- Vamos lá conversar sobre o que aconteceu hoje, lembrando que um elemento da família não espelha a família inteira.
- Não gostei do que a Rita me contou e ela ainda pediu para não ir mais contigo.
- Sério que ela pediu isso?
Eu tive uma discussão com a Raffaela. A Rita não ouviu porque estava na piscina com a Bárbara.Não sei porque é que a Raffaela está de pé atrás contigo. Diz ela que é por causa de um vizinho teu, amigo do marido dela.
Discutimos porque ela tem ciúmes da minha relação com a Rita. Nem o marido tem assim com a filha, palavras dela e porque eu também não tenho.
Eu expliquei que a Bárbara quando criança não esteve perto de mim por eu morar em Lisboa.
Disse à minha mãe que não íamos ficar para o almoço e pedi para ela dar banho na Rita enquanto eu também tomava.
Quando voltei encontrei a Rita no colo da minha mãe a chorar e disse que foi a minha irmã que lhe chamou feia.
- E insuportável, e pirralha.
- Isso. Saí dali com ela e passámos a tarde a passear. Foi isso.
- A tua irmã tomou as dores do marido só porque eu não admito falta de respeito aqui no prédio. É um chegar de homens e mulheres até altas horas com gritaria e música alta. Deixa que da próxima a coisa vai piar fininho.
- Não quero que te machuques. Pode haver alguém mais agressivo.
- Não me metem medo, mas se eu fosse a tua irmã em vez de tomar as dores do marido vinha ver o que ele faz naquelas noites.
- Eu não entendo a Raffaela. Já disse à minha mãe que não fico lá quando ela estiver, mas eu não quero que este incidente cause problemas entre nós.
- Eu sei separar as àguas.
- Eu não vou voltar hoje. Posso dormir aqui?
Trouxe a minha bicicleta para amanhã irmos dar uma volta, mas depois lembrei-me. Onde deixas a Rita?- Com a Bete. Ela fica sempre a brincar com os filhos dela. Podes dormir cá, sim.
- Obrigado, minha protectora.
- Mas estou fula da vida. Ninguém mexe com a minha filha.
Para ela pedir para não ir mais contigo é porque está muito magoada.- Vamos fazê-la esquecer o assunto.
- Ela esquece, mas eu não.
Não conheço os teus pais, então amanhã à tarde é um bom dia para me levares lá.- Outro dia, Juliette.
- Não. Amanhã ou nunca. Eu não deixo nada para depois. Almoçamos e vamos, sem mimimis.
- Eu não quero aborrecer a minha mãe.
- Nem eu. Descansa que eu vou ser bem educada.
Eu fiquei bastante apreensivo. Não conheço assim tão bem a Juliette para saber com o que posso contar. Eu não quero brigas entre a minha família, mas não tiro a razão dela de querer enfrentar quem magoou a filha. O pior é o que isso pode causar na minha mãe.
De certeza vai querer defender a filha e ficar contra nós.Fomos dormir. O clima estava tenso e apesar dos muitos beijinhos e carinhos não houve abertura para outra coisa.
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Depois da tormenta
Fanfiction...onde houver escuridão, que se faça luz, onde houver ódio, que renasça o amor...