Nove

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Camila

Caminhamos juntas em direção à entrada da casa noturna, e assim que cruzamos a porta, fui atingida por uma onda de luzes brilhantes e batidas pulsantes que preenchiam o ambiente. O som alto da música reverberava em meus ouvidos, e eu sentia meu coração acelerar em resposta à energia contagiante que fluía pelo lugar.

Observando ao redor, vi um mar de rostos animados e corpos em movimento, dançando ao ritmo da batida envolvente. As luzes coloridas piscavam freneticamente, criando uma atmosfera quase hipnótica. Era um cenário vibrante e cheio de vida, mas para mim, que nunca fui fã de lugares cheios e movimentados como aquele, parecia quase avassalador.

Brooke ao meu lado estava radiante, seus olhos brilhando de excitação enquanto ela absorvia toda a energia do lugar. Ela se inclinou para mim, gritando acima da música para ser ouvida.

一 Olha só, Camila! Não é incrível?

Forcei um sorriso em resposta, tentando ignorar a sensação de desconforto que crescia dentro de mim.

一Sim, é... impressionante 一 murmurei, me esforçando para parecer animada.

Enquanto seguimos pelo espaço lotado, senti os olhares curiosos de estranhos sobre mim, como se eu fosse uma intrusa em seu território de diversão. E talvez eu realmente fosse. Nunca fui o tipo de pessoa que se sentia à vontade em meio a multidões, preferindo a tranquilidade de momentos mais íntimos e calmos.

Enquanto Brooke mergulhava na multidão, eu me senti como se estivesse flutuando em uma bolha isolada, observando tudo de uma distância segura. Eu podia apreciar a animação e a alegria ao meu redor, mas ainda assim me sentia desconectada, como se estivesse observando tudo de fora.

Enquanto a música ecoava pelos meus ouvidos e as luzes giravam ao meu redor, eu me perguntava se alguma vez chegaria a me acostumar com esse tipo de ambiente. Mas, por agora, eu apenas tentaria aproveitar ao máximo a companhia de Brooke e fazer o melhor para me divertir, mesmo que fosse fora da minha zona de conforto.

Eu ri, deixando-me levar pelo ritmo animado da música, mesmo que minhas habilidades de dança fossem um tanto quanto questionáveis. Brooke parecia estar se divertindo tanto que não se importava se eu não seguia perfeitamente os passos.

Enquanto nos movíamos ao som da batida envolvente, eu me peguei sorrindo genuinamente pela primeira vez desde que chegamos à casa noturna. Era difícil resistir à energia contagiante do lugar e à alegria radiante de Brooke.

Depois de algumas músicas, sugeri:

一Acho que vou pegar uma bebida. Quer alguma coisa, Brooke?

Ela balançou a cabeça, seus olhos brilhando de empolgação.

一 Não, estou bem!

Assenti e me dirigi para o balcão, desviando-me habilmente entre a multidão dançante. Quando finalmente alcancei o balcão, pedi uma bebida refrescante e observei as pessoas ao meu redor, admirando sua diversão e despreocupação.

Uma sensação de desconforto repentinamente se infiltrou em mim. Eu tinha a nítida impressão de que estava sendo observada, e quando olhei, vi um cara me encarando do outro lado da sala. Seus olhos pareciam fixos em mim, e um arrepio desagradável percorreu minha espinha.

Decidi ignorá-lo, focando minha atenção em Brooke, que estava parada mais adiante, conversando animadamente com um grupo de pessoas. No entanto, a sensação de ser observada não me deixava, como se os olhos do estranho estivessem gravados em mim, seguindo cada movimento que eu fazia.

De repente, o cara se aproximou, uma expressão confiante estampada em seu rosto.

一 Posso te pagar uma bebida? 一 ele perguntou, sua voz se sobrepondo ao som da música pulsante.

|Contratada para amarOnde histórias criam vida. Descubra agora