Capítulo 5

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Quinta-feira

— Olá, Sr. Malford.

— Boa noite para você também, Sra. Granger. Nossa, a chuva com certeza não combina com o seu cabelo, não é? — ele sorriu enquanto as mãos dela corriam até a cabeça, tentando freneticamente suavizar o frizz. Foi um esforço em vão. Ela murmurou algo baixinho. — Hum? O que disse?

— Nada.

— Você vai ficar aí pingando no meu pequeno hall de entrada ou vai entrar?

— Ou vou ficar pingando por todo o seu minúsculo hall de entrada ou por toda a sua sala de estar. Você escolhe. Ou você pode me pegar uma toalha. A menos que você não queira que eu o contamine com minha lama... minha pele enlameada e molhada.

— Sabe, minha toalha provavelmente ficará suja se você usá-la, mas veja, há uma máquina maravilhosa onde você pode colocar sua roupa e, quando retirá-la, ela estará limpa — disse ele, entrando no outro cômodo. — É quase como mágica, Sra. Granger.

Ele lhe entregou uma toalha, uma camiseta e um short de corrida.

— O que é isso? — ela perguntou desconfiada.

Ele revirou os olhos.

— São chamadas de roupas secas. Você realmente precisa que eu explique o conceito de roupa seca? Porque eu vou. Se preferir usar sua roupa de mergulho, fique à vontade. Mas posso pedir que você não se sente no sofá.

— Obrigada — ela disse com os dentes cerrados.

— Claro. Você pode se trocar no banheiro. — Ele apontou para os fundos do apartamento. — Quando você sair, posso discutir o conceito de guarda-chuva com você, se quiser. Invenções magníficas, essas. Um pouco menos mágico que a máquina de lavar, mas ainda assim um triunfo.

— Eu sei o que são guarda-chuvas — disse ela por trás da porta fechada do banheiro. — Eu simplesmente não sabia que ia chover.

— Ah — ele gritou para ela. — Então suponho que precisamos discutir uma coisa chamada previsão do tempo. Essa é uma adivinhação interessante que criamos.

— Como você chamou isso? — ela perguntou, abrindo uma fresta da porta do banheiro.

— A previsão do tempo. PRE-VI-SÃO.

— Não, depois disso. Como você descreveu isso?

— Ahh... acredito que chamei isso de 'um pouco de adivinhação'. Você está tentando se lembrar das minhas palavras exatas para poder registrá-las em seu caderno quando sair?

— Uhm... sim. Saio daqui a pouco.

— Sem pressa. Eu não estou indo a lugar nenhum.

Ele foi até a cozinha e começou a preparar o chá, tentando desesperadamente não pensar no fato de ela estar seminua em seu banheiro. Ele também estava tentando desesperadamente entender por que sua mente estava tão tomada por essa ideia. Claro, ele raciocinou, era apenas porque ele não estava com uma mulher há algum tempo. Pelo menos dois meses, mas na verdade, quem sabe quanto tempo? Ele sempre se perguntava o quanto havia transado em sua vida anterior. Como acontece com a maioria das coisas, ele tinha uma ideia geral de como era o sexo – extremamente agradável – mas nenhuma lembrança específica de ter feito sexo com alguém. O fato de que ele agora estava imaginando redescobrir aquele passatempo específico com a Sra. Granger era simplesmente resultado de seu longo período de seca e do fato de que ela estava se despindo no banheiro dele. E também talvez porque ela era bastante bonita.

A chaleira começou a apitar, tirando-o daquela última linha de pensamento. Aliviado, ele derramou o chá nas canecas.

— Você tem uma sacola onde eu possa colocar isso? — ela perguntou. O "isso" que ela mencionou eram suas roupas encharcadas, enroladas em uma bola e empoleiradas em cima da toalha de banho amassada.

Thirteenth Night | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora