PRÓLOGO

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Camila

Nova York, Janeiro de 2018

Exausta, após um dia interminável de trabalho deixei o hotel, ansiando pela tranquilidade do meu pequeno apartamento. Mal percebia meus próprios passos enquanto caminhava em direção à calçada, a mente cansada apenas desejando um banho quente e aconchegante.

Ao ver o carro preto estacionar, agradeci silenciosamente pelo Uber chegar rápido. Sem nem mesmo notar o motorista, entrei no banco de trás e deixei escapar um suspiro de alívio. Mas ao encontrar o olhar do homem pelo retrovisor, percebi que algo estava errado. Seus olhos verdes me fitavam com intensidade, lançando uma sensação de desconforto pelo ar.

一 O que você pensa que está fazendo? 一 ele perguntou com uma voz firme.

Confusa, olhei para ele, apenas para notar sua aparência elegante e desconcertante. Antes que pudesse formular uma resposta coerente, a realidade cruel se revelou diante de mim. Não era um Uber. Meu coração disparou.

一 Desculpe 一 murmurei olhando ao redor, a única coisa que eu queria naquele momento era um lugar para me enfiar, imediatamente fiz menção de deixar o carro. Mas antes que eu pudesse dar um passo para fora, o som ensurdecedor de um disparo ecoou no ar, seguido por uma enxurrada de tiros que perfuraram o carro de todos os lados.

Um grito de terror escapou dos meus lábios enquanto me encolhia no banco, buscando abrigo da chuva de balas. O homem de olhos verdes agiu rapidamente, puxando-me para baixo, tentando proteger-me do perigo iminente. O odor metálico do medo impregnava o ar enquanto eu me agarrava ao assento, rezando para que esse pesadelo acabasse logo.

O silêncio que se seguiu aos tiros foi ensurdecedor, preenchendo o ar com uma tensão palpável. Tremendo de medo, eu olhei para o homem ao meu lado, que quebrou o silêncio com sua voz rouca e preocupada:

一 Você está bem?

Minha resposta foi um soluço de pânico, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto eu tentava processar o que acabara de acontecer. Foi então que percebi o sangue manchando sua camisa branca, uma ferida vermelha e úmida em seu ombro onde uma bala havia encontrado seu alvo.

O horror se apoderou de mim quando me dei conta de que o desconhecido havia sido atingido.

一 Meu Deus, você está ferido! 一 exclamei, minhas mãos tremendo enquanto eu tentava desesperadamente avaliar a extensão do dano.

O homem tentou sorrir, embora fosse evidente que ele estava lutando contra a dor.

一 Estou bem 一 ele murmurou, sua voz soando fraca diante do caos que nos cercava.

Mas antes que eu pudesse formular uma resposta, senti seu corpo desfalecer sob o meu abraço, seu peso se tornando um fardo pesado em meus braços trêmulos.

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