O dia na Bonten foi cansativo e muito estressante. Além de nós nos preocupar com os estresses básicos que a máfia nos traz, tínhamos que nos preocupar com os estresses adicionais com a Akuma e as suas teorias e ameaças.
Cheguei em casa por volta das 23:39 da noite.
Moro no mesmo condomínio que todos os membros da Bonten. Somos todos vizinhos, um do lado do outro.
Estaciono a minha Ninja H2R na garagem e assim que desço dela, tiro o meu capacete e coloco a chave na fechadura da porta, a giro e assim que ela se destranca eu entro.
Acendo a luz da casa e coloco meu capacete encima da bancada e caminho até a cozinha, bebo um copo de uísque com gelo e em seguida apago a luz do andar debaixo e subo as escadas até chegar no andar de cima, onde fica o meu quarto.
Acendo a luz e abro um sorriso. Meu quarto era o meu refúgio para todos os meus problemas diários e da vida. Deixo a minha katana no suporte na parede que fica do lado da cama e caminho até o banheiro.
Retiro a minha roupa, que não é minha e sim de outra pessoa que vestiu em mim quando eu fui sequestrado. Coloco ela no cesto de roupa e quando eu fico apenas de boxer me olho no espelho.
As cicatrizes... aquelas malditas cicatrizes.
Eu detesto as cicatrizes que tenho nos dois cantos da boca. Cada vez que as olho no espelho, elas estão lá, como marcas impagáveis de um passado que eu preferia esquecer.
Elas são lembranças visíveis de momentos dolorosos, de experiências que deixaram marcas não só na minha pele, mas também na minha alma. Essas cicatrizes são como cobranças silenciosas, que faz lembrete de que nem todas as batalhas são vencidas sem deixar marcas.
Elas permanecem no meu rosto, como uma parte indesejada da minha identidade, uma lembrança constante de que a vida nem sempre é gentil, mas cabe a nós encontrar a beleza na imperfeição e seguir em frente, mesmo que as cicatrizes permaneçam, por mais que eu negue.
Retiro a boxer e me e enfio embaixo do chuveiro com água quente, fazendo com que o box do chuveiro fique cheio de vapor devido ao calor.
Observo as gotas de água escorrerem em meu corpo e encaro o azulejo do banheiro, que de alguma forma me faz lembrar de uma lembrança do meu passado.
No banheiro não se via nada a não ser o vapor espesso do chuveiro. Minha mão estava apoiada no box do chuveiro e eu mordia a boca para conter os meus gemidos, enquanto Muto estava atrás de mim, segurando minha cintura com uma mão e com a outra ele segurava o meu ombro com força, enquanto ele entregava o máximo de si para aquele ato prazeroso.
— Argh... hmm... — eu gemia enquanto minhas mãos pressionavam o vidro do box.
— Haru... você está tão lindo assim... — ele disse e depositou beijos nos meus ombros, pescoço e costas. — De quem você é?
— Seu, só seu. — disse e olhei para trás para ver ele.
Muto se inclinou e me beijou de maneira prazerosa e voltou ao que estava fazendo.
— Yasu... — falo sussurrando enquanto percorro minha mão direita pelo meu corpo.
Fecho os olhos e imagino e me lembro de todos os momentos que passamos juntos, e eles servem de impulso para que eu inicie minha auto satisfação sexual.
Com a mão esquerda livre, eu a apoio no azulejo frio do banheiro e contraio os dedos enquanto mordo a parte inferior da minha boca para conter meus gemidos manhosos.
As lembranças passam pela minha mente, a adrenalina sobe, meu corpo se contrai e estremece com cada movimento e reação do meu corpo.
Começo a tremer após sentir sensações indescritíveis. Cada toque, cada movimento era uma sinfonia de prazer que eu conduzia com maestria.
No ápice da minha satisfação, um instante de pura euforia me envolveu. Uma sensação de completo domínio sobre mim mesmo, uma conexão profunda com o meu próprio ser. Naquele momento, não havia preocupações, não havia expectativas, apenas eu e o êxtase do meu próprio prazer.
— Muto... — solto um gemido manhoso.
Olho para a minha mão direita e vejo ali resquícios da minha autoindulgência. Abro um sorriso com aquilo e trato de me limpar imediatamente.
Assim que eu me limpo por completo, desligo o chuveiro e me seco com a toalha, me visto com uma boxer branca, apago a luz do quarto e me deito na cama, olha para o meu teto onde tem LEDs da cor roxa e rosa.
Fico com o olhar fixo naquelas luzes coloridas e me entrego ao sono.
O estresse do dia... como hoje acaba interrompendo o meu sono. E eu me vejo mais um dia sob o domínio da insônia.
Olho para o meu relógio de cabeceira e vejo que são 02:30 da manhã. Me sento na cama e passo as mãos pelo meu rosto, me levanto e caminho até a varanda do meu quarto que me dá uma bela vista de Tokyo de noite sob as luzes da cidade.
Me debruço sobre o parapeito de vidro e respiro fundo. Sinto o vento gélido bater no meu rosto e fecho os olhos por alguns segundos e tudo que eu consigo ver é ele... aquele mesmo homem que eu amei porém crescido, com a aparência diferente mas que ainda o fazia ficar perfeitamente bonito.
Cheguei tão perto dele. Tão perto de sua pele... mas agora eu me encontro na estaca zero, de volta ao início.
— Eu ainda vou te ter de volta, Haru. — falo e olho para o horizonte noturno de Tokyo.
Fico um tempo ali mas logo volto para o meu quarto, fecho a porta de vidro que dá acesso para a varanda e acendo a luz do abajur do lado da cama.
Reviro o meu criado mudo e ali eu encontro algo que me deixa com o coração aquecido.
Uma foto minha e do Sanzu. Na foto ele está sentado no meu colo e me abraçando. Era uma foto antiga, e ela se encontrava bem amarelada por causa do tempo.
Viro para o verso da foto e ali, com uma linda letra cursiva, está as palavras do Haruchiyo.
"Sua presença traz uma paz que eu nunca conheci antes. Não há palavras suficientes para expressar o quanto você significa para mim.
Você é o meu porto seguro em meio à tempestade. É como se você trouxesse luz para os cantos mais escuros da minha vida.
Eu te amo mais do que as palavras podem dizer, mais do que qualquer gesto pode mostrar. Você é a razão do meu sorriso, a batida do meu coração. Estou eternamente grato por ter você ao meu lado.
Eu simplesmente te amo, Yasu.
Com todo o meu amor,
Sanzu."Me deito na cama e abraço aquela foto. Me lembro perfeitamente do que estávamos fazendo naquele dia: um piquenique no templo Musashi Shrine.
Aquele dia foi mágico. Foi apenas nós dois que estava ali. Degustando deliciosas comidas compradas na padaria e aproveitando o tempo que estava agradável naquele dia.
Beijos, abraços, risadas e sorrisos fizeram parte daquele dia, que eu jamais serei capaz de esquecer.
Fecho os olhos lentamente e me entrego ao sono.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fogo Cruzado (+16)
Fanfiction[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Em um mundo onde as máfias dominam os territórios, Muto e Sanzu se encontram em lados opostos, como inimigos implacáveis. No entanto, quando a máfia Akuma ataca os territórios da Bonten e invade sua fortaleza, Muto de...