♦️Punição♦️

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— Eu ainda me recuso a acreditar que o doido do Sanzu quer que nós nos aliamos com a Akuma. — resmunga meu irmão mais novo. — O que deu nele?

— O que deu nele eu não sei. A única coisa que eu sei é que estamos todos ferrados, isso sim. — respondo. — Tem que ter alguma explicação para ele querer mudar de lado.

— Há uma explicação, Ran Haitani. — diz uma voz rouca e suave, porém ela é uma voz conhecida, mas não é a voz do Sanzu.

Olho para a cela e eu vejo aquele mesmo homem mascarado do vídeo, agora bem na minha frente. Sinto o ódio pulsar nas minhas veias e eu não penso duas vezes antes de ir até ele.

— Seu filho da puta! O que você disse para o Sanzu? Para colocar ele contra todos nós?

— Haitani, Haitani... você não mudou nadinha. — ele responde e em seguida ri. — Eu não precisei colocar ele contra ninguém, eu apenas contei a verdade para ele e ele decidiu tomar a sua decisão.

— Duvido muito, conta outra!

O homem mascarado leva as duas mãos para a máscara, a retira e assim que ele faz isso, eu arregalo os meus olhos sem acreditar no que eu vejo... era Muto! Agora mais velho, não tinha mais aquela cara de moleque de 18 anos... as suposições do Sanzu eram reais, era ele esse tempo todo.

— SEU DESGRAÇADO! VOCÊ DEVE TER APROVEITADO OS SENTIMENTOS QUE O SANZU TEM POR VOCÊ E USADO ISSO AO SEU FAVOR!

— Eu já disse que eu não fiz nada, Haitani. — ele diz e me olha com um olhar de superioridade. — Sanzu planejou tudo isso sozinho, eu apenas estive ao lado dele, como um bom parceiro. Não tenho envolvimento com nada disso.

Antes que eu fosse capaz de dizer alguma coisa, vejo uma silhueta atrás do Muto, e assim que se aproxima, vejo que é Sanzu, vestido com uma roupa social toda preta e com uma corrente no colarinho da camisa de manga longa e preta. Em sua mão direita ele segura a sua katana e abre um sorriso ao nos ver.

— Já decidiram o que vão fazer? — ele pergunta.

— A resposta não está clara ainda? — respondo rindo. — Não vamos nos aliar a Akuma.

— Eu imaginei, ah que pena que as coisas vai ter que caminhar para um lado tão difícil. — ele responde e insere a senha na porta e em seguida ordena que alguns homens entrem na cela. — Pegue o Manjiro.

Olhamos para a cena pasmen, os homens pegam o Mikey e o leva até Sanzu, que sorri e coloca a sua katana afiada contra o pescoço do Mikey.

— Ou você se aliam, ou eu o mato, aqui e agora.

— Você não pode estar falando sério! Você sempre foi leal a ele! — diz Rindou.

— Mas ele não foi o mesmo comigo. — ele responde e aperta ainda mais o Mikey contra a sua katana. — Além dele ter simplesmente cortado a minha boca por um erro que nem foi meu, a vida toda ele me fez de capacho, me forçando a fazer tudo que ele queria pois caso contrário ele iria me ferir de novo. — ele fala com certo ódio. — E como se não bastasse, foi ele que mandou o Muto forjar a própria morte para ele ficar longe de mim e eu acreditar que ele morreu.

Todos nós olhamos incrédulos, sem acreditar no que tínhamos acabado de ouvir. Como assim o Mikey era culpado disso?

— Por que o Mikey faria isso? — questiona Koko.

— Porque ele queria vingança depois que descobriu que eu e o Muto deixamos a Toman para seguir com a Tenjiku. Foi uma punição para mim e para o Muto. Como acham que o Mikey foi o primeiro a saber da "morte" do Yasu? — ele fala e pressiona Mikey contra a katana. — Vocês não tem muitas opções por aqui. Ou fazem o que eu mandar ou eu o mato agora mesmo.

Olho para os outros membros da Bonten e eles estão tão assustados e impressionados como eu. Vejo o desespero no olhar deles e sei que no fundo eles não querem aceitar, mas não podemos deixar Manjiro morrer sabendo que temos a oportunidade de salvá-lo.

— Nós nos aliamos com a Akuma. — responde Rindou dando um passo à frente. — Agora solte o Mikey.

Sanzu abre um sorriso e diz:

— Foi tão fácil convencer vocês. Achei que eu demoraria mais tempo. — ele fala e faz um gesto para os homens nos tirar daquela cela. — Vocês receberam suas funções aqui igual na Bonten.

— E quanto o Mikey? — pergunta Koko.

— Ele terá uma hora marcada lá na sala vermelha.

— VOCÊ DISSE QUE IRIA SOLTÁ-LO! — respondo com ódio.

— Nada disso. Eu apenas coloquei uma proposta, mas não disse em momento algum que eu iria soltar ou liberar o Mikey. — ele fala com sarcasmo.

Ele se afasta junto com Muto, arrastando Mikey para longe de nós. Eu me debato e tento me soltar, porém os homens são bem fortes.

Olho para os outros membros e ele estão assustados com a forma que Sanzu estava lidando com as coisas. Agindo por impulso e com muita raiva, principalmente contra Mikey.

Temo só de pensar o que ele fará com ele.

Acordo meio sonolento, minha cabeça lateja e sinto um certo formigamento nela, nos braços e nos meus pés

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Acordo meio sonolento, minha cabeça lateja e sinto um certo formigamento nela, nos braços e nos meus pés. Olho a minha volta e vejo que eu estou com os pulsos e tornozelos presos em correntes presas na parede.

Tento me soltar mas as correntes são muito fortes para eu tentar me soltar sozinho.

Pisco diversas vezes e vejo uma sombra em pé, na minha frente, porém distante.

— Acordou?

— Haruchiyo? — pergunto assim que eu vejo a silhueta caminhando, iluminando aos poucos quem era, e sim era Sanzu. — O que deu em você?

— Achou mesmo que você ficaria impune depois de tudo que você fez para mim? — ele fala com raiva em seu tom de voz. — Essas malditas cicatrizes que você fez em mim foram a pior coisa que já me fizeram. — ele fala e segura a minha mandíbula com força. — Eu convivi com essa desgraça por anos em mim, e para sempre elas ficarão gravadas em minha pele, graças a você.

— Me, desculpe por isso, Sanzu. Eu era jovem e estúpido. — respondo sentindo meu corpo estremecer pela força psicótica que ele me olha.

— Não é só isso, Mikey. Elas estão sempre aqui, me lembrando da dor e da humilhação daquele maldito dia. — ele fala e me olha sem piscar.

— Eu sei que não posso mudar o passado, mas...

— Mas você pode pagar por isso, Mikey. — ele responde e abre um sorriso, tira a sua katana da cintura e da capa protetora e aponta para mim. — Agora sorria, Mikey.

Fogo Cruzado (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora