♦️Aviso♦️

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— Haru? Ei? Acorda. Já amanheceu.

Vou abrindo os olhos lentamente e assim que eu fico totalmente acordado, me sento no colchão de ar e coço os olhos. Permaneço alguns segundos meio sonolento mas logo me levanto.

— Mikey disse que conseguiu informações sobre a gangue Akuma. Quer que todos de reúnem na sala de reuniões da sede. — informa Ran.

— Certo. — falo e respiro fundo.

Deixamos o prédio e fomos até os nossos carros, porém ao chegar neles deparamos com uma situação nada agradável.

Os pneus dos nossos carros estavam todos furados, e em cada capô do carro havia uma sílaba, riscada com algo afiado que foi capaz de arrancar a tinha do carro, e que ao juntar ficava Akuma.

Filhos da puta! — resmunga Rindou. — A minha McLaren tinha acabado de ser pintada!

— Como isso foi possível?! Nós ficamos de vigia a noite toda! — questiona Ran.

— Talvez só nós três não seja o suficiente. — falo e respiro fundo. — Rin, liga para um táxi, eu vou ligar para o guincho.

Era apenas 08:30 da manhã, e já está acontecendo essa porra toda? Fala sério, parece que o universo não está ao nosso favor.

Demorou alguns minutos para o guincho chegar, e quando chegou os carros foram colocados no caminhão e levados para o conserto, que custaria caro.

Entramos no carro e seguimos caminho até a sede da Bonten. Prontos para ouvir o que o Mikey tinha a dizer sobre aqueles filhos da puta.

Assim que chegamos na sede da Bonten, fomos para a sala executiva, e ali Mikey junto com os outros membros nos aguardavam

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Assim que chegamos na sede da Bonten, fomos para a sala executiva, e ali Mikey junto com os outros membros nos aguardavam.

Havia uma tela branca e um projetor ligado, fiquei me perguntando o que aquilo tinha a ver, mas logo meu suspense foi revelado quando Mikey se levanta da cadeira e diz:

— Hoje de manhã, assim que eu cheguei em uma das nossas casas de massagens, uma funcionária disse que um homem apareceu lá. E deixou essa pendrive com ela. — ele diz e mostra o pequeno eletrônico. — Eu vi o vídeo, e estou bem surpreso com a audácia dele.

Sano coloca o objeto no projetor, e em seguida um vídeo se inicia.

O homem de terno negro, enigmático e calculista, encara a câmera por trás da sua máscara, com sua voz distorcida por algum aparelho capaz de fazer isso. Seu aviso ressalta uma tensão palpável, alertando nós da Bonten que as suas alianças clandestinas podem eliminar o que a Bonten é. Cada palavra, cada ameaça, era como um punhal afiado apontado diretamente para nós.

— "Akuma não irá tolerará a insolência e a intrusão da Bonten em nosso território e negócios. Consideramos as recentes ações da Bonten como uma afronta direta à nossa autoridade e soberania sobre nossos domínios. Nossa paciência se esgotou e chegou o momento de agir. A partir deste momento, declaramos abertamente nosso objetivo: derrubar a Bonten. Faremos tudo o que for necessário para eliminar cada um de vocês, e
aqueles que ousarem apoiar ou proteger a Bonten serão considerados inimigos da Akuma e enfrentarão as consequências de suas escolhas. Não haverá piedade para traidores ou colaboradores. Este aviso serve como um último alerta para vocês. Recuem enquanto ainda têm a chance, ou enfrentem a ira implacável da Akuma."

Enquanto todos absorvem cada detalhe com expressões sérias, minha mente trabalha freneticamente para conectar os pontos. E como um raio, um reconhecimento atravessa a minha mente: as mãos daquele homem... seus gestos sutis... eu já os tinha visto antes.

Uma onda de gelo percorre minha espinha enquanto eu tento digerir a revelação. Aquele homem, cuja identidade estava oculta atrás de uma máscara, não era um estranho completo para mim. Tive a impressão que eu já tinha o visto, algo me dizia que eu já o vi.

Enquanto o vídeo continua eu me vi mergulhado em uma teia de memórias e incertezas. Quem era esse homem enigmático será que ele era da Akuma? O que ele queria de nós, da Bonten?

Minha mente fervilhava com perguntas sem resposta, enquanto o vídeo se desenrola diante dos nossos olhos. Mas uma coisa era certa: o jogo havia mudado, e a guerra entre as máfias estava prestes a atingir um novo patamar de perigosidade.

 Mas uma coisa era certa: o jogo havia mudado, e a guerra entre as máfias estava prestes a atingir um novo patamar de perigosidade

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Enquanto eu observo Tokyo sob a luz do início da tarde, fico pensando no que eu fiz na noite passada... o estrago nos carros luxuosos que eu fiz questão de deixar minha marca.

Porém, isso não era a única coisa que eu estava pensando, e sim em um carro específico...

A Bugatti roxa e a sua placa... que ostentava o nome "Sanzu".

Aquilo era um lembrete doloroso de um passado que eu jamais fui capaz de esquecer.

Sanzu, meu ex-namorado, que ainda ecoa em minha mente, apesar de todos os anos que se passaram desde que fomos separados pelos reformatórios.

Me lembro perfeitamente da última vez que nos vimos, os olhares trocados através das grades das celas da prisão temporária e as promessas sussurradas de que nos encontraríamos novamente quando saíssemos daquele inferno.

Muto! — ele disse com os olhos cheios de lágrimas.

— Vai ficar tudo bem, Haru. — disse e olhei para ele com carinho. — Não vamos nos separar por muito tempo. Eu prometo.

— Não quero ficar longe de você. — ele disse e se aproximou da grade. Eu não pude fazer nadar pois eu estava algemado, impedido de fazer qualquer coisa, mas me aproximei da dela e o beijei pela última vez.

— Eu vou voltar.

No entanto o tempo e a distância foram cruéis com nós dois. Nossos caminhos se desviaram cada vez mais a cada dia que passava. Eu nunca soube o que aconteceu com ele depois que eu fui libertado, e até hoje me pergunto se ele ainda se lembra de mim da mesma forma que eu me lembro dele.

O carro arranhado era a minha forma de expressar a dor e a frustração que carrego dentro de mim desde que fomos separados. É como se o que eu fiz fosse uma tentativa desesperada de me libertar das correntes do passado, mesmo que por um breve momento.

Espero que Sanzu veja o estrago e entenda o significado por trás dele. Talvez, de alguma forma, isso possa ser o começo de uma reconciliação que eu desejo tanto.

Mas sei que no fundo, essas chances são escassas. O passado é confuso e complexo, e nem todos os arranhões no mundo podem curar as feridas que ele deixou para trás. Mas, por enquanto, o carro arranhado serve como um lembrete constante de um sentimento perdido e das cicatrizes que o passado deixou em minha alma.

Aquele carro deve ser do Sanzu. Não tem erros.

Extravagante, como ele sempre foi. A cor é roxa, a cor favorita dele e a placa era o seu nome. Existe provas maiores do que essa?

Abro um sorriso pois sinto que eu posso estar próximo de vê-lo mais uma vez. Com o carro arranhado, ele vai precisar levar no conserto, e com toda certeza o local onde ele vai levar deve ser de pessoas conhecidas e de confiança.

Logo, ele não vai precisar usar máscara, e eu vou poder saber a sua identidade, e saber se é ou não é o Sanzu do meu passado.

Fogo Cruzado (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora