Gurias capítulo saindo hoje porque não vou ter tempo na quinta. Espero que gostem. Compartilhem essa história com alguém que também possa gostar!
Caminhar pela avenida movimentada foi como uma fuga temporária da tormenta que foram os últimos dias. Era um sábado quase ao meio-dia, o sol abrasador pairando sobre a cidade enquanto eu tentava desviar minha mente de preocupações. Brooke, com seu aniversário se aproximando, escapou por pouco de meus pensamentos tumultuados. Decidi que era hora de procurar um presente para ela.
Parei diante da enorme vitrine de uma loja de sapatos e senti uma onda de empolgação. Brooke e eu sempre compartilhamos uma paixão por calçados, e algo daquela loja certamente agradaria a ela.
Adentrei a loja e fui recebida por uma vendedora, cujo semblante hostil era evidente desde o primeiro momento. Ela me observou com desdém quando me aproximei.
一 Como posso ajudá-la? 一 perguntou, senti uma pontada de insegurança diante de sua atitude claramente antipática.
Ela me olhou com um misto de desinteresse e zombaria, como se minha simples presença fosse um incômodo.
一 Eu gostaria de ver aquele par de sapatos que está na vitrine. 一 eu disse calmamente.
一 Desculpe, não entendi direito. Você pode repetir? 一 disse ela, claramente zombando do meu sotaque.
Engoli em seco, sentindo-me um pouco desconfortável com a maneira como ela zombava de mim. No entanto, respirei fundo e tentei ignorar sua hostilidade. Repeti a frase , mantendo o tom firme apesar da sua provocação.
Ela apenas levantou uma sobrancelha, como se não estivesse nem um pouco interessada em me ajudar.
一 Desculpe querida... aquele sapato é um Valentino Garavani. 一 a mulher se curvou para frente como se quisesse me confidenciar algo. 一 Creio que não é o'que você está procurando.
一 E eu posso saber porque você diz isso?
A vendedora soltou uma risadinha, senti meu estômago embrulhar, naquela hora não éramos apenas nós ali, mas havia duas ou três senhoras elegantes circulando por ali observando a cena atentamente.
一 Digamos, que eu conheço tipos como você, agora vá procurar em outra loja... antes que eu chame a polícia.
A vontade que eu tinha naquele momento era agarrar a mulher pelos cabelos.
Em dois anos morando naquele país aquela havia sido a primeira vez que eu me via em uma situação como aquela. Algo que eu havia me preparado mentalmente por muito tempo. Respirei fundo, uma onda de raiva engasgada em minha garganta. Eu queria gritar, dizer para aquela maldita mulher o quão baixa e nojenta ela era, mas quem era eu? Uma imigrante, preta com problemas demais para arriscar ser detida pela polícia.
Deixei a loja, sentindo-me derrotada e indignada ao mesmo tempo. Aquela vendedora tinha mexido com algo dentro de mim que eu tentava manter controlado há tanto tempo. Caminhei pela avenida com passos pesados, tentando controlar as lágrimas de raiva e frustração que insistiam em deixar meus olhos.
Uma mão firme agarrou meu braço me fazendo sobressaltar. Me virei para encarar o homem muito alto e extremamente bonito que me fitava com intensidade. Era ele, Kerim. Seus cabelos negros, meticulosamente arrumados, pareciam contrastar com a suavidade de seu rosto, destacando ainda mais a intensidade de seus olhos verdes, que brilhavam com uma mistura de curiosidade e arrogância. Seus traços eram marcantes, como esculpidos pela mão de um artista talentoso, e sua postura era imponente, como a de um rei entre os plebeus.
Vestido com elegância, sua camisa preta sob o sobretudo realçava a escuridão de seus cabelos, enquanto a peça de roupa exterior acrescentava um ar de mistério e sofisticação à sua figura já imponente.
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|Contratada para amar
RomanceCamila, uma mulher determinada e batalhadora, trabalha incansavelmente limpando casas nos Estados Unidos, sonhando em proporcionar uma vida melhor para sua família. Enquanto isso, do outro lado do mundo, Kerim, um bilionário turco, carrega o fardo d...