Passei o dia de sábado com Rita.
Fui buscá-la à pastelaria da Bete e aproveitei para dar um beijo em Juliette.
- Trago-a à noite. Não faças jantar que eu levo.
- Toma conta dela. Cuidado com a piscina que ela tem a mania que já é grande.
Na mochila, vai uma muda de roupa.Os dois saíram dali e logo veio a Bete moer-me o meu juízo.
- Ena! O caso está sério. A filhota já vai para a casa da namorado.
- Que namorado? Nós não temos nada.
- Porque gostam de desperdiçar tempo. Está na cara que os dois estão afim.
- Como, está na cara?
- Dos dois. Nem se dão ao trabalho de disfarçar.
Vai à luta amiga. O tempo é curto. Não esperes ser tudo perfeito que não vai ser. Se não der, valeu a tentativa.Na quinta após a chegada, Rita quis logo ir ver o Ciclone. Rodolffo calçou as botas de montar e saiu com ela na garupa.
- Tio, tu achas que eu já consigo montar sózinha?
- És muito pequenina e o Ciclone não está muito habituado com crianças. Quando voltarmos eu deixo-te montar sózinha lá no picadeiro, mas eu a segurar as rédeas.
- Está bem.
Era adorável ver a alegria desta criança quando estava em cima de um cavalo. Eu, junto dela era outra criança igual.
Não quero pensar se um dia a mãe se zangar e me proibir de vê-la.Voltámos e Raffaela juntamente com a família já tinham chegado.
Bárbara pegou em Rita e foram aproveitar a piscina.
- Cuidado com a Rita. Bárbara, toma conta dela.
- Pode deixar, tio. Eu estou de olho nela.
Quando as duas saíram, a minha irmã olhou para mim com cara de poucos amigos.
- A mãe já me disse que agora vives de agradinhos para essa pirralha e a mãe dela.
- Rafa, eu não disse nada disso
- Não foi assim, mas é a mesma coisa.
- E se for? Por acaso eu devo-te explicações sobre a minha vida? E não é pirralha, é Rita.
- Não gosto delas.
- Nem as conheces. Tenho pena.
- Não conheço a mãe pessoalmente, mas sei bem quem é.
- Sabes quem é, como?
- Um amigo do Vítor mora no mesmo prédio e diz que ela chama a PSP por tudo e por nada.
- Por alguma coisa há-de ser.
- Por vezes eles reunem-se na casa dele para verem futebol ou uma confraternização qualquer e a festa vai até às tantas.
- Já estou a ver. Gritaria, música alta, álcool e outras coisas mais. Devias era pôr juízo na cabeça do teu marido e não criticar pessoas que querem descansar e têem crianças.
Boazinha é ela, porque como advogada poderia ter outra atitude mais drástica.- Mas geralmente é à sexta feira.
- Sabias que tem gente que trabalha ao sábado. Sabias que hoje eu fui buscar a Rita às 7 da manhã na fábrica de pastelaria onde a mãe trabalha.
- Mas ela não é advogada? Ou é pasteleira?
- E se for as duas coisas qual é o problema? Nem toda a gente nasceu para ser madame como tu que não fazes nada.
- Meus filhos, não quero discussões entre irmãos. Raffaela não te metas nos assuntos do teu irmão. Olha como ele anda feliz.
- Feliz não. Iludido.
- Não quero discutir. Vou para o meu quarto.
Sentei-me na varanda do meu quarto e de lá podia vigiar a Rita que brincava com a Bárbara na piscina.
Enquanto isso na cozinha...
- Foste muito dura. Olha os anos que o teu irmão levou a tentar esquecer a Luz. Agora que ele tenta refazer a vida tu vens com esses problemas da treta?
- E não podia escolher outra pessoa? Logo uma mulher já com filha? E ele ainda a trata como se fosse filha dele.
- Os dois adoram-se. Antes dele conhecer a mãe já se apaixonou pela filha. Foi no aniversário da Bárbara.
- Nunca vi o Vítor agir assim com a Bárbara. Como pode o Rodolffo ser assim com quem não é do sangue dele. E porque nunca foi assim carinhoso com a minha filha?
- Agora sim. Disseste tudo. Tu tens ciúmes da relação dele com a menina porque na tua casa nunca houve disso entre o teu marido e a Bárbara.
O Rodolffo adora a Bárbara e quando ela era criança ele vivia em Lisboa.- Não gosto delas e pronto. Se o Rodolffo começar a trazê-las cá eu deixo de vir.
Rodolffo vinha a chegar e ainda ouviu esta última parte da conversa.
- Mãe, fazes-me um favor. Dás banho à Rita e trocas-lhe a roupa? Vou sair com ela e almoçamos por aí antes que estrague o dia de todos.
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Depois da tormenta
Fanfiction...onde houver escuridão, que se faça luz, onde houver ódio, que renasça o amor...