Capítulo XXI

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Durante a nossa curta viagem, eu contei tudo a Rodolffo.

Ia ter uma rusga esta noite lá na casa do barulhento e também no bar do Vítor.

- Rodolffo, eu apresentei queixa de violência doméstica contra a tua irmã por parte do marido.   Liga para ela e se ela não quiser sair de casa, deve estar atenta.

- À noite a Bárbara está em casa.  Ela diz que quando a filha está, ele não faz nada.

- Mas liga e avisa-a.  É melhor.

- Sinto que não deviamos ter vindo.   Eu sei que ela vai precisar de mim.

- Queres voltar?  Deixamos a Rita nos teus pais ou na Bete?

- Na Bete.  Jantamos aí nalgum lugar e aguardamos.

Liguei à minha amiga e fomos deixar a minha filha.

Era  cerca da meia noite recebi uma chamada do comandante.  A força da intervenção estava a postos nos dois locais.  A operação ia ser feita em simultâneo para que não pudesse haver troca de informação.

Rodolffo estava muito nervoso ao contrário de mim.  Agora era esperar que tudo desse certo.

A polícia invadiu o apartamento do prédio de Juliette quando a festa tinha praticamente iniciado.  No interior do apartamento além do proprietário estavam mais três indivíduos assim como é mulheres em trajes menores.

Sobre uma mesa devidamente posicionadas estavam linhas de cocaína pronta a ser consumida.

Nas buscas ao apartamento foram encontrados alguns kgs de produto igual ao consumido.  Do Vítor nem sinal.   Perguntámos por ele e o que disseram é que ele saiu mais  cedo.

...

- Fui buscar a encomenda semanal e não pude ficar porque tinha um cliente especial para uma grande quantidade.

Saí directo para o bar, mas quando estava a chegar  vi o carro do corpo de intervenção estacionar nas traseiras do bar.  Alguns agentes com coletes à prova de bala saíram e posicionaram-se de G3 em punho.

Saí dali e fui directo para casa.  Precisava de alguns documentos para fugir.

- O que se passa Vítor?  Não estás no bar, porquê?

- Saí da frente, sua vadia.  A polícia está lá no bar.
Vítor trazia um saco na mão que colocou no chão.

- No bar a fazer o quê?  Vítor abria o cofre, retirava vários papeis até que se virou para mim.

- Onde está a arma que estava aqui?

- Que arma?  Não vi nenhuma arma.

- Nunca ves nada, nunca sabes nada.  Sua inútil, diz dando-lhe um tapa que a fez sangrar nos lábios.

Com o barulho, Bárbara saiu do quarto.

- Porque estás a bater na mãe?

- Não te metas ou também apanhas.

- Bárbara vai para o teu quarto, filha.  Deixa que eu resolvo com o teu pai.

- Não vai nada.  Eu quero saber onde está a minha arma, diz ele agarrando  uma faca e ameaçando a filha.

- Deixa a Bárbara.   É a tua filha.

- Duas imprestáveis.  Se não aparecer a arma eu retalho-a toda, diz fazendo um pequeno corte na bochecha dela.

- Deixa-a.  Eu dou-te a arma diz Raffaela levando a mão ao bolso do casaco e retirando a arma.

- Dá-ma.

- Larga a tua filha.

Vítor largou a filha e caminhou em direcção a Raffaela.  Esta não exitou e disparou atingindo Vítor no peito. Disparou uma segunda vez atingindo-o novamente.

Vítor caiu e não se moveu mais.

Raffaela largou a arma e ajoelhou-se
sendo abraçada pela filha.

Depois da invasão no bar, o comandante ligou para Juliette e avisou que não encontraram Vítor,  tendo já mandado uma viatura para casa deles.

Rodolffo e Juliette seguiram imediatamente para lá.

Bárbara ao ouvir a sirene veio à porta e deixou os agentes entrarem.

Constactaram a morte de Vítor no local.

Rodolffo e Juliette chegaram para dar apoio às duas.   Juliette conversava com o comandante e relatava a situação.

Apesar de Raffaela confessar o crime e com a promessa de Juliette de que ela se apresentaria na esquadra na manhã seguinte, foram liberadas para sair dali.

Rodolffo levou as duas para a quinta dos pais.  Lá elas teriam o aconchego necessário para enfrentar os dias difíceis que ainda viriam.

Depois da tormentaOnde histórias criam vida. Descubra agora