Capítulo 21

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No momento entre ela bater na porta e ele atender, ela ficou maravilhada com o quão estranhamente familiar tudo isso parecia. Na verdade, não faz muito tempo que ela fazia exatamente a mesma coisa, embora em circunstâncias bastante diferentes.

Seu estômago era um desastre absoluto. Cada respiração que ela inspirava provocava arrepios de gelo em suas entranhas. Cada passo que ela o ouvia dar em direção à porta deixava sua boca um pouco mais seca. Quando ele finalmente abriu a porta, a língua dela estava praticamente soldada aos dentes inferiores.

— Granger — ele cumprimentou.

— Olá — ela conseguiu murmurar.

— Entre. — Ele abriu mais a porta e gesticulou para que ela o seguisse para dentro. Ela lhe deu um sorriso fraco e o seguiu. O apartamento era muito menor do que ela imaginara. Na verdade, era absolutamente minúsculo comparado à Mansão Malfoy. Ela sabia que mesmo que o Ministério tivesse confiscado a mansão de sua família, Draco ainda tinha muito dinheiro. Por que ele estava morando aqui? — Não é o que você imaginou? — ele perguntou, obviamente notando o exame de olhos arregalados em sua residência.

— Não exatamente. Mas é muito bom.

A mobília era elegante e moderna: um sofá de couro preto, uma mesa de centro de vidro e uma estante de madeira escura que ocupava uma parede inteira. Ela foi, é claro, imediatamente atraída por isso.

— Teria apostado dinheiro nisso — disse ele quando ela começou a inspecionar seus livros.

— Que seja.

As estantes estavam repletas de uma variedade padrão de livros: livros antigos de Hogwarts, biografias de bruxos e bruxas famosos e guias de estratégia para xadrez bruxo e Quadribol. Mas espalhados entre esses tomos havia outros textos, que sugeriam sua vida anterior: um punhado de livros de receitas, um livro sobre futebol e, claro, As Obras Completas de William Shakespeare. Ela passou o dedo pela lombada enrugada.

A única outra coisa na estante era uma única fotografia emoldurada de um jovem Draco e sua mãe. Ela se inclinou na direção dela, usando um dedo enluvado para limpar uma mancha invisível de sua bochecha, então se virou para a câmera e sorriu enquanto Draco a abraçava.

— Eles me deixaram pegar algumas coisas da Mansão — disse ele. — Foi assim que consegui a foto e os livros.

— Eu... eu não estava... — ela se afastou rapidamente da imagem, o rosto ficando vermelho.

— Havia outras fotos, mas essa é a única de que gosto — disse ele, ignorando ou descartando a gagueira dela.

— Então... uhm... há quanto tempo você mora aqui?

— Alguns meses. Eles realmente não sabiam o que fazer comigo no começo. Fiquei em uma pousada até que decidiram que eu deveria ter acesso ao dinheiro da minha família. — Seu tom começou civilizado, mas tornou-se amargo no final. — Então eles não poderiam me dizer onde morar ou o que fazer.

— Então você... se mudou para cá?

— Sim.

— E você... gosta daqui?

— Sim.

— Hum.

Eles ainda estavam parados um do lado do outro na sala.

— Bem então.

— Sim.

Ela colocou a bolsa no chão e olhou ao redor do apartamento. Havia muito mais janelas aqui do que em sua residência anterior, e não havia televisão nem máquina de lavar. Mas fora isso - e o fato de que sua estante tinha livros - tinha uma semelhança impressionante com o lugar onde ele morou na Inglaterra trouxa.

Thirteenth Night | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora