Capítulo VII

62 11 6
                                    

A semana passou rápidamente.   Este final de semana eu não ia ajudar a Bete.   Ela tinha fechado a fábrica uma semana para manutenção geral e só começava a laborar na próxima segunda feira.

Rodolffo não disse mais nada, mas também eu não respondi à sua mensagem!

Estava quase a terminar o meu dia de trabalho e resolvi mandar uma mensagem a convidá-lo para jantar lá em casa.

Eu aceito.  A que horas?

Às 20 horas.  É surpresa para a Rita.

Está bem.  Manda-me a tua morada. Levo o vinho.

Fui comprar alguns ingredientes que não tinha para o prato que ia fazer, apanhei a Rita no colégio e fomos para casa.

- Ritinha, enquanto a mãe começa o jantar, vai tomar banho que hoje tenho uma surpresa para ti.

- Eu amo surpresas.  O pior é que não gosto de esperar.

- Pois,  mas esta vais ter que esperar até ao jantar.  Vai lá que eu já vou ajudar-te e dar-te o pijama.

Pus o tacho ao lume com as batatas e ovos para cozer e fui ajudar a Rita.

Depois dela pronta voltei e comecei a fazer o leite creme.  Não sei o que ele gosta, então fiz o que nós gostamos.  Vou deixar um bife temperado no frigorífico e se ele não gostar de bacalhau faço o bife rápidamente.

Às 19 horas o leite creme já estava pronto para queimar o açúcar.  As batatas, ovos e bacalhau estavam cozidos,  a cebola caramelizada.
Agora era colocar tudo no tabuleiro e às 19,30 horas vai tudo para o forno.

Aproveitei que ainda tinha tempo e fui tomar banho também.   Vesti um  vestido de alcinhas e pelo meio da coxa que a noite estava muito quente  e apanhei os cabelos num rabo de cavalo bem no alto.

A mesa estava pronta, coloquei o tabuleiro no forno e fui para junto de Rita que via desenhos animados na televisão.

Sentei-me e ela logo veio aninhar-se no meu colo.

- Não adormeças que ainda vais jantar.

Às 19,50 toca a campainha.  Levanto-me para abrir a porta e Rita ficou atenta aos desenhos.

Rodolffo cumprimentou-me com dois beijos e eu fiz sinal para ele não falar.

Peguei na garrafa de vinho. Ele trazia um presente para a Rita.  Levei-o até à sala e quando o viu junto dela tratou logo de o abraçar.

- Tio Rodolffo!  Era esta a surpresa, mãe?

- Era.  Gostaste?

- Adorei.

- Como está a menina mais linda desta casa?

- Aqui só tem eu.

- Sim.  A mais bonita.  Toma, um presente do tio.

- Obrigada.  Posso abrir, mãe?

- Podes, mas só podes brincar depois de jantares.

- Irhull!!  Lego.  Eu adoro legos.

- Rodolffo,  não sei o que  gosta de comer.  Fiz bacalhau à Gomes de Sá, mas se não gostar faço um bife para si.

- Eu adoro bacalhau.   No geral gosto de tudo, mas podemos tratarmo-nos por tu?  Não gosto dessa formalidade.

- Então vem abrir o vinho que eu vou ver se o bacalhau está pronto. 

Da sala eu podia ver o que se passava na cozinha.   Enquanto enroscava o saca rolhas na rolha da garrafa,  podia apreciar Juliette e toda a beleza que fazia transparecer.

No outro dia ela estava de calças, mas hoje o mini vestido deixava à mostra umas pernas lindas, assim como o decote do vestido mostrava um colo bonito.
Não tinha muita maquilhagem,  mas o suficiente para deixar o rosto brilhar.

Veio até mim com o tabuleiro na mão e colocou-o no centro da mesa.

- Vamos comer.  Desculpa Rodolffo,  mas aqui é tudo bem simples.
Rita!  Anda jantar.

O jantar estava delicioso, mas o leite creme estava divino.  Não sei se ela adivinhou, mas pudim e leite creme são as minhas sobremesas preferidas.

Terminámos o jantar e ela fez café.  Ofereceu-me whisky,  mas eu não aceitei.

Enquanto Rita aproveitava e brincava com o lego, eu e Juliette permanecemos sentados à mesa a conversar.

Depois da tormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora