Finalmente a confeiteira chegou.
Bete pediu desculpa pela atraso.
- Eu não sabia que o acesso aqui era tão movimentado ao fim de semana.
Apanhei uma operação stop.- Pois é. É por causa dos motards que vão para a concentração no Cabo da Roca.
- Peço desculpa, mas tive que trazer a Rita comigo. Ela é filha de uma colaboradora minha e nos finais de semana fica connosco na fábrica pois só tem 5 anos.
- Tia Bete. Eu tenho quase 6 anos.
- Quase, Rita. Só tens 5.
Agora deixa a tia trabalhar. Não faças asneiras nem vás para longe.- Está bem.
Eu tinha que terminar a decoração de alguns bolos aqui no local por serem mais fáceis de transportar sem decoração. Então ainda tinha algum trabalho.
Rita afastou-se um pouco do local onde estava a tia. Passou pela piscina e foi atrás de um cachorrinho.
A quinta possuía dois cavalos. O cachorrinho conduziu Rita até às boxes. Ela era doida por animais e ficou encantada quando os viu.
- Gostas de cavalos? Uma voz soou atrás dela.
- Gosto muito.
- O que estás aqui a fazer sózinha?
- Eu vim com a tia Bete. Ela ficou a fazer o bolo e eu vim atrás do cão.
- Como te chamas?
- Rita.
- Rita, sabes que é perigoso para crianças estarem aqui.
- Eu já andei a cavalo.
- E gostaste?
- Muito.
- Queres andar de novo?
- Quero.
- Então vamos pedir à tua tia.
Rodolffo tinha chegado de bicicleta e preparava-se para selar um dos cavalos para ir dar uma volta quando encontrou a criança.
Foram até casa onde Bete decorava os bolos.
- Olá. Encontrei esta menina já um pouco afastada daqui.
- Rita! Eu não disse para não ires para longe?
- Não tem problema. Eu só vinha pedir se posso dar uma volta com ela a cavalo.
- Mas não vai incomodar? Eu sei que ela adora cavalos, mas se ela se magoar o que eu digo à mãe.
- Eu ando devagar. Não vou a galope com ela.
- Está bem. Seja o que Deus quiser. Vai lá pestinha, mas primeiro come esta maçã.
Lá fomos os dois. A maçã acabou por ir para a boca do Ciclone.
Coloquei a Rita na garupa e lá seguimos a passo.
Ela segurava as rédeas juntamente comigo e falava directamente com o cavalo.Andámos uns bons 20 minutos e desmontámos perto do riacho.
- Tio, eu posso molhar os pés?
- Só os pés. Não quero que a tua tia ralhe comigo por te sujares.
Vou apanhar pêssegos para comer.- Eu não gosto com pelos.
- Mas quando lavamos os pêssegos os pelos desaparecem.
- Tá bom.
Sentei-a numa pedra com os pés dentro de àgua. Apanhei os pêssegos num pessegueiro mesmo ali à beira e lavei-os na àgua corrente.
Entreguei-lhe um e comecei a comer o outro.
- Uhmm! Que delícia.
- É bom, não é?
- Muito bom.
Sabes tio, qual é o meu lugar preferido?- Qual?
- A lagoa Azul. Eu costumo ir com a mãe fazer pic-nic ao domingo à tarde.
- É muito lindo. Estive lá há bocado. Fui de bicicleta.
- A minha mãe também gosta de andar de bicicleta. Ela vai de manhã sózinha e de tarde vamos de carro à Lagoa Azul.
- Todos os domingos?
- Só quando a mãe tem trabalho na tia Bete é que não vamos.
- A tua mãe faz bolos?
- Só as vezes. A mãe é advogada.
- Vamos voltar?
- Vamos, mas eu já gosto muito deste lugar.
- Mais do que da Lagoa?
- Não. A Lagoa está em primeiro lugar.
Fizemos o caminho de volta e fomos recolher o Ciclone.
O trabalho da tia Bete tinha terminado e estava na hora de ir embora.
Passei o meu contacto à tia e disse que a podia trazer quando quisesse para andar a cavalo.
Dei-lhe um beijo e ela abraçou-me pelo pescoço ao mesmo tempo que me dava um beijo na bochecha.
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Depois da tormenta
Fiksi Penggemar...onde houver escuridão, que se faça luz, onde houver ódio, que renasça o amor...