Minhas mãos tremem, e meus dedos começam a suar. Meu coração nem sei se ele continua batendo ou ele apenas parou de bater e eu acho que ele está batendo. Só sei que o nervosismo tomou conta de mim.
Dou um zoom mais avançado e foco naquele homem que agora está de frente para mim e está caminhando.
Cabelo rosa, olhos azuis como safiras, cílios grandes e o que não tinha erro de não ser ele...
As cicatrizes nos dois cantos da boca.
— Sanzu... — falo com o meu coração disparado.
Meus olhos ardem devido as lágrimas que se formam e eu permito deixar elas escorrer. Afinal meu choro é de emoção por saber que ele está, ou sempre esteve tão pertinho de mim esse tempo todo. Mas por um lado meu choro é de dor, afinal ele era o meu inimigo.
Continuo observando ele sob e mira do meu rifle de precisão. Até a forma que ele caminha é gracioso para mim. Seu cabelo mexe com o vento e ele tem uma expressão séria, como ele sempre teve.
Não tinha mais dúvidas. Era o Sanzu. O meu Sanzu do meu passado. Porém um pouco mais crescido, ele deve ter hoje por volta de 27 anos. E eu tenho certeza, que a sua cabeça não é mais a mesma de quando ele tinha 18. Afinal ele é um da Bonten. Mexe com ilegalidades e outros crimes. Mas sei que no meio de tudo isso, se esconder uma pessoa calorosa.
Abro um sorriso e o observo sair da oficina. Ele caminha por alguns quarteirões e eu sinto uma vontade imensa de me aproximar dele, e vê-lo tão perto de mim, me faz ir a loucura.
Enquanto eu caminho pelas ruas de Tokyo, fico pensando na minha teoria sobre o Muto ter forjado a própria morte. Faz e não faz sentido ao mesmo tempo. Acho que eu estou apenas paranoico demais com isso tudo por não aceitar que ele se foi.
Quando eu dobro uma esquina, sinto uma sensação estranha, como se alguém estivesse me seguindo. Porém, quando eu me viro para trás não vejo nada e nem ninguém.
— Esses pensamentos disfuncionais ainda me perseguem. — falo e continuo andando pela rua.
A máscara cobre o meu rosto e eu me sinto sufocado com ela, tanto físico como mentalmente, aliás máscaras não me trazem boas lembranças.
Quando chego na porta da boate da Bonten, entro e me deparo com a música alta e mulheres seminuas passa do por ali. Me esquivo de todas as investidas das mulheres e me sento em uma mesa VIP afastada de todos.
Retiro a minha máscara pois ali eu estou em um ambiente seguro, faço o pedido da minha bebida e fico ali, olhando para o ambiente a minha volta e perdido nos meus pensamentos.
Minutos depois a minha bebida chega, e enquanto eu degusto ela sinto algo bater na minha cabeça. Olho para trás e para os lados tentando achar quem é que fez isso, e não encontro ninguém suspeito.
Pego a bolinha de papel que foi arremessada em mim e começo desdobrar o papel, e assim que eu desdobro por completo, vejo que é uma carta, digitalizada.
"Caro destinatário,
Gostaria de lhe informar que estou ciente dos seus movimentos e atividades diárias. Estou observando você de perto, e não há lugar onde possa se esconder.
É interessante notar que, por baixo da máscara que você usa para ocultar seu rosto, há uma beleza que não pode ser negada. Uma beleza que chama minha atenção e desperta meu interesse.
Saiba que estou disposto a usar esse conhecimento ao meu favor, caso decida não cooperar. Sugiro que tome as medidas necessárias para evitar qualquer conflito futuro.
Atenciosamente,
Akuma."Ao terminar de ler aquela carta, sinto meu coração gelar assim como o meu sangue. Fico sem ar por alguns segundos devido o choque e assim que eu me recomponho pego meu celular e ligo imediatamente para Ran.
— Aconteceu alguma coisa?
— Sim. Venha para a boate da Bonten. Rápido!
— Estou a caminho.
A ligação foi encerrada e eu respiro fundo, afinal alguém sabia da minha identidade... e era alguém da Akuma! Justo o nosso inimigo.
Maldita hora que eu tirei aquela máscara.
— Sanzu, você foi um completo idiota por tirar a máscara naquela situação! Agora a máfia inimiga nos identificou, e estamos em sério perigo! — resmunga Rindou.— Relaxa, Rindou. Não foi nada demais. Eu só estava tentando respirar um pouco melhor. Não achei que alguém fosse perceber. — falo um pouco nervoso.
— Oh, que surpresa! Rindou, você brigando com o Sanzu novamente? Que novidade. — diz Ran enquanto acende o seu cigarro.
— Ran, não comece! Sanzu colocou todos nós em risco com sua imprudência!
— Imprudência? Isso é irônico vindo de você, considerando que você também estava sem máscara. E eu também, aliás. Então, se quer culpar alguém, olhe para o espelho primeiro. — reponde Ran com uma risada baixa.
Rindou fica sem palavras por um momento, e eu solto uma risada, mas logo me recomponho.
— Bem, parece que todos nós cometemos o mesmo erro, não é mesmo? Talvez devêssemos nos concentrar em resolver essa situação em vez de apontar dedos uns para os outros. — falo e respiro fundo.
— Finalmente, alguém com um pouco de bom senso. Então, qual é o plano? — pergunta Ran.
Rindou suspira, percebendo que Ran tem razão. Ele arruma a sua franja e em seguida diz:
— Primeiro, vamos reforçar nossa segurança. Vamos mudar nossas rotas e horários para evitar sermos seguidos. Além disso, precisamos fortalecer nossas defesas em nossas bases. — ele explica e pega uma caneta e começa a desenhar o seu plano no papel.
— E se a Akuma tentar nos atacar diretamente? — pergunto.
— Estaremos preparados. Vou coordenar com nossos melhores agentes para aumentar nossa vigilância e estar pronto para qualquer eventualidade.
— Parece um plano sólido. Vamos colocá-lo em prática imediatamente. — responde Ran.
— Isso mesmo. Vamos mostrar à Akuma que não somos presas fáceis. Estamos no controle desta situação. — falo e suspiro. — Teremos que ser precisos agora.
— Vamos dar um jeito nisso. E qualquer coisa que acontecer, nos contate. — diz Rindou.
— Certo.
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Fogo Cruzado (+16)
Fanfiction[𝗢𝗯𝗿𝗮 𝗙𝗶𝗻𝗮𝗹𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮] Em um mundo onde as máfias dominam os territórios, Muto e Sanzu se encontram em lados opostos, como inimigos implacáveis. No entanto, quando a máfia Akuma ataca os territórios da Bonten e invade sua fortaleza, Muto de...