"I walk a lonely road
The only one that I have ever known
Don't know where it goes
But it's home to me, and I walk alone".
— Boulevard of Broken Dreams, Green Day.
Saio do apartamento do Dr. Petrov, a noite envolvendo-me como um manto. As ruas estão silenciosas, mas minha mente está em um alvoroço.
— Reencarnação? Linhagens antigas? Isso é demais para mim. — Murmuro. — O que você está tentando me dizer, Rose?
Apresso o passo para casa. Ao chegar, desabo no sofá, perdida em pensamentos. Uma mensagem aparece no meu celular.
Lucas.
— "Ei, como você está? Você saiu tão rápido hoje na escola..."
— "Estou... bem, eu acho. Tanta coisa aconteceu. Precisamos conversar." — Penso bem antes de enviar.
— "Estou preocupado. Posso ir aí?"
— "Por favor." — Eu preciso dele agora.
Minutos depois, Lucas está batendo à minha porta.
— Você está pálida. O que aconteceu? — Lucas me olha preocupado.
— É complicado. O Dr. Petrov... ele me contou sobre meu passado. Sobre reencarnação e segredos que parecem impossíveis. — Falo baixo enquanto caminho em direção à escada.
Lucas me para tocando no meu ombro.
— Como assim, "Dr. Petrov"? Quem é ele?
— Ele é um historiador. Conheci ele quando persegui Esther após ver ela roubando o cachecol no museu... — Minhas palavras saem rápidas da minha boca.
— Esther estava roubando? — Lucas me corta.
— Estava. — Continuo a subir as escadas, me empenhando em não fazer barulho.
— O que ele te contou especificamente. — Ele sussurra atrás de mim.
Faço sinal de silêncio, colocando o dedo indicador na vertical em direção à minha boca, apontado para o meu quarto com a cabeça. Lucas assente com a cabeça. Abro a porta do meu quarto com cautela. Não sei se tio Benjamin está dormindo ou não. Entro e logo em seguida Lucas entra, fechando a porta atrás de si.
Sento na borda da cama. Lucas me olha. Olho para ele. Ele fica tão sexy com as tatuagens à mostra.
— Então, o que ele disse? — Ele me pergunta com seriedade.
Baixo a cabeça, tenteado lembrar de cada palavra dita a mim anteriormente.
— Rose Roselie Porterson. — Inicio a resposta.
— Rory, — ele suspira — eu já sei. Eu já sabia que você é a reencarnação de Rose.
Olho para Lucas, chocada com a revelação.
— Como assim, você já sabia? Por que nunca me disse nada? — Sinto revolta em descobrir isso.
Lucas suspira, olhando para mi com sinceridade.
— Eu queria te proteger, Rory. — Ele se explica — Saber sobre sua verdadeira identidade pode ser avassalador, e eu não queria sobrecarregá-la com mais informações. E quanto mais você souber sobre Rose, mais perto a Dama das Chamas estará.
— Mas você deveria ter me contado, Lucas. Eu merecia saber a verdade. — Eu me levanto, minha expressão é uma mistura de incredulidade e raiva.
Lucas se aproxima, colocando as mãos nos meus ombros.
— Eu sei, e sinto muito por não contar antes. Mas agora que você sabe, precisamos falar sobre Rose. Sobre quem ela era e quem você é.
Tento me acalmar um pouco, permitindo que Lucas continue.
— Rose era uma figura notável, uma mulher de coragem e determinação. Ela enfrentou desafios que a maioria de nós nem pode imaginar. — Lucas continua a falar, parece escolher suas palavras com cuidado — E agora, você carrega o legado dela, Rory. Você é parte dela, você é ela, parte de algo maior do que qualquer um de nós.
Ele me puxa para voltar a sentar na cama, com ele. Mas conversar sobre isso me deixa com mais perguntas do que respostas.
— Eu já ouvi a história dela. — Me aproximo mais de Lucas — Como faço para ter as memórias de todas as minhas vidas? — Sinto que estou com uma fome insaciável de respostas.
— Rory, recuperar suas memórias não será uma tarefa simples, mas é possível. — Ele segura minha mão com delicadeza. — Há práticas antigas e rituais que podem ajudar a desbloquear as portas da sua mente.
— Então é isso que faremos. — Estou determinada.
— Primeiro, precisaremos de um objeto de poder que tenha sido importante para você em suas vidas passadas e... — corto Lucas enquanto aponto para minha bolsa do outro lado da cama.
— Essas duas coisas servem? — retiro da bolsa o cachecol e o colar.
— Você pegou o cachecol que Esther roubou? — Ele me olha com uma pitada de espanto. Acho que ele me subestima um pouco.
— Como assim? — sorrio um pouco orgulhosa de mim. — Roubar de ladrão não é errado, sabia?
Lucas sorri pelo canto da boca.
— Você não está intrigado — Isso é estranho, ele deveria estar curioso.
— Intrigado com o que, Rory? — Acho que ele não percebeu.
— Você não me perguntou o 'por que' estou com o colar. — Analiso um pouco. — Você já sabia que eu estava com ele! — Afirmo com convicção.
Lucas levanta da cama e coloca a mão na nuca. Um sinal de hesitação.
— Sim, eu sabia. — Ele se rende.
— Como?
— Rory, esse colar fui eu que coloquei na capsula no ano em que ela foi criada. Eu sabia que, no ano em que a capsula fosse aberta, Rose iria aparecer. — Ele pausa dramaticamente — E você apareceu, tendo sonhos e visões depois de o colar ter sido retirado da capsula.
— Isso não explica o 'como' você sabia. Foi Alex que me deu. — Falo segurando o colar em frente ao rosto de Lucas.
— Eu ouvi ele te entregando. Eu estava na rua de trás da escola fumando. — Ele fala. — Alex não sabe que o colar era de Margot.
— Se alimentando? — falo cética.
Ele revira os olhos.
— Está bem, eu estava te seguindo. — Lucas admite finalmente. — Vamos voltar para o que importa: esses dois objetos servirão como um catalisador para o processo. — Ele fala, segurando o colar e o cachecol com firmeza.
Jornada mais importante da minha vida — a jornada para dentro de mim mesma. Isso é de se refletir. Eu não tenho nada a perder mais.
Sento de frente para Lucas, sentindo uma nova determinação crescendo dentro do meu coração. Assinto, sentindo uma mistura de antecipação e nervosismo.
— Estou pronta. Quando começamos?
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Mystic Blood (Em Revisão)
FantasyEstá afim de uma aventura alucinante cheia de mistério, romance um toque de sobrenatural? Então, meu livro é pra você! Imagina só: uma garota comum chamada Rory descobre que é a reencarnação de uma heroína lendária, e de repente, ela se vê no meio d...