Ao jantar Vítor não tirava os olhos de mim e eu percebi o Rodolffo já a ficar desconfortável.
Eu não o conhecia, mas agora sei que já o vi lá no prédio.
Uma vez que ele não parava de me observar eu resolvi perguntar.
Alguma coisa o incomoda, Vítor? Desde que nos sentámos ainda não parou de olhar para mim.
- É que eu tenho a impressão de já a ter visto. Queria lembrar-me de onde?
- Não seja cínico. Sabe perfeitamente donde é. Lá do prédio onde mora o seu amigo barulhento.
- Pois é! Agora lembrei-me. É a vizinha que chama as autoridades a toda a hora.
- E continuarei a chamar quando for necessário.
- Não faça isso. Deixe a malta divertir-se.
- Deixo pois!
- Devias divertir-te é com a tua família, não com marginais, disse Rodolffo.
Não te metas, cunhado.
Laurinha, o jantar está muito bom. Parabéns.
Aproveitei para fazer com que a conversa mudasse de rumo.- Obrigada. Fiz com a Raffaela.
- Parabéns às duas.
- Mãe, já terminei. Posso sair da mesa?
- Pede à Laurinha e ao senhor Rafael. Eles é que são os donos da casa.
- Posso sair, vó.
- Podes sim Rita.
- Eu também vou, disse Bárbara. Vou ver TV com a Rita. As conversas dos adultos são chatas.
Em breve o jantar tinha terminado e depois de se despedirem cada um regressou a suas casas.
Juliette colocou a filha para dormir e depois foi ter com Rodolffo que via TV sentado na cama.
- Não gostei do modo do meu cunhado falar contigo.
- Nada demais. Só gente que acha que tudo pode.
- Mas gostei que te resolveste com a minha irmã.
- A propósito dela, devias tentar conversar com ela. Alguma coisa não está bem.
- Mas ela deixou escapar algo?
- Só que o casamento não vai bem.
Nada mais.
O que faz o teu cunhado?- É gerente de um bar nocturno.
- Percebo agora o tipo de amigos.
A tua irmã não tem profissão, é?- Sim ele nunca a deixou trabalhar. Diz que o que ele ganha é suficiente.
- Não sei como há mulheres que vão nessa cantiga. Quando se separam ficam de pés e mãos atadas sem modo de sobrevivência.
- E olha que ela quando terminou a faculdade de turismo, tinha já um bom emprego. Viajava muito. Depois casou e ficou presa em casa. Engravidou logo de seguida e aí deixou de vez o trabalho.
- Mas deixemos os outros e foquemos em nós.
- O que tem nós?
- Como ficamos? Amanhã volto para a quinta. Quando posso voltar.
- Quando sentires vontade.
- Então mudo-me para cá.
- Vamos com calma. Conhecêmo-nos há dois dias. É muito cedo. Não vamos precipitar-nos e depois dar errado. Vens à sexta e passas o fim de semana connosco. E sempre que pudermos podemos almoçar juntos.
Pode ser assim?- Pode, né. Fazer o quê?
- Não fiques assim. Ainda te vais enjoar de mim.
- Enjoar? Nunca.
Vou provar-te que não enjoo de ti. Vem cá.- Deixa eu fechar a porta à chave. Com a minha filha nunca se sabe.
- Nossa filha. Ela também já é minha.
- Calhando já é mais tua que minha.
- Vou gostar se ela me chamar de pai.
- Sabes uma coisa que eu nunca pensei dizer tão cedo?
- O quê?
- Amo-te diz ela subindo para cima dele e começando a beijá-lo.
- Também estou apaixonado por ti, pelos teus cabelos, olhos, boca, etc. Conforme enumerava os órgãos ia depositando muitos beijos.
As mãos exploravam o corpo dela fixando-se finalmente na sua intimidade explorando todos os pontos de prazer dela.
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Depois da tormenta
Fanfiction...onde houver escuridão, que se faça luz, onde houver ódio, que renasça o amor...