Capítulo 13

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POV MATT
Você pode transmitir diferentes sentimentos por meio da escrita, porém é impossível expressar tudo que se sente e entendo que estou sendo julgado negativamente, inclusive pelo meu melhor amigo. Ninguém sabe que desapareci contra a minha vontade, não pude revelar, pois vidas estavam em risco. Foi necessário bancar o canalha, um bundão, deixando para trás a mulher que amo e esperar que um dia ela me perdoe.
Tenho tentado entrar em contato com Olívia desde que ela me bloqueou no celular. Queria responder àquela mensagem, mas fundo, tenho medo de que algo aconteça com ela.
Fiquei parado por alguns segundos naquele quarto de hotel escuro, sem entender por que ainda estava ali. Acordava no meio da noite sentindo a presença dela e até imaginava seu abraço diariamente, mas logo tudo se desvanecia como se fosse fumaça. Você já sentiu o perfume e a presença de alguém, mesmo sem essa pessoa estar presente? Às vezes, pensei que estava enlouquecendo. Antes de dormir, pela última vez, me perguntei: Quanto será minha hora de voltar?

Onde começar? A situação em que me encontrava naquela cidade era insuportável e nada me agradava, na verdade, nunca me agradou. Nem o cheiro, nem as pessoas; nada conseguia preencher o vazio deixado por Olívia.
não importa o quanto eu tenha tentado me distrair, pensar em outra coisa, a voz de Max sempre permanecia em minha mente: Mais uma luta! Vamos encher os bolsos de dinheiro Ortega, caso contrário teremos duas covas para encher.... de terra.

<<<<LIGAÇÃO>>>>
COLIN: - E aí, tudo bem?
MATT: - Não, estou me sentindo muito mal, estou enlouquecendo.
COLIN: - Está pensando em agir e deixar de se comportar como um menino assustado e mimado?
MATT: - Você acha que fácil reviver uma situação parecida com a que quase matei meu próprio irmão em um ringue? E tem mais uma coisa... Eu fui ameaçado, me ligaram no dia que deixei a carta para Olívia, eu encontrei com uns caras que trabalham para o velho asqueroso do Max, agora preciso terminar uns trabalhos, ou... a vida de Olívia e Daryl correm perigo.
COLIN: Por que você não contou?? Não pediu ajuda? 
MATT: Eu pensei mais em Daryl do que em mim... de novo. Caroline contou sobre as Lutas para Max e ele viu mais uma oportunidade de ganhar dinheiro além das corridas. E ela uma oportunidade de se aproximar de mim e me deixar viver. Mas eu sou mais esperto que aquele velho, estou fingindo uma grave lesão para ir embora.
COLIN: Muitas pessoas nesse meio conhecem Daryl, ele deve saber que você está aí.
MATT: Eu uso uma máscara, ideia da filha da puta da Caroline.
COLIN: Ele está aqui, Daryl voltou para Nova York. 
MATT: Por que será que eu não fico espantado com isso?
COLIN: Quer sabe mesmo? Você deu mancada, devia ter falado com Olívia e com o idiota do seu irmão.
MATT: Ela me bloqueou. 
COLIN: Você deveria ter falado a verdade, Olívia acha que você a deixou por medo, por não amá-la o suficiente e por pensar que ela sentia algo por Daryl.  Se prepara, as coisas mudaram, você ficou fora por muito tempo... Seu irmão está na cidade, não te liguei antes porque...Pensei que ele estava aqui por causa da Liza, vou te avisar que não é o caso, as coisas estão complicadas para você irmão.
MATT: Como assim Liza?
COLIN: Liza mentiu para mim, para me fazer ciúmes, disse que ela e Daryl tiveram um lance antes do sequestro.
MATT: O que está acontecendo Cara?
COLIN: - Porra cara! Eu não imaginava que você estava sendo obrigado a ficar aí. Você devia ter contado.
MATT: - Meu prazo aqui está terminando e eu vou voltar, cumpri o que prometi a Max, eu precisei... Bem.... Caroline.
COLIN: Como assim? Precisou o quê?
MATT: Precisei fingir que ainda a amava, nos beijamos e eu disse que voltaria depois que me recuperasse, foi a única forma que achei de ela convencer Max que eu precisava voltar. Ela tem muito poder sobre ele. 
COLIN: - Melhor se apressar, porque daqui três dias é aniversário da Olívia, vou cantar com a banda no lugar de sempre, ela e Liza estão organizando uma festa, se você ainda tem alguma esperança se cai fora daí, mas se prepara porque você pode não gostar do que vai ver!
Matt: Não se preocupe, vou chegar a tempo para comemorar o aniversário dela.

-Prometo que seremos felizes para sempre, minha princesa.

POV OLÍVIA
Aquele beijo permaneceu marcado em mim. Mas eu havia enviado uma mensagem para o Daryl expressando que queria ser apenas sua amiga, e assim foi. Nunca mais tocamos no assunto do beijo, e como combinado, ele nunca mais se aproximou de mim. Almoçávamos juntos praticamente todos os dias, íamos ao cinema, bares e restaurantes. Os dias passavam rapidamente, eu ajustava minha agenda para incluir todos esses momentos que eram tão especiais para mim.
Eu e Daryl tínhamos conversas muito agradáveis. Ele era incrivelmente divertido, me fazia rir com seu sarcasmo e sua visão da vida. Às vezes discutíamos por bobagens, mas logo fazíamos as pazes. Conversávamos sobre nossa infância, nosso passado, ríamos e até chorávamos juntos. Lembro-me de ter chorado duas vezes no ombro do Daryl por causa das recaídas, mas ele sempre me consolava pela saudade que sentia do Matt.
O mais estranho foi que, aos poucos, Daryl foi preenchendo esse vazio, percebi que ele perdeu completamente aquele ego inflado quando estava perto de mim. Comecei a me desarmar na presença dele, o que não era habitual, no entanto, ele simplesmente quebrou as barreiras que eu havia construído. Com o passar dos dias, nossa ligação se fortaleceu tanto que não conseguia passar um dia sequer sem vê-lo e me sentia incompleta na ausência dele.
Liza finalmente retornou para casa e, agora que estávamos mais próximas, decidimos marcar nossa "noite entre amigas" para colocarmos a conversa em dia e nos divertirmos. Enquanto aguardo a chegada da minha amiga, estou preparando alguns petiscos e ajustando o aplicativo de músicas na TV. A campainha tocou, e a Emy começou a pular e abanar o rabo, reconhecendo o perfume de Liza:
-Minha amiga querida! Que bom te ver.
-Estava contando os minutos para essa noite senti falta desses momentos. - Ela diz me abraçando com carinho.
Corri até a cozinha para pegar nossa tábua de petiscos, prontos para serem devorados acompanhados de um bom vinho. De lá, gritei:
-Conta as novidades!
-Colin e eu decidimos ser apenas amigos, juro que me esforcei ao máximo, até tentei uma cena de ciúmes com Daryl, quando você foi sequestrada para causar, mas não rolou;
-Que pena, Liz. Mas você merece alguém muito melhor, o Colin parece tão frio, sei lá, ele é estranho. 
Eu não era a melhor pessoa nesse momento porque olha só o meu rolo, mas tentei aconselhar a minha amiga da melhor maneira.
-Olívia, não consegui entender tudo isso com o Matt. Ele é tão fofo, sempre vi ele como alguém para casar, sabe? Queria entender o que se passou na cabeça dele, essa história de achar que você poderia sentir algo pelo Daryl, não faz sentido, ou faz? Acho tudo isso tão estranho.
-Não fazia sentido, eu jamais senti algo por Daryl. A presença dele sempre me deixou incomodada, mas não por amor. Parecia que ele sempre estava querendo passar a perna em Matt, sempre queria ser melhor e isso me incomodava.
-Você não sentia nada. Mas e agora?
Eu estava confusa, perdida e até com medo, as coisas estavam acontecendo rápido demais. Primeiro, o Matt me abandona e agora tenho medo de admitir o que sinto pelo Daryl.
Liza me encarava séria, de braços cruzados, cada palavra trocada mexia comigo.
-O Daryl tem um lado gentil e amoroso, que se mostrou nesses dias que passamos juntos como amigos. Eu sentia raiva dele, mas depois de tudo isso...
-Vocês se beijaram? – Liza pergunta.
-Sim... foi só uma vez. Sentia muita falta do Matt, e o Daryl foi tão envolvente.
-E ainda por cima são gêmeos. Eu te entendo, Olívia!
-Sério? Mas agora não sei o que fazer. Não consigo mais ficar longe do Daryl, ele me ajudou, me consolou, cada vez que ele chega, parece que não consigo respirar, minhas mãos suam, fico inquieta. E quando ele vai embora, não quero que vá, quero passar mais tempo com ele.
-Olívia, você está se apaixonando pelo Daryl! Ou está se apegando à memória do Matt. Precisa distinguir isso.
-Liza, o que faço agora?
-Siga seu coração, Olívia. O importante é sua felicidade, amiga. Estarei ao seu lado, seja qual for sua decisão.
Emocionada, abracei Liza. Meu coração está dividido entre o passado com Matt e a presença de Daryl. Toda essa confusão de sentimentos me com medo do que estava por vir. O apoio de Liza me deixa mais forte, e faz ter certeza: é hora de encarar seus sentimentos de frente.
A campainha toca e interrompe nosso abraço. Ao abrir a porta lá está Daryl, com um sorriso aberto no rosto, sinto uma confusão de sentimentos ao ver ele ali, plantado na minha porta.
-Trouxe sua flor favorita.
-Muito obrigada... Daryl, hoje é Noite das Garotas.
Ele esticou o pescoço, acenando para Liza no fundo.
-Desculpe, não quero ser intrometido. Além do chocolate, tenho um convite para te fazer: amanhã de manhã estou indo para Porto Rico. É o aniversário de um grande amigo de infância, Enrico, ele é muito importante para mim. Não posso faltar e queria que você me acompanhasse... Como amigos, é claro.
Ele arqueou uma sobrancelha, com um olhar persuasivo. Como resistir?
-O aniversário dela é no domingo!!!" - Brincou Liza.
-Não se preocupe, loirinha, vamos chegar a tempo para comemorar!
-Você vai no meu aniversário?" - perguntei, animada.
-Claro que sim, não perco por nada. Você sabe que festa é comigo. Então... Posso passar para te buscar amanhã no seu trabalho?
-Não sei, Daryl... Isso me pegou de surpresa, mas acho que consigo sair mais cedo, tenho umas horas extras em haver.
Liza se aproximou por trás de mim:
-Claro que ela aceita, agora, se nos der licença... Posso pensar em aceitar sua amizade com Olívia.
Liza voltou para encher nossas taças, e Daryl ficou na porta, me encarando com um olhar intenso. Nos despedimos, e eu ainda não sabia o que responder.
Fechei a porta e olhei para Liza com uma expressão de "O que foi isso garota?"
-Temos uma mala para arrumaaar" - Cantarolou Liza.
-Não exagera Liza Parker... dessa vez vou com um amigo.
Liza me encarou com um sorriso malicioso, tomou um gole de vinho e balançou a cabeça.
-Já imagino como isso vai acabar, Olívia Dias.

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