Mystic Blood (Em Revisão)

V: Você irá, certo?

"Lady, runnin' down to the riptide

Taken away to the dark side

I wanna be your left hand man

I love you when you're singin' that song and

I gotta lump in my throat 'cause

You're gonna sing the words wrong".

— Riptide, Vance Joy.

Sou a novata na cidade, a garota que continua tentando entender as ruas de Athens, memorizar os rostos e absorver as tradições locais. E é em uma dessas tardes de descobertas que vejo o primeiro cartaz:

"Noite das Revelações - 30 de Setembro — Venha Descobrir o Passado de Athens".

Os cartazes estão por toda parte, em vitrines de lojas, no quadro de avisos da escola, até no pequeno café onde costumo pegar um chocolate quente depois das aulas.

A cidade inteira parece vibrar com a antecipação do evento. Ouço pessoas conversando sobre isso na fila do supermercado, há anúncios no jornal local, e até a bibliotecária, Sra. Henderson, menciona como é uma das noites mais especiais de Athens.

— Você vai, querida? — ela me pergunta, com um brilho nos olhos. — É uma tradição linda. Todo ano, uma cápsula do tempo enterrada há seis décadas é aberta. É como se o passado cumprimentasse o presente.

Eu aceno, intrigada e um pouco empolgada. — Acho que sim. Parece interessante.

— Ah, você deve ir! — ela insiste. — É uma experiência única. E quem sabe, talvez um dia, você também deixe algo para ser descoberto no futuro.

Saio da biblioteca com um livro de história debaixo do braço, ainda pensando nas palavras da Sra. Henderson sobre a Noite das Revelações. O corredor está cheio de vozes e risadas, o som da vida estudantil em pleno movimento. É quando o vejo: Lucas, encostado casualmente no meu armário, seu sorriso iluminando o corredor mais do que as luzes fluorescentes acima de nós.

— Ora, ora, Rory! — ele diz, inclinando-se de leve em minha direção, um sorriso cheio de charme. — Parece que você anda curiosa sobre a Noite das Revelações. E eu achando que só eu sabia das suas curiosidades secretas.

— Ah, claro — respondo, entrando no tom. — Mas a cidade inteira parece obcecada. Estou pensando em ir.

Ele ergue as sobrancelhas, fingindo surpresa.

— Então eu acho que você e eu somos oficialmente obcecados. Que tal irmos juntos? Prometo que a revelação mais interessante da noite vai ser descobrir quantos suspiros você dá por minuto.

Dou uma risada, revirando os olhos.

— Não tenho dúvida de que você vai contar. — Antes que eu possa responder, sinto uma presença. Alex passa ao nosso lado, o olhar fixo em Lucas, sério e sombrio. Ele não diz nada, mas a intensidade em seus olhos diz muito.

Assim que ele se afasta, pergunto a Lucas, intrigada.

— O que foi isso? Que tipo de drama vocês têm, afinal?

Lucas solta uma risada curta, sarcástica.

— Alex e eu? Ah, é uma história fascinante. Ele sempre foi muito intenso, e eu sempre fui... bom, irresistível, digamos assim. Rivais, parceiros, competidores — depende do dia e do humor. Mas relaxa, ele só quer me irritar, e eu gosto de dar corda.