— Boa noite raio de sol. Apagou legal hein? — brinca uma voz sedosa familiar. — Sonhou com o que hein?
Meus olhos ardem com a luz fraca do abajur, minha cabeça dói e meu corpo parece estar duro, como se estivesse congelado, com todos os nervos atrofiados.
— O que aconteceu? Aonde eu tô?
— Você teve uma overdose. Está na sua casa.
— Rindou?
— Eu mesmo. — ele diz enquanto checa a minha temperatura com um termômetro. — Por sorte você não morreu. — ele ri. — O que você está sentindo?
— Todos os piores sintomas do mundo.
— É o efeito das drogas misturado com bebidas. — ele diz e me entrega um copo. — Bebe isso, vai ajudar a desintoxicar.
— O que é isso? — pergunto e me sento na cama.
— Suco de laranja natural. Vai ser bom para você.
Pego o copo de suco e começo a beber, sentindo o líquido gelado descer em minha garganta, causando uma sensação de congelamento na minha cabeça.
— Vê se não abusa da próxima vez. Você desmaiou no banheiro da boate, ficou desacordado até agora, e o pior nem foi isso.
— O que foi pior?
— Ter que te dar banho.
— Por que caralhos você fez isso?
— Você estava todo cheio de vômito. Estava uma nojeira que só por Deus. — ele diz e se levanta da cama. — Eu tenho que ir agora. Eu combinei com Ran que íamos ao cassino com o Koko e o Kaku para uma aposta. Se cuide, e não saia de casa até o amanhecer.
Assinto positivamente e repouso meu corpo no colchão macio. Minha cabeça gira e dói muito, me fazendo sentir tontura e ânsia.
— Me droguei demais... — falo e viro de lado na cama.
A visão que eu tenho é da minha enorme janela de vidro, que vai do chão até o teto, dando uma bela visão de Tokyo sob as luzes noturnas.
Me levanto da cama com cuidado e caminho até a minha sacada, sentindo aquele vento gelado porém gostoso em meu rosto ao mesmo tempo que bagunça os meus fios de cabelo rosados ainda úmidos pelo banho.
Apreciar Tokyo de noite sem dúvidas é a melhor sensação que eu posso ter. Me faz pensar na vida e nas minhas atitudes. É na calada da noite escura e fria de Tokyo que eu gosto de avaliar as minhas atitudes, mesmo sabendo que não vai dar em nada.
Deitado na imensa cama king size sob os lençóis macios de seda, repouso o meu corpo musculoso sob o colchão e seus tecidos macios.
Tudo o que eu visto, é apenas uma boxer branca, e tudo o que eu vejo é o enorme lustre no teto branco do meu aposento. Os cristais refletem a luz de LED vermelha do quarto e eu abro um sorriso, vermelho... essa cor me trazia satisfação e boas lembranças.
A cor vermelha remete ao meu passado, e em destaque, um ocorrido quando eu tinha meus 22 anos...
Foi sob a luz incandescente do LED vermelho, que a minha vida mudou para sempre. Aquela cor se tornou um lembrete constante do meu passado marcado por um ato impuro e estranhamente prazeroso com o vice-capitão da quinta divisão da antiga gangue que nós fazíamos parte, Toman.
Aquele momento fugaz de êxtase e desespero por prazer e pelo ápice, me fazia querer reviver aquele instante, misturado a culpa com o desejo e o arrependimento com a excitação.
— Argh... Muto... Continua... — ele implorava por mais enquanto eu segurava a sua cintura com mais força.
— Gosta quando eu faço assim? — disse enquanto depositava beijos em seu pescoço.
— Amo. — ele disse e abriu um sorriso e em seguida revirou os olhos devido a excitação. — Eu vou... argh... Yasu, eu acho que eu vou...
— Shhh, aguenta mais um pouquinho tá bom? — disse enquanto acariciava o seu rosto.
— Yasu... por favor...
Desde aquele dia, a cor vermelha nunca mais foi apenas uma tonalidade, mas sim um lembrete constante do que já fomos no passado. Aquele ato carnal que me encheu de prazer e desejos intensos no passado, eu nunca mais fui capaz de sentir com mais ninguém.
Somente ele, Sanzu Haruchiyo me fez sentir aqueles desejos e prazer intenso que fez meu corpo inteiro estremecer.
Quando saímos da Toman, fomos para a Tenjiku, e sempre trocávamos olhares intensos e costumávamos a nos entregar a prazeres carnais quando ninguém estava por perto, seja no banheiro ou em contêineres abandonados.
Porém, após o conflito entre a Toman e a Tenjiku, fomos presos e mandados para reformatórios diferentes, e desde aquele dia, nunca mais nos vimos e eu nunca mais tive notícias sobre ele. Tudo que eu sei é que a Tenjiku foi desfeita assim como a Toman.
Tentei por muito tempo procurar saber alguma coisa sobre o Sanzu, mas nunca tive respostas. Portanto, passei a acreditar que ele tivesse morto ou que tivesse saído do Japão.
Nenhuma mulher chegava aos seus pés e nenhuma mulher sabia me encher de excitação extrema assim como ele sabia fazer.
Fecho os meus olhos e passeio as mãos pelo meu corpo, imaginando como se fosse as mãos ágeis com dedos finos e compridos que Sanzu possuía, mordo a boca ao imaginar seus olhos azuis com cílios grandes se revirando e dizendo meu nome com aquela voz sedosa.
— Haruchiyo... — sussurro enquanto me entrego aos prazeres carnais, pensando na pessoa que me fazia eu sentir essas sensações.
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Fogo Cruzado (+16)
Fanfiction[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Em um mundo onde as máfias dominam os territórios, Muto e Sanzu se encontram em lados opostos, como inimigos implacáveis. No entanto, quando a máfia Akuma ataca os territórios da Bonten e invade sua fortaleza, Muto de...