Capítulo 4

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POV OLÍVIA
Acordo com o som do despertador e sinto como se tivesse sido atingida na cabeça com um taco de beisebol. Ainda sonolenta e com a mão na cabeça, pergunto:
-Matt?
-Não, amiga, não sou alta, morena, musculosa. Só linda e sensual!
Liza sempre acorda animada me contagiando com seu bom humor, nós caímos na gargalhada, mas minha cabeça ainda parece que vai explodir. Ela me deixa sozinha por um instante para ir preparar nosso café. Verifico meu celular e visualizo uma mensagem do Matt e meu coração dispara no mesmo instante.

"Bom dia, Princesa. Como você está? Muita dor de cabeça?"
-Matt me mandou mensagem - Comento com minha amiga.
-Olívia, ontem enquanto você dormia, estive conversando com Matt, ele me contou algumas coisas, percebi que há muita mágoa por trás da história dele com o irmão, mas ele não quis me contar os detalhes.
-Eu perdi a cabeça quando vi o Matt com aquela garota ontem. – Digo choramingando,
-Olívia, o Matt é solteiro e atraente, você não pode impedi-lo de estar com outra pessoa se não lhe revelar seus sentimentos, e eu não vi nenhum beijo ou algo do tipo entre eles.
Enquanto pensava comigo mesmo, questionei se Liza teria confessado seus sentimentos por Colin. No entanto, permaneci em silêncio, já que não tinha certeza.
Apesar de sentir ciúmes e querer proteger Matt, eu sabia que não podia controlar as decisões dele.


A manhã se arrasta lentamente enquanto eu tento me concentrar no trabalho, meu celular vibra com uma mensagem de Matt, perguntando se eu queria almoçar com ele. Respondi que já havia combinado com Liza, mas que poderíamos nos encontrar mais tarde. Na verdade, estava com medo e não queria arriscar a amizade que tínhamos construído até então.
Pouco antes do almoço, Liza entrou na minha sala e disse que o Sr. Simons queria me ver, e instantaneamente fiquei preocupada achando que tinha feito algo errado. Enquanto me levanto para ir até a sala do chefe, Matt olhou para mim confuso, já que trabalhávamos no mesmo setor.
-Por favor, Srta. Dias, feche a porta- Diz Gabriel.
O perfume da Sala de Gabriel faz com que a presença dele seja um pouco mais agradável.
-Eu preciso que você me acompanhe esta noite a um coquetel para fechar um contrato com um novo cliente.
-Eu? Mas e a Cassidy? - Perguntei surpresa.
-A Srta. Spark está muito doente. E se você não quiser ir Srta. Dias, terei que reconsiderar o seu compromisso com a empresa.
Fiquei paralisada. Por que ele havia me escolhido? Eu não sou a única opção.
-Claro que eu irei, Sr. Simons.
-Ótimo, passo para te buscar às 19h30. Preciso que esteja elegante, mas não de maneira forçada pois sua beleza natural é impressionante! Ah, e não se esqueça de levar a pasta com os documentos.
-Ok estarei pronta! - Respondo
Após uma reunião de 40 minutos com Gabriel, eu estava morrendo de fome, entrei no elevador e, enquanto a porta estava fechando, Matt a segurou e se juntou a mim perguntando:
-Olívia, sobre o que Gabriel queria falar?
-Ele me convocou para um coquetel com novos clientes - Respondi, sem muito entusiasmo.
Foi quando aconteceu um blecaute e o elevador parou.
-Qual é o seu problema, Matt? - Perguntei.
Ele olhou para mim com um sorriso e respondeu:
-Nenhum problema, só estou feliz em estar preso no elevador com você.
Fiquei sem palavras, apenas olhando para ele enquanto ele se aproximava cada vez mais de mim. Eu sentia a sua respiração quente no meu rosto, e meu corpo inteiro tremia de excitação, fechei os olhos e me entreguei àquele momento mágico em que tudo parecia possível.
Nosso primeiro beijo foi suave, mas ao mesmo tempo intenso e apaixonado. Nós dois nos perdemos naquela sensação maravilhosa e esquecemos completamente que estávamos presos no elevador.
Quando finalmente nos separamos, olhamos um para o outro, sorrindo. Foi então que ouvimos um barulho e o elevador começou a se mover novamente.
Demos de cara com Liza e Colin na saída no elevador, eu e Matt estávamos um pouco eufóricos e eles perceberem que algo estava acontecendo, para quebrar aquele silêncio constrangedor, Liza os convidou para almoçar conosco.
Enquanto voltávamos para a Carter, eu não conseguia parar de pensar na cena do elevador. E finalmente ganhei coragem para falar com Matt:
-O Sr. Simons vai me buscar hoje às 19:30. Posso te ligar para que você me encontre após o coquetel?
Com o sorriso mais lindo do mundo Matt concordou e disse que chegaria antes mesmo que eu ligasse.

POV MATT
A tarde transcorria lentamente, e quando estávamos prestes a sair, meu celular tocou.
-Alô? Matt? Este é o celular do Matt? - Uma voz feminina perguntou.
-Sim, é Matt quem fala.
-Aqui é a Mary Coopking!
-Mary, quem? - Eu gritei, como sempre fazia.
Olívia me encarou de longe e, em seguida, voltou sua atenção ao computador.
-Mary, a ruiva da Boate, lembra-se? 
-Ah, sim. E quem te passou o meu número? - Eu perguntei, diminuindo o tom de voz.
-Bem... já tem um tempo... aquele seu amigo que tem uma banda, Colin, acho que é isso?
O Colin vai me pagar! Eu pensei.
-Sim, sim, é o Colin, mas o que você deseja?
-Pensei que ficaria feliz em receber a minha ligação, eu quero te ver de novo gato, chega de ficar só nas trocas de olhares, quero mais o que aquela dança;
-Hoje não vai dar, nem amanhã e nem depois, e olha... aquela dança foi um erro – Digo dispensando-a de vez.
O silêncio se fez por alguns segundos e ela me respondeu insatisfeita:
-Tudo bem, Matt. Nos vemos!

Mary ficou brava e desligou na minha cara, melhor assim, eu sabia que era o melhor a fazer, não queria que ela criasse expectativas sobre algo que não poderia ser cumprido.
Faltando 10 minutos para irmos embora, eu não consegui encontrá-la então mandei uma mensagem: "Princesa, vou te esperar mais tarde em frente ao restaurante na hora marcada". Ela respondeu: "Aguardo ansiosa".
No momento em que deixei a Carter, uma mão agarrou meu braço, tomei um susto mas imediatamente pensei que pudesse ser Olívia, e ao me virar veio a surpresa:
-Mary? O que está fazendo aqui?
-Esqueceu que tenho o cartão do Colin e sei que vocês trabalham juntos? - ela respondeu.
Como sempre, Mary chamou bastante atenção das pessoas ao nosso redor, foi então que ouvi Liza me chamando de longe.
-Por que está fugindo de mim gatinho? - Mary pergunta tentando agarrar meu braço novamente.
-Não posso, Mary! - respondi em voz baixa, puxando-a para o canto.
-Por quê? - ela perguntou, visivelmente irritada.
-Eu gosto de outra garota- respondi diretamente.
-É aquela garota que causou briga na boate?
Liza me chamou novamente, e eu decidi atravessar a rua para encontrá-la deixando a ruiva sozinha do outro lado.
-Não posso ficar do seu lado assim, amigo - Disse Liza.
-Já dei um fora nela Liza, espero que suma da minha vida.

POV OLÍVIA
O interfone tocou e o porteiro informou que Gabriel Simon me aguardava. Antes de sair, eu dei uma última olhada no espelho para conferir se havia algum amassado em meu vestido.
Na portaria do prédio, encontrei meu chefe, que me olhava com admiração e descrição ao mesmo tempo.
-Boa noite, Sr. Simons.
-Boa noite, Srta. Dias. - respondeu ele, estendendo a mão para indicar que eu fosse na frente.
Gabriel abriu a porta do carro gentilmente e eu agradeci. No caminho, ele explicou brevemente o contrato e o que esperava de mim. Em poucos minutos chegamos ao local, era um lugar agradável, com um bar logo na entrada e o restaurante mais ao fundo. Os clientes recém-chegados anos aguardavam e antes de nos sentarmos, Gabriel nos apresentou:
-Boa noite senhores, eu sou Gabriel Simons, representante da Carter Corp e do Sr. Ryan Carter. Esta é minha funcionária, Srta. Olivia Price Dias, e ela será responsável por tomar notas e enviar os relatórios para cada um de vocês.
da nossa reunião de hoje.
Seis homens muito elegantes e com a aparência de executivos importantes estavam sentados à mesa, um deles se levanta e se apresenta como John McCall, o principal acionista da empresa. Ele apresenta os demais acionistas e afirma que a secretária deles teve um imprevisto, mas que ela logo estaria chegando, então, Gabriel sugere que eles peçam algumas bebidas enquanto esperam. Após eles fazerem seus pedidos, eu aproveito para mandar uma mensagem para Matt dizendo que acabamos de chegar. Gabriel observa o meu ato visivelmente incomodado:
-Não queremos distrações durante a reunião Srta Dias.
Eu concordo apenas acenando com a cabeça e ao mesmo tempo observo a secretária entrar, fiquei chocada ao ver que era a mesma ruiva que estava com Matt naquela noite.
-Boa noite a todos! - disse ela, exibindo um sorriso falso por lembrar-se de mim depois de toda aquela confusão.
Após quarenta minutos de reunião, não aguentava mais ficar na presença daquela mulher me encarando com desdém, pedi licença e fui ao banheiro, onde murmurei para mim mesma:
-Eu não acredito nisso.
Respirei fundo e tentei me acalmar, sabendo que precisava lidar com a situação de forma profissional.
Volto para a mesa e Gabriel me encara com preocupação:
-Tudo bem Srta. Dias?
-Na verdade, não. Está muito quente aqui dentro!
-Então pode me esperar lá fora, eu acerto a conta e já te encontro - Ele sugere.
-Sr. Simons, na verdade eu vou embora de carona com outra pessoa e...
-Por favor, Olívia, eu insisto em te levar para casa - Ele interrompe, com um olhar fixo.
Sem saída, a ponto de dizer que Matt estava me esperando, ele pega a minha mão e diz:
-Chame-me apenas de Gabriel, o expediente se encerrou.
A situação me constrangeu, mas antes que pudesse me esquivar, Matt entra pela porta do restaurante e vê Gabriel segurando minha mão. Ele parece furioso e sai em disparada.
Eu corri até o estacionamento quase vazio para alcançar Matt, que já estava subindo em sua moto. Gritei para ele esperar, e que havia entendido tudo errado. Mas como eu poderia explicar que Gabriel não significava nada para mim depois dessa cena desagradável?
No caminho de volta para o restaurante começou a chover, e fiquei ainda mais irritada. Sentei-me no meio-fio por uns instantes tentando entender porque Matt se comportou como um troglodita, quando um estranho interrompe meu choro.
-O que uma jovem tão linda faz sozinha nesse estacionamento vazio?
Eu me levantei depressa, mas ele segurou meu braço me arrastando dali, e o medo tomou conta de mim.
-O que você acha que está fazendo, senhor? Me solte agora!
-Eu quero todo seu dinheiro mocinha!
Eu começo a gritar e sinto a ponta da faca furar minha barriga. Com um olhar desesperado, tento encontrar uma maneira de escapar daquele homem. Enxergo uma sombra próxima e, em um ato desesperado, mordo a mão do ladrão gritando por socorro. Eu saio correndo, mas sou impedida pela dor aguda no corte da minha barriga e ao olhar para minhas mãos, vejo que estão cobertas de sangue. Antes de eu perder meus sentindos, o homem que ouviu meus gritos se aproxima, e me toma em seus braços.

Um Amor em Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora