Domingo
O vento chicoteava seus ouvidos. Todos foram banhados por luz verde.
— Draco, Draco, você não é um assassino — disse o velho.
— Como você sabe? — ele perguntou rapidamente. As palavras soaram infantis em seus ouvidos.
Ele sentiu uma onda de vergonha tomar conta de sua pele. Seus joelhos eram quase como água. Seu estômago ameaçava se esvaziar a qualquer momento. A vara queimava em suas mãos. Ele a agarrou com mais força, e a apontou para o velho. O velho estava implorando para que ele não fizesse isso, mas não parecia ter medo dele.
— Você não sabe do que sou capaz — disse ele, desta vez com mais força. — Você não sabe o que eu fiz!
Ele sentiu seus pais atrás dele, incentivando-o a fazer isso. Talvez desta vez, se ele se virasse rápido o suficiente, ele seria capaz de vê-los. Ele tinha que aproveitar a chance. Ele se virou, mas eles desapareceram. Em seu lugar estava Ele. A cobra/homem.
— Você me decepcionou, Draco. — Sua voz era oleosa. Suja. Apegada. — Eles vão morrer. Porque você falhou comigo.
— Não. — Ele queria que sua voz fosse forte, poderosa. Mas saiu em um apelo estrangulado.
De repente, a luz verde no céu se contraiu em uma bola e desceu em direção à torre. Ele ergueu os braços para o céu, protegendo os olhos da luz doentia. O raio o atingiu em cheio no antebraço esquerdo, causando uma dor lancinante por todo o corpo.
Ele sentiu a escuridão envolvê-lo enquanto gritava e fechava os olhos.
De repente, havia outra pessoa na escuridão, sacudindo-o, repetindo seu nome. Só que não é era o nome dele. Parecia seu nome, mas não era o seu nome.
— Drake? Drake? Acorde. É apenas um sonho. Acorda.
Seus olhos se abriram. A luz cinzenta da manhã assombrava a sala. Ele estava em sua cama. Ela estava ao lado dele, emoldurada por uma aura fantasmagórica. Os lençóis estavam suados e emaranhados. Seu antebraço estava em chamas. Ele gritou e o levou à boca, esperando que bolhas surgissem em seus lábios. Quando não aconteceu, ele puxou o braço e jogou os lençóis no chão.
— A torre? — ela perguntou.
— Eu estava lá, Granger. Eu sei que estava. Isto não é. Apenas. Um sonho.
— Drake...
— Draco.
— ...O que?
— Foi assim que me chamaram. O velho, o... o outro. Draco. Como você faz às vezes.
— Seu subconsciente deve estar confundindo o...
— Não. — Ele saiu da cama e pegou sua boxer.
— Onde você está indo?
— Vou correr. — Ele abriu a cômoda e tirou um par de meias, shorts de náilon e uma camiseta.
— Agora? São apenas seis da manhã.
— Que porra, eu deveria me importar? — ele perguntou, amarrando seus tênis.
— Não vá. Fica comigo. Me deixe pegar um copo de água para você. Nós podemos conversar...
— Eu vou voltar.
Ele abriu a porta de seu apartamento e desceu as escadas correndo e saiu pela entrada do prédio. Ele imediatamente começou a correr, ignorando a rigidez em seus músculos. O frio intenso do ar da madrugada cortou o miasma onírico que circundava sua cabeça.
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Thirteenth Night | Tradução - Dramione
FanfictionQuando Hermione é designada para ficar de olho em Draco, encantado para ficar sem memória, ela se depara com uma decisão que pode mudar sua vida para sempre. Tradução da fanfic escrita por Nelpher. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Essa história não me p...