Capítulo 6

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Sexta-feira

Ela não dormiu muito bem naquela noite. Consequentemente, no trabalho do dia seguinte, suas pálpebras começaram a tremer por volta das duas e quinze. Às quatro, ela estava quase prestes a desmaiar em uma pilha de arquivos.

— ... você não concorda, Hermione? — Harry perguntou.

— Absolutamente — ela murmurou.

— Você tem certeza sobre isso?

— Hum.

— Porque você acabou de concordar que deveríamos nos transfigurar em wombats e passar a noite caçando larvas.

— Isso é ridículo — ela bocejou. — Wombats são herbívoros.

Harry riu.

— Queimando o óleo da meia-noite ontem à noite, hein?

— Algo parecido.

— Posso conversar com Shacklebolt sobre como reduzir sua carga de trabalho — Harry ofereceu.

— Não é isso, Harry.

— Malfoy? — Hermione suspirou pesadamente em resposta. — O que é? Ele está incomodando você?

— Não exatamente.

— Então, o que é?

— Eu não sei, Harry.

Como ela poderia explicar tudo? Quão estranho era sentar ao lado dele em um sofá? Ouvir ele rir e não fazer com que fosse um barulho odioso? Beber o chá que ele fez? Para vestir suas roupas? Usar as roupas dele na casa dela muito depois de ela tê-las trocado? Enterrar o nariz na camisa depois de tirá-la, ficando tonta com os leves traços do cheiro dele?

— Experimente — disse Harry, acomodando-se ao lado dela.

— Podemos conversar mais tarde, Harry. Depois do trabalho. Tenho que terminar com esses arquivos.

— Tudo bem. Iremos juntos para o Esconderijo. Eu disse a todos que os encontraríamos lá.

— Parece bom. — Ela sorriu para Harry e voltou para seus arquivos.

Mas ela não conseguia se concentrar. Agora não. Não quando sua mente continuava voltando para a sensação de ter seus olhos fixos nos dela, para o formato dos lábios dele enquanto ele sorria, para a tristeza em sua voz enquanto recitava as palavras de Viola. Não quando sua mente continuava vagando para a sessão da próxima semana. E ao passeio no parque isso certamente não aconteceria. Por que ele perguntou a ela? Apenas porque ele estava desesperado para conversar. Isso era tudo. Mais importante, porém, o que ela estava pensando quando disse a ele que pensaria sobre isso? Foi simplesmente um lapso momentâneo de julgamento, é claro. Quanto ao seu "acordo", bem, ele responderia às perguntas dela, gostasse ou não. Afinal, ela tinha um trabalho a fazer e a atitude truculenta dele não iria atrapalhar.


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— Você não vai me contar, vai, Hermione?

— Sobre?

Eles estavam caminhando para o bar. Hermione sugeriu que eles apenas usassem o Flu, mas Harry estava determinado a arrancar algo dela. E Hermione estava igualmente determinada a permanecer calada.

— O que está acontecendo com Draco — ele disse, parando-os. — Eu conheço você, Hermione. Eu sei quando algo não está certo.

— Nada está certo sobre isso, Harry. Todas as semanas — disse ela, baixando a voz, apesar de terem as ruas só para eles. — Eu tenho que fingir que Draco Malfoy é o maldito Drake Malford. É bizarro. E enervante.

Thirteenth Night | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora