Meus olhos não acreditavam no que viam: meu pai e meu professor, Dante, eram amigos. A naturalidade com que conversavam demonstrava uma amizade antiga e profunda.— Não sei se dá aula para ela, mas esta é minha filha, Scarlatte — meu pai me tirou dos pensamentos ao mencionar meu nome.
— Claro que conheço, sou o professor dela... — Dante olhou para o relógio com uma expressão distraída. — Bom, vamos marcar alguma coisa. Agora eu tenho que dar aula e sua filha tem que estar na sala em menos de dez minutos.
— Que tal um jantar hoje? — sugeriu meu pai. — Precisamos conversar.
— Ok, mas agora eu tenho que ir — Dante respondeu, se virando e indo em direção às salas.
— Pai, mãe, eu já vou entrar — falei, me virando para vê-los. Percebi a expressão de desagrado da minha mãe; sua antipatia por Dante era clara.
— Sério, Thomas? Você sabe que eu não gosto dele e ainda assim o convida para um jantar? — reclamou minha mãe, a frustração evidente em sua voz.
— Ele é meu amigo, e você nunca explicou claramente o motivo de não gostar dele. Filha, vou buscar você para o jantar. — Meu pai disse com um tom que não admitia discussão.
— Está bem, tchau. Tenho que entrar agora — falei, dando as costas e seguindo na direção onde Dante havia ido.
Ao entrar na sala, Dante me lançou um olhar breve, mas logo desviou, concentrando-se no quadro. Me sentei e tentei me concentrar na aula, mas era impossível não notar a tensão entre nós. Nossos olhares se encontravam ocasionalmente, e eu sentia um tumulto no estômago. Mordi os lábios para me controlar, mas era claro que minha atração por ele estava crescendo. A ideia de um relacionamento com ele, sendo amigo do meu pai e meu professor, era irresistivelmente proibida e, portanto, ainda mais tentadora. Fechei os olhos, tentando bloquear esses pensamentos, e quando os abri, me deparei com o sorriso discreto de Dante, que parecia conhecer o efeito que tinha sobre mim.
Quando a aula terminou, saí rapidamente, buscando refúgio no banheiro. Coloquei minhas mãos no mármore frio e me olhei no espelho. Precisava de um momento para recobrar a sanidade e não deixar que a atração por Dante me desviasse dos meus objetivos. Respirei fundo e saí, com outras aulas pela frente.
No estágio, a concentração era um desafio. O desejo insaciável e a sensação de frustração eram quase físicos. O calor que eu sentia era sufocante, e não sabia se era a falta de intimidade ou algo mais profundo. O que estava acontecendo comigo?
Cheguei em casa e, apesar do cansaço, não consegui evitar me render ao meu vibrador. A imagem de Dante era persistente em minha mente, mas parei antes de alcançar o clímax. Não queria que ele fosse o motivo do meu prazer.
— Scarlatte, você está ficando louca? — falei para mim mesma, frustrada. — Um banho gelado vai resolver.
O choque térmico da água fria aliviou um pouco a excitação que me consumia. Depois do banho, vesti um vestido curto que cobria o pescoço e deixava as costas nuas, sem acessórios. Quando recebi a mensagem do meu pai, saí do apartamento, descendo as escadas com uma sensação de inevitabilidade.
O apartamento dos meus pais no centro era elegante e luxuoso, refletindo o gosto sofisticado da minha mãe. Assim que entrei, fui recebida pelos comentários sobre meu vestido. Eu poderia discutir, mas preferi o silêncio para evitar um confronto.
Cerca de 30 minutos depois, o interfone tocou. Estava na sacada, bebendo uma bebida forte, quando ouvi a voz de Dante atrás de mim.
— Senhorita Lee Blanc — ele disse, e eu me virei para encarar um homem deslumbrante e elegante.
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O Fruto Proibido
RomanceScarlatte vive uma vida dupla entre os corredores de uma prestigiada faculdade de Direito e seu estágio em um renomado escritório de advocacia. Inteligente e determinada, ela sonha com uma carreira de sucesso, mas seus planos começam a desmoronar qu...