♦️Pensamentos♦️

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No meu escritório eu só consigo pensar em uma única coisa: naquele homem de terno roxo que eu não faço mínima ideia da sua identidade. Algo nele me diz que ele é familiar, como se eu já estivesse visto ele alguma outra vez.

Porém, afasto meus pensamentos sobre ele, afinal tenho que planejar um plano B, pois aquele maldito Kobayashi me fez o favor de foder com todo o plano que eu tinha arquitetado. Agora eu tinha que agir para o próximo plano, e garantir sucesso com ele.

Reúno todos da máfia, os mais próximos e inicio uma reunião.

— Como vocês sabem, o nosso plano A de roubar os contêineres da Bonten não deu certo como esperávamos. — falo e faço algumas anotações na lousa. — Vamos nos concentrar em uma abordagem mais discreta, o plano B. Em vez de atacar diretamente, vamos nos infiltrar nas operações da Bonten para obter as informações que precisamos.

— Como você planeja fazer isso, Muto? — pergunta Shion.

— Vamos usar nossa rede de contatos para nos aproximarmos de funcionários chave da Bonten. Precisamos descobrir sua rotina, vulnerabilidade e pontos fracos. Com essas informações, poderemos encontrar uma brecha para obter acesso aos contêineres sem levantar suspeitas. — falo e aponto para uma pasta encima da mesa. — Encima dessa mesa eu já tenho informações sobre os pontos fracos deles, só falta investigar a vulnerabilidade e a rotina.

— Parece arriscado, mas acho que é a nossa melhor chance agora que o plano A falhou. — diz Hanma enquanto limpa o óculos. — Vamos nos preparar e colocar esse plano B em ação.

— Se todos nós trabalhar juntos, vamos ficar um passo à frente da Bonten. Temos muito em jogo, e não podemos nos dar ao luxo de falhar novamente. — falo convicto. — Hanma e Shion, quero que vocês investiguem as vulnerabilidades da máfia, vocês aí do fundo, ajudem eles nessa tarefa.

— E a rotina senhor?

— Eu cuido disso. Isso precisa ser investigado pessoalmente por mim. Estão dispersados.

Todos deixam a sala, exceto Hanma, que se aproxima de mim e diz:

— Vai mesmo querer investigar a rotina deles sozinho?

— Vou. Não se preocupem comigo ok? Eu sei o que eu estou fazendo perante a isso. — falo e me aproximo da porta. — Vou começar isso agora e hoje.

Shuji assente positivamente e logo deixa a sala junto comigo. Eu queria ficar responsável pelas investigações da rotina da Bonten, assim eu teria de cor o que eles fazem e deixam de fazer, facilitando ainda mais o meu plano, que desta vez garanto que não vai falhar como a outra vez.

 Eu queria ficar responsável pelas investigações da rotina da Bonten, assim eu teria de cor o que eles fazem e deixam de fazer, facilitando ainda mais o meu plano, que desta vez garanto que não vai falhar como a outra vez

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Enquanto os irmãos Haitani ajeitam os últimos detalhes do nosso "quarto" improvisado, eu me sento na beirada daquele parapeito de 28 andares. Minhas pernas ficam suspensas e eu as balanço de um lado para o outro enquanto fumo um cigarro.

— Acho que já está bom. — diz Rindou e coloca as mãos na cintura. — O foda é saber até quando iremos ficar nessa de passar a noite nesse frio.

— E até a segunda ordem do Mikey. — responde Ran.

— Aquele nanica que deveria ficar aqui. Ele só fica com a melhor parte dos planos, e nós que temos que ficar com o B.O. — resmunga Rindou enquanto se senta na beirada do parapeito. — Haru?

— O que?

— Tá tudo bem? Você está quieto e sério. Você não é de ficar assim.

— Eu só estava pensando em algumas coisas do passado, só isso. — falo e solto a fumaça do cigarro, deixando ele se dissipar no ar.

— Que coisas do passado? — pergunta Rindou e se senta ao meu lado.

— Sabe, a antiga Tenjiku, a Toman... eu amava a nossa "brincadeira" de briga entre gangues... éramos apenas moleques preocupados com a próxima briga que iríamos ter. Eu sinto falta disso, muita falta mesmo.

— Eu confesso que também sinto saudades da antiga Tenjiku. Era maneiro vestir aquele uniforme e tretar por aí. — ele fala e sorri. — Eu amava dar chave de braço nos outros enquanto o Ran metia o porrete nos nossos inimigos. Só não gosto de me lembrar do dia que nós dois levamos um pau daquele maldito bebê chorão do Angry.

— Era bons tempos, não era? — falo e olho para ele. — Agora não brincamos mais, e sim fazemos trabalho de adulto. — falo e respiro fundo. — Eu daria de tudo para poder voltar 8 anos atrás, quando eu era apenas um moleque de 18 anos.

— Agora você é um marmanjo de 27 anos. — diz Ran. — Você é o segundo membro mais importante da Bonten, não pode ficar se remoendo pelo passado.

— Eu não estou remoendo o passado, é que eu sinto falta do que eu tinha e o que eu era. — falo e olho para o céu alaranjado que me faz lembrar da pessoa que eu mais amei. — Isso pode soar ridículo, mas eu sinto muita falta quando Muto ainda estava vivo. Se ele estivesse vivo hoje, será que ele se lembraria de mim?

Ran e Rindou trocam olhares e em seguida Rindou se aproxima mais de mim e pergunta:

— Você gostava dele, não é?

Assinto positivamente e abro um sorriso.

— Eu amava ele. Acho que eu. Nunca amei ninguém como amei o Yasu. — falo enquanto acaricio a minha katana. — Tínhamos tudo para dar certo, para sermos felizes... já tínhamos até planejado o que iríamos fazer no futuro... mas aquele fodido do Kisaki estragou tudo.

— Então você e o Muto namoraram, certo? — pergunta Ran.

— Não sei se posso considerar um namoro, mas ficamos de rolo, um romance "porra louca" de 2008 até 2009. E tudo acabou quando fomos presos... nunca mais o vi, e um tempo depois eu descobri que Yasu faleceu. — falo e sinto uma lágrima escorrer no meu rosto. — Eu queria poder ter tido pelo menos a oportunidade de vê-lo pela última vez.

Rindou e Ran acariciam o meu ombro e Ran, como um bom conselheiro diz:

— Eu entendo a sua dor, San. Mas na vida nada é por acaso, as vezes o destino achou melhor assim. Mas pelos menos vocês criaram ótimas memórias juntos. Não é?

— Criamos. E eu queria poder revivê-las de novo, nem que fosse pela última vez. — falo e respiro fundo.

Ran e Rindou se afastam de mim ao perceber que eu preciso de um tempo sozinho. E eu fixo o olhar naquele pôr do sol com o céu amarelado e sinto mais lágrimas escorrerem em meu rosto pálido.

— Yasu... eu sinto sua falta... — falo sussurrando.

Fogo Cruzado (+16)Onde histórias criam vida. Descubra agora