♦️Festas♦️

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A música "Reminder" do 2Scratch toca alto na boate, as vozes das pessoas ao meu redor ficam cada vez mais distante, assim como a minha consciência aos poucos vai ficando cada vez mais longe do meu eu consciente.

Garrafas de uísque, pacotes de drogas, pílulas de Ecstasy estão na minha frente, me fazendo consumir mais e mais. Sinto meu corpo tremer, esquentar e suar como se eu estivesse sido jogado em uma piscina de água fria.

Abro os olhos e tudo que eu vejo são borrões coloridos distantes. Sinto um peso em meu colo, não sei distinguir o que é, mas sinto que o que está encima de mim começa a atacar o meu pescoço, me fazendo sentir arrepios.

— Ei? Sanzu? Tá bem?

Olho em direção a voz de começo a rir, eu não estou consciente e com controle do meu corpo, apenas me deixo levar para aquele momento de total êxtase sob efeitos de narcóticos misturados com bebidas.

Coço os olhos e minha visão fica um pouco mais nítida, porém ainda não está lúcida.

— Gosta quando eu dance assim? — fala uma voz feminina e eu percebo que o que está encima de mim é uma garota, que veste apenas uma mini saia preta e um cropped da mesma cor.

— Sim... sim... — falo e jogo a cabeça para trás.

— Haru, por que você está tão distante hm? — ela fala e segura a minha mandíbula me fazendo olhar para ela. — Já está alterado? — ela fala e morde a minha boca de leve.

— Eu não sei... — falo e começo a rir.

— Drogado. — ela fala e me dá um tapa no ombro e sai de cima do meu colo e se senta no colo do Rindou, que rapidamente começa a rebolar em seu colo enquanto ele segura a cintura dela.

Apoio os cotovelos na mesa e coloco as mãos nas minhas têmporas. Sentindo minha cabeça doer e girar. Uma sensação de estômago embrulhando é perceptível por mim e eu mesmo cambaleando, me levanto da mesa e vou até o banheiro.

O banheiro estava vazio, entro em uma cabine e me ajoelho no chão, me inclinando para o vaso sanitário e despejando para fora tudo o que eu consumi.

Sou incapaz de sentir o vômito e o seu gosto, tudo o que eu sinto é um líquido viscoso que sai da minha garganta e nariz.

A tontura e as dores nos músculos se tornam presentes. Encosto minhas costas na parede fria da cabine e jogo a cabeça para trás, vendo um ponto brilhoso no teto, do qual acredito ser uma lâmpada.

Minha visão se escurece, e apago. Não vendo mais nada e nem tendo noção do que fosse acontecer em seguida.

 Não vendo mais nada e nem tendo noção do que fosse acontecer em seguida

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— Fale a verdade se filho da puta! — ordeno com certo ódio na voz.

— Senhor eu tentei, juro que eu tentei fazer o possível, mas roubar a carga da Bonten direto do navio cargueiro não é tão fácil.

— Você é um incompetente! Assim como todos os outros do seu grupinho. — falo e desfiro um tapa forte em seu rosto. — Hanma!

— Sim. — ele diz e se aproxima de mim.

— Se livre desse pedaço de merda, assim como os outros.

— Sim senhor. Mais alguma ordem?

— Se livre dos corpos depois que os matá-lo.

— O QUE? NÃO POR FAVOR NÃO! — grita o homem.

Saio do galpão ainda ouvindo os gritos de desespero e socorro do homem que eu tinha pedido para roubar a carga de armas da Bonten. O plano já estava todo pronto, eu que planejei, bastava segui-lo. Mas parece que só eu tenho que dar conta da porra toda sozinho.

Passo as mãos pelo meu cabelo negro bem cuidado e cortado e respiro fundo. Me vejo obrigado a iniciar o plano B, já que aqueles emprestáveis não souberam realizar o plano A, e alguns acabaram sendo mortos.

— Muto? — fala uma voz atrás de mim.

— Diga. — falo sem me virar.

— O plano A não foi concluído com sucesso, Hanma acabou de me informar. Daremos início ao plano B?

— Ainda é muito cedo para iniciar o plano B, Shion. — falo e me viro para ele. — Eu vou esperar a poeira abaixar primeiro, antes de dar o próximo passo.

— Sim senhor. — ele fala e assente positivamente.

— Madarame.

— Sim?

— Traga o meu carro, me leve até a boate Devil's. Preciso esfriar a cabeça.

— Certo. — estarei aqui em alguns instantes.

Respiro fundo e me sento em um capô de um carro abandonado que tem ali no galpão. Acendo um cigarro e trago, soltando uma fumaça espessa pelo nariz que se dissipa pelo ar.

O meu belo Rolls Royce Phantom branco chega minutos depois, Shion abre a porta do carro e eu adentro o veículo, que segue caminho ao destino que eu sugeri no início.

A boate mais chique e cara de Tokyo fornece as melhores bebidas. Era tudo que eu precisava naquele momento de puto estresse.

Desço do carro e entro no local pela área VIP, me sento em uma mesa que fica de frente a uma pista de poledance e fico observando a dançarina dançar sensualmente no ritmo da música "Stale Bread" do Thefaded.

Um garçom me serve com algumas bebidas das quais eu começo a consumir enquanto não tiro os olhos da dançarina que dança na barra de poledance. Por mais que ela seja linda, eu ainda sim não me sinto satisfeito.

— Quer uma ajuda, gatinho? — fala uma garota e se aproxima de mim. — Quer uma dancinha particular?

— Claro.

A garota sorri e em seguida me guia até uma sala onde possui várias cabines individuais. Ela me leva até uma delas e eu me sento na poltrona de veludo vermelho, continuo a beber meu coquetel enquanto olho ela dançando no meu colo.

Ela dança bem, me faz sentir espasmos, porém sinto que tem algo de errado ou de estranho comigo. Parece que não importa quantas mulheres eu veja na minha frente, com quantas eu durmo ou com quantas sentam em meu colo, nunca está o suficiente.

A garota sensualiza, puxando minha gravata e sorrindo maliciosa, deposita alguns beijos em meu pescoço porém eu não me sinto nem um pouco satisfeito, apenas aprecio o seu trabalho, em um silêncio sepulcral que se quebra apenas pela música que toca.

Fogo Cruzado (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora