Como ela conseguia ficar ali sentada, mastigando sua maçã e olhando para as árvores estava além da sua compreensão.
Ele tinha que sair dali. Longe dela. Voltar para sua casa. Não seu maldito apartamento trouxa, a sua verdadeira casa. Ele precisava ficar sozinho, processar tudo isso... para começar a compreender exatamente o que havia acontecido com ele. O que foi feito com ele.
Mas ela realmente não parecia estar planejando ir a lugar nenhum.
— Está ficando escuro.
— Comprei um par de barracas. E sacos de dormir. E há comida suficiente para durar até... bem, é praticamente um suprimento infinito.
— Você está fora de si.
— Acho que posso estar. — Ela embrulhou o caroço da maçã em um guardanapo e enfiou-o na bolsa. A bolsa dela. A mesma bolsa que ela trazia todas as semanas para vê-lo. A varinha dela estava lá o tempo todo? A varinha dela estava lá agora? Se ele pudesse conseguir isso dela... — Pare de olhar para minha bolsa desse jeito. Minha varinha não está aí.
— Eu não preciso da sua varinha para matar você.
Ela parecia um pouco doente. Bom.
— Você me mataria, Draco? — Ele não conseguia olhar para ela. Ou responder à pergunta dela. De repente, ela se levantou e caminhou até ele, posicionando-se a centímetros de seu rosto. Ela então pegou as mãos dele e as colocou em volta do pescoço. — Vá em frente então. Tenho certeza que você conseguiria. — A pele dela era macia sob suas mãos. Ele apertou ainda mais, esperando que isso fizesse os olhos dela brilharem de medo. Não aconteceu. — Vá em frente — ela incitou. Ele cerrou os dentes e apertou a mandíbula. — Você vai ter que apertar mais forte do que isso.
— Por que você está fazendo isso? — ele sibilou.
— Por que você não está me matando? — sua voz estava perfeitamente uniforme. Ele tentou canalizar para suas mãos sua irritação pela calma dela, mas elas desobedeceram, em vez disso relaxaram o aperto e deslizaram impotentes pela garganta dela, pelos ombros, de volta para seu colo. As lágrimas começaram a arder em seus olhos. Ele piscou para afastá-las. Ela pegou as mãos dele novamente e as colocou na garganta. — Vamos — ela disse. O tom sereno de sua voz quebrou quando seus lábios começaram a tremer. — Tente novamente.
— Pare de fazer isso — ele murmurou. Em vez de fechar-se em torno de sua garganta, as mãos dele seguraram seu rosto. Ele acariciou suas bochechas com os polegares, enxugando as lágrimas que começaram a escorrer por elas. — Simplesmente pare.
— Parar o que?
Lentamente, hesitantemente, ela estendeu a mão e tomou o rosto dele entre as mãos, espelhando seus próprios movimentos.
Ele podia sentir a respiração dela em seu queixo. Sua mente se lembrou da aparência do rosto dela sob a luz suave da sala de estar, em uma noite que parecia ter acontecido há muito tempo na vida de outra pessoa. Ele lambeu os lábios, mas não os trouxe até os dela.
— Pare... pare... de agir como... como...
— Como o que? — ela sussurrou.
— Como se você não tivesse passado mais de uma década me odiando. — Sua voz estava mais forte agora, alimentada por uma profunda sensação de desgosto na boca do estômago. Ela se afastou e abriu a boca para dizer alguma coisa, mas ele a interrompeu. — Porque eu também odiei você, Granger. Essa foi a primeira coisa que pensei quando te vi aqui. Que eu odiava você.
Ela pegou as mãos dele, apertando-as com tanta força que quase doeu. Ele tentou arrancá-las, mas ela não desistiu delas.
— Eu sei.
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Thirteenth Night | Tradução - Dramione
Fiksi PenggemarQuando Hermione é designada para ficar de olho em Draco, encantado para ficar sem memória, ela se depara com uma decisão que pode mudar sua vida para sempre. Tradução da fanfic escrita por Nelpher. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Essa história não me p...