|Contratada para amar

Dezenove

Querida leitora, tive um pequeno bloqueio criativo, mas agora já estou de volta. Estou trabalhando muito para finalizar essa historia com todo amor e capricho que ela merece. aproveite o capitulo e obrigada por ler!!

Camila

Encarei meu reflexo no espelho e respirei fundo. Eu estava tentando evitar a presença de Elif e da senhora Yaman o quanto podia naqueles dias, e devo confessar, me sentia extremamente perdida e sozinha naquele lugar. Pelo menos havia encontrado na jovem Yasemin uma amiga.

— Você está belíssima! — ela sorriu para mim como se admirasse sua criação.

— Obrigada por sua ajuda Yasemin, eu não saberia nem por onde começar se você não estivesse aqui.

Yasemin ajeitou um último detalhe do meu vestido, fazendo um gesto de aprovação com a cabeça. Tentei retribuir o sorriso, mas minha expressão preocupada denunciava meu nervosismo.

Enquanto me preparava para o jantar, senti um nó no estômago se apertar mais a cada segundo. Sabia que a reunião não seria fácil. Além da família Yaman, alguns amigos e inimigos da família estariam presentes, tornando o ambiente ainda mais tenso e hostil. A presença de Elif e da senhora Yaman era especialmente inquietante, pois ambas já tinham deixado claro que não me consideravam bem-vinda.

Ajustei o colar ao redor do pescoço, tentando parecer mais confiante do que realmente me sentia. O olhar de Yasemin, tão sincero e encorajador, era um pequeno alívio em meio à tempestade de emoções que tomava conta de mim.

— Está pronta? — Yasemin perguntou, dando-me um leve aperto no ombro.

Assenti, forçando um sorriso que não chegava aos olhos.

— Sim, acho que sim.

Enquanto caminhava em direção ao salão, não podia deixar de pensar em como tudo tinha mudado tão rapidamente. Cada passo que dava era uma batalha contra o medo e a insegurança que ameaçavam me dominar.

Hesitei por alguns instantes no alto da escada, enquanto olhares curiosos se voltavam para me encarar. Minha respiração ficou presa na garganta, e o salão pareceu encolher ao meu redor. Então, encontrei os olhos de Kerim em meio aos demais.

Ele estava no final da escada, a expressão indecifrável. Mesmo à distância, sua presença era magnética, e por um momento, senti uma centelha de esperança. Talvez ele pudesse me ajudar a atravessar essa noite infernal. Seus olhos se fixaram nos meus, e algo em seu olhar me fez acreditar que ele estava ciente do meu desconforto.

Eu desci os degraus lentamente, tentando não tropeçar no vestido, o olhar de Kerim nunca se afastando do meu. Quando finalmente alcancei o chão, ele se aproximou, estendendo a mão para mim.

— Você está...linda — disse ele, a voz suave e gentil, mas havia uma tensão subjacente que apenas eu conseguia perceber.

— Obrigada — respondi, minha voz um pouco trêmula, enquanto minha mão se acomodava na dele. O toque de seus dedos era firme, e por um breve momento, senti-me ancorada.

Ele me guiou pelo salão, e eu pude sentir os olhares ardendo em minha pele, cada comentário sussurrado, cada julgamento silencioso. Era como caminhar em um campo minado, mas com Kerim ao meu lado, consegui manter a cabeça erguida.

Kerim

Alguns convidados, amigos de longa data da família, já haviam chegado para o jantar daquela noite. Seria uma noite longa, mas crucial para dissipar quaisquer desconfianças que eu pudesse ter em relação a essas pessoas.

— Elif está deslumbrante esta noite, não acha, Kerim? — Minha tia sorriu, tomando um gole de sua taça enquanto aguardava minha concordância.

Elif se aproximava, sorrindo. Sem dúvida, era uma mulher bonita, mas para mim, não havia nada de especial nela, especialmente considerando seu temperamento.