Rodolffo subiu até ao seu quarto para tomar um banho.
O ambiente da festa não lhe agradava. Já tinha dado os parabéns e o presente à sua sobrinha, então não se sentia obrigado a participar.
Depois do banho deitou-se na cama e pensou que se a Luz não tivesse falecido, poderiam ter um filho com a idade aproximada da Rita.
Eles já tinham feito muitos planos e Luz até já tinha parado o anticoncepcional.
A Rita veio bagunçar os seus pensamentos. Ele gostou de passar tempo com ela. A menina além de ser boa conversadora tinha ar de ser bem inteligente.
Enquanto isso no carro de Bete.
- O que é que fizeste com o tio Rodolffo?
- Ele é Rodolffo? Eu nem perguntei o nome.
- É Rodolffo sim. Foi a mãe dele que me disse.
- Andei a cavalo, molhei os pés no rio e comi pêssego.
- Foi bom?
- Foi muito bom. Eu queria ter um cavalo só meu. Um igual ao Ciclone.
- E punha-lo onde? No teu apartamento? Só se a tua mãe comprasse uma quinta.
- Mas o tio disse que eu podia vir andar no Ciclone.
- Foi só para ser simpático. A tua mãe não vai achar bem.
- Não foi nada. Ele disse de verdade. Eu acho que ele não é mentiroso.
- Como sabes? Só o conheceste hoje.
- Eu sinto. As crianças também sentem.
- Pois sentem. Quer dizer que gostaste do tio?
- Muito.
Segunda-feira chegou com uma Rita ligeiramente constipada.
- Eu sei, porque um passarinho me contou que a menina andou a meter os pés na àgua gelada. Agora vais ficar de molho em casa. Não há infantário hoje.
- Não foi um passarinho, foi a alcoviteira da tia Bete.
- Rita!!! Isso são modos de falar da tia?
- Porque ela não falou o que é importante?
- E o que é importante?
- Que eu gostei do Ciclone e quero ir andar nele outra vez.
- Esquece o Ciclone. De certeza que nunca mais o vais ver. Um dia destes eu levo-te ao hipódromo de Cascais.
O resto da semana foi toda com conversas entre cavalos, Ciclone, tio Rodolffo. Rita não falava de outra coisa.
Quando chegou sexta feira ela voltou ao assunto e eu gritei com ela.
- PÁRA! Não vais andar a cavalo e de castigo este domingo não fazemos pic-nic.
Rita cruzou os braços e amuou. Correu para o seu quarto e fechou a porta.
Deixei que ela ficasse lá por um tempo e depois fui lá.
Bati e ela não respondeu.
- Rita, filha abre a porta.
Eu sabia que a porta não estava trancada, mas queria que ela a abrisse.
- Ritinha abre a porta, por favor.
Ela veio abrir a porta e correu a deitar-se na cama.
- Desculpa a mãe por ter gritado contigo.
- Não desculpo.
- Desculpas sim. A mãe está cansada e tu estiveste a semana toda a falar do mesmo.
- Só desculpo se me levares a andar a cavalo.
- No hipódromo?
- Não. No tio Rodolffo.
- Rita! A mãe nem conhece o senhor. Como é que vou aparecer lá?
- Telefonas. Ele deu o número à tia Bete.
- Desculpa filha, mas eu não vou fazer isso.
- As coisas não funcionam assim. Anda lá jantar. Depois discutimos novamente esse assunto.
- E eu quero fazer pic-nic no domingo.
- Está bem. Domingo vamos à Lagoa Azul.
Trabalhei sábado com a Bete numa encomenda de salgados e domingo como habitual dei a minha volta de bicicleta de manhã e à tarde fomos para o pjc-nic.
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Depois da tormenta
Fanfiction...onde houver escuridão, que se faça luz, onde houver ódio, que renasça o amor...