Capítulo XVII

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Ao jantar Vítor não tirava os olhos de mim e eu percebi o Rodolffo já a ficar desconfortável.

Eu não o conhecia,  mas agora sei que já o vi lá no prédio.

Uma vez que ele não parava de me observar eu resolvi perguntar.

Alguma coisa o incomoda, Vítor?  Desde que nos sentámos ainda não parou de olhar para mim.

- É que eu tenho a impressão de já a ter visto.  Queria lembrar-me de onde?

- Não seja cínico.  Sabe perfeitamente donde é.  Lá do prédio onde mora o seu amigo barulhento.

- Pois é! Agora lembrei-me.   É a vizinha que chama as autoridades a toda a hora.

- E  continuarei a chamar quando for necessário.

- Não faça isso.  Deixe a malta divertir-se.

- Deixo pois!

- Devias divertir-te é com a tua família,  não com marginais, disse Rodolffo.

Não te metas, cunhado.

Laurinha, o jantar está muito bom.  Parabéns.
Aproveitei para fazer com que a conversa mudasse de rumo.

- Obrigada.  Fiz com a Raffaela.

- Parabéns às duas.

- Mãe, já terminei.  Posso sair da mesa?

- Pede à Laurinha e ao senhor Rafael.  Eles é que são os donos da casa.

- Posso sair, vó.

- Podes sim Rita.

- Eu também vou,  disse Bárbara.   Vou ver TV com a Rita.  As conversas dos adultos são chatas.

Em breve o jantar tinha terminado e depois de se despedirem cada um regressou a suas casas.

Juliette colocou a filha para dormir e  depois foi ter com Rodolffo que via TV  sentado na cama.

- Não gostei do modo do meu cunhado falar contigo.

- Nada demais.  Só gente que acha que tudo pode.

- Mas gostei que te resolveste com a minha irmã.

- A propósito dela, devias tentar conversar com ela. Alguma coisa não está bem.

- Mas ela deixou escapar algo?

- Só que o casamento não  vai bem.
Nada mais.
O que faz o teu cunhado?

- É gerente de um bar nocturno.

- Percebo agora o tipo de amigos.
A tua irmã não tem profissão,  é?

- Sim ele nunca a deixou trabalhar.   Diz que o que ele ganha é suficiente.

- Não sei como há mulheres que vão nessa cantiga.  Quando se separam ficam de pés e mãos atadas sem modo de sobrevivência.

- E olha que ela quando terminou a faculdade de turismo, tinha já um bom emprego.  Viajava muito.  Depois casou e ficou presa em casa.  Engravidou logo de seguida e aí deixou de vez o trabalho.

- Mas deixemos os outros e foquemos em nós.

- O que tem nós?

- Como ficamos?  Amanhã volto para a quinta.  Quando posso voltar.

- Quando sentires vontade.

- Então mudo-me para cá.

- Vamos com calma.  Conhecêmo-nos há dois dias.  É muito cedo. Não vamos precipitar-nos e depois dar errado.  Vens à sexta e passas o fim de semana connosco.  E sempre que pudermos podemos almoçar juntos.
Pode ser assim?

- Pode, né.  Fazer o quê?

- Não fiques assim.  Ainda te vais enjoar de mim.

- Enjoar?  Nunca.
Vou provar-te que não enjoo de ti.  Vem cá.

- Deixa eu fechar a porta à chave.  Com a minha filha nunca se sabe.

- Nossa filha.  Ela também já é minha.

- Calhando já é mais tua que minha.

- Vou gostar se ela me chamar de pai.

- Sabes uma coisa que eu nunca pensei dizer tão cedo?

- O quê?

- Amo-te diz ela subindo para cima dele e começando a beijá-lo.

- Também estou apaixonado por ti, pelos teus cabelos, olhos,  boca, etc. Conforme enumerava os órgãos ia depositando muitos beijos.
As mãos exploravam o corpo dela fixando-se finalmente na sua intimidade explorando todos os  pontos de prazer dela.


Depois da tormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora