Acordámos na manhã seguinte e ficámos de chamego na cama. Ainda era cedo.
Rodolffo já veio todo meloso querendo fruta. Fizemos um amor gostosinho e rápido.
Vestimos o nosso equipamento de ciclismo, tomámos o pequeno almoço, coloquei a minha bicicleta na carrinha dele e fomos levar a Rita.
Deixámos o carro em casa da Bete e seguimos para o nosso passeio. Por vezes ele acelerava para ver se eu o acompanhava, mas logo desistia porque esta pessoínha tem muitos kms rodados.
Fizemos a chamada volta saloia. Em cima da bicicleta eu esqueço todos os problemas. O mal chega quando coloco o pé fora do pedal.
Por volta do meio dia já estávamos de regresso para buscar a nossa pestinha.
Bete chamou-me à parte para me dizer um segredo que a Rita contou.
- Tia, eu acho que a mãe e o tio são namorados. Hoje eu espreitei no quarto da mãe e eles estavam aos beijinhos na cama.
- Meu Deus, como fomos descuidados. Será que ela viu mais alguma coisa?
- Ela diz que só viu isso e depois voltou para o quarto dela. Eu puxei por ela e ela não disse mais nada.
Voltámos para casa e contei ao Rodolffo. Agora vamos tomar banho e ela vai ver que vamos juntos, ou devemos ir separados?
- Deixa que eu resolvo já, diz ele.
Rita, vem aqui conversar com a mãe e o tio.- Que foi? Eu portei-me bem.
- Muito bem. Sabes que eu dormi aqui no quarto da mãe?
- Sei. Eu vi os dois darem beijinhos.
- E quem dá beijinhos é?
- Namorado.
- E queres que eu seja namorado da mãe?
- Quero.
- Pergunta à mãe se ela também quer.
- Queres, mãe?
- Sim.
- Pronto. Agora somos mesmo namorados. Estás feliz?
- Muito, diz ela atirando-se ao pescoço dele.
Agora a mãe e o tio vão tomar banho para irmos almoçar fora e passear. Vai brincar no teu quarto que eu depois venho arrumar-te.
Assunto resolvido. Oficialmente namorados.
Entraram na casa de banho e Rodolffo levantou-a no ar ao mesmo tempo que a beijava.
- O mundo das crianças é tão mais fácil. Obrigado minha namorada.
- Obrigada meu namorado.
- Podemos não ir minha mãe hoje?
Estou tão feliz que não queria estragar o dia.- Não vais estragar. Eu só quero dizer umas verdades à tua irmã. Abrir os olhos dela. Não vou fazer barraco.
Almoçaram num dos restaurantes da Marina e seguiram para Sintra.
- Só queria pedir-te um favor. Depois das apresentações tenta tirar toda a gente e deixar-me a sós com a Raffaela.
- Não deve ser difícil. A esta hora o meu pai e o Vítor já devem estar a dormir. Levam a tarde a dormir.
A Bárbara deve estar na piscina, só fica a Raffaela e a minha mãe a prosear.- Óptimo. Nesse caso levas a tua mãe e a Rita.
Parecia simples mas para mim que evito confusão não era tão simples.
Assim que atravessámos o portão, senti o acelerar do meu coração.
Juliette percebeu e apertou-me a mão.Estacionei o carro e saí com elas de mão dada.
A minha mãe estava sentada fora de casa, mas nem sinal da outra gente.
- Boa tarde, mãe. Sózinha?
- O costume. A Raffaela foi lá dentro e os outros já sabes.
- Mãe, esta é a minha namorada, Juliette.
- Muito gosto dona Laurinha.
- Também tenho muito gosto, minha filha. Como estás Ritinha? Dá um beijo à vó.
- Mãe, só viemos porque a Juliette quer conversar com a Raffaela. Podes ir chamá-la?
- Oh minha filha! Esquece esse assunto. Eu já falei com ela ontem. Ela prometeu não fazer mais.
- Dona Laurinha, é só mesmo uma conversa. Não vamos brigar.
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Depois da tormenta
Fanfiction...onde houver escuridão, que se faça luz, onde houver ódio, que renasça o amor...