela para se aproximar de mim. - Achei que precisava de um café antes de qualquer coisa.
- Não antes de você - sussurrei, passando os braços ao redor do seu pescoço e encostando meu corpo no dele.
Dante segurou minha cintura, seus olhos me estudando com uma intensidade que fez meu coração acelerar ainda mais. O silêncio que se seguiu era confortável, cheio de promessas silenciosas. Estávamos ali, apenas nós dois, sem pressa, sem preocupações.
- Então, o que você quer fazer hoje? - ele perguntou, sua voz baixa e rouca perto do meu ouvido, o que me fez sentir um arrepio na espinha.
- Não sei... - respondi, mordendo levemente o lábio, encarando seus olhos. - Talvez a gente possa começar o dia de forma lenta... - completei, me inclinando para beijá-lo.
Dante retribuiu meu beijo com uma intensidade crescente, as mãos dele se movendo lentamente pelas minhas costas, me puxando para mais perto, como se ele também não quisesse abrir mão daquele momento. O calor de nossos corpos era um contraste delicioso com o frescor da manhã. Sua boca explorava a minha com uma precisão que já conhecia meu ritmo, minhas vontades.
- Eu gosto desse seu jeito... - murmurou, com os lábios roçando os meus, e um sorriso brincando no canto de sua boca.
- Que jeito? - perguntei, sem fôlego, enquanto passava os dedos pelo seu peito.
- De me tentar... - Ele me puxou ainda mais para perto, inclinando a cabeça para me olhar bem nos olhos. - Mesmo sem dizer uma palavra.
Sorri, me sentindo mais confiante, sabendo o efeito que eu tinha sobre ele. Isso sempre me dava uma sensação de poder, como se eu estivesse no controle de algo que, no fundo, sempre soube que era incontrolável.
- Talvez seja só você me lendo muito bem - respondi, provocativa, beijando o canto da sua boca antes de me afastar lentamente e me sentar no balcão da cozinha, cruzando as pernas com casualidade.
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O Fruto Proibido
RomanceScarlatte vive uma vida dupla entre os corredores de uma prestigiada faculdade de Direito e seu estágio em um renomado escritório de advocacia. Inteligente e determinada, ela sonha com uma carreira de sucesso, mas seus planos começam a desmoronar qu...